SED realiza Circuito Goiás Mostra Artesanato com exposição no TJ


Obras do artesão Carlos Antônio da Silva emocionam visitantes; exposição é mais uma ação de divulgação do trabalho de artistas goianos 

O olhar cansado, mas cheio de esperança, da mulher que descasca o milho, que limpa o arroz no pilão, que costura ou conta histórias emocionou a escrivã Carolina Paes de Resende, que, nesta quinta-feira (20), viu pela primeira vez as obras do artesão Carlos Antônio da Silva, que estão expostas no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. “É incrível como ele consegue expressar com tanto realismo as fisionomias dessas pessoas simples que vivem no campo, os olhares pesados, carregados, que me fazem voltar à infância”, declarou. 

A exposição é mais uma ação de divulgação do trabalho dos artesãos do Estado de Goiás promovida pela Gerência de Artesanato da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED). Depois de consolidar o programa Goiás Mostra Artesanato, com exposições no Palácio Pedro Ludovico, a Gerência tem ampliado o espaço para os artesãos com o programa Circuito Goiás Mostra Artesanato, com exposições em outros órgãos públicos e espaços privados e com possibilidades de levar o artesanato goiano a outros estados.

Carlos Antônio

A mostra dos trabalhos do artesão Carlos Antônio no saguão de entrada do Tribunal de Justiça foi aberta na última terça-feira (17), e se estenderá até o dia 31, numa iniciativa que contou com a parceria da assessoria cultural da presidência do Tribunal, coordenada pelo escritor Gabriel Nascente, com curadoria de Edna Taveira. Estão expostas 33 peças feitas com argila e que retratam o trabalho no campo. O artesão apresentou seus trabalhos no Palácio Pedro Ludovico Teixeira na 13ª edição do Goiás Mostra Artesanato, da SED, pasta comandada pelo vice-governador José Eliton.

Segundo Gabriel Nascente, o trabalho de Carlos Antônio é a expressão escultórica mais genuína e original da cultura goiana. “Principalmente pelo aspecto pertinente à exploração de temas ligados ao eito, às profissões rudimentares da vida do homem no campo”, afirmou. A partir desta exposição, Gabriel Nascente vai programar a ida do artesão à Galeria Manuel Bandeira, da Academia Brasileira de Letras, para uma exposição.  

Carlos Antônio mora em Aparecida de Goiânia e tem sua oficina de cerâmica no fundo do quintal. Seu trabalho também pode ser encontrado na Central de Artesanato Goiano, no Centro de Goiânia. 

Emoção 

Carolina Paes, 30, escrivã do cartório da 3ª Vara da Fazenda Municipal, não foi a única a se emocionar com as obras de Carlos Antônio. O universo retratado pelo artesão encheu, também, de saudade o coração de Laudelina Martins de Oliveira, 58, que viveu na roça com os pais e oito irmãos perto de Goiânia, até os 12 anos de idade. As cenas do trabalho simples pareceram tão familiares que Laudelina foi de uma peça à outra, levando a neta Ketlyn Vitória, mostrando à menina como era a sua vida. “Hoje eu moro em Goianira, mas isso que está mostrado aqui foi o que eu vivi, pilando arroz, café, milho para a canjica e o fubá, pegando água no córrego e bebendo no pote”, lembrou. 

Wellington José Santana, coletor de lixo hospitalar, que foi a uma audiência no Tribunal também se deteve a observar os detalhes da obra do artesão goiano. “É interessante ver como ele consegue passar exatamente como é a vida que a gente leva na roça”, disse. Elaine Alves dos Santos Pacheco, 37, que mora no Setor Estrela Dalva, afirmou que foi criada com a avó em Ceres e que lá, naquela época, o modo de vida era muito simples, bem parecido com as cenas que Carlos Antônio criou.

Fotos: Marcos Prado

Comunicação Setorial
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED)
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