Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Comércio Varejista de Goiás apresentou em agosto, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 9,74% sobre agosto do ano anterior, 13,33% no acumulado do ano e de 12,18% no acumulado de doze meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 10,15%, 13,61% e de 12,67%, respectivamente.

O incremento no volume de vendas no comércio varejista geral em agosto foi menor em Goiás quando comparado ao nacional. No acumulado do ano e no acumulado de 12 meses o crescimento em Goiás ficou acima do percentual nacional, tanto no índice do comércio varejista geral quanto no ampliado. No índice de receita nominal de vendas, os resultados para Goiás em agosto, no ano e no acumulado de 12 meses foram inferiores que o nacional no comércio varejista geral. Já no comércio varejista ampliado, as variações para Goiás foram maiores, conforme é demonstrado nas tabelas 1 e 2.

Tabela 1 – Estado de Goiás e Brasil: Variação do Volume de Vendas no comércio varejista – agosto/2010

Tabela 2 – Estado de Goiás e Brasil: Variação da Receita Nominal no comércio varejista – agosto/2010

Atentando-se para a média móvel de 03 meses das vendas (Gráfico 1), percebe-se a expressiva recuperação das vendas no comércio com a melhora do indicador desde o início de 2009, saindo de 3,25% de crescimento em agosto/09 para 11,28% de variação em agosto/10.

Na média móvel de 12 meses, as vendas já superam o patamar anterior ao período de crise econômica. Esse índice vem apresentando taxas de variação crescentes e a média móvel de 12 meses do mês de agosto apresenta um crescimento de 12,20%, sendo a maior média móvel de 12 meses observada desde 2007.

Na média móvel de 3 meses, a receita de vendas, que também apresentou queda no crescimento em 2009, em agosto apresentou um aumento de 11,38%, retornando ao índice anterior à crise (Gráfico 2). A média móvel de 12 meses em agosto apresentou um acréscimo de 12,69%.

RESULTADOS SETORIAIS

Nos resultados sobre o mesmo período do ano anterior, nove das dez atividades (incluindo o comércio varejista ampliado) obtiveram variações positivas em termos de volume de vendas, listadas a seguir pela ordem decrescente de magnitude das taxas: Veículos e motos, partes e peças (27,52%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (20,84%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (17,62%); Tecidos, vestuário e calçados (16,98%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (15,25%); Móveis e eletrodomésticos (14,24%); Livros, jornais, revistas e papelaria (13,95%); Material de construção (11,93%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,51%). A atividade com variação negativa foi Combustíveis e lubrificantes (-0,89%).

A atividade Veículos e motores, partes e peças, que integra o Comércio Varejista Ampliado, apresentou o maior resultado positivo no volume de vendas na relação agosto10/agosto09, 27,52%. No acumulado do ano, o crescimento é positivo, com incremento de 16,11%. No que diz respeito à receita nominal de vendas, esta atividade apresenta crescimento de 30,40% quando comparado agosto de 2010 com o ano anterior, e de 17,79% no ano. Ofertas, lançamento de novos modelos e crédito justificam esse resultado. Segundo a Sincodive (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Goiás), somente em Goiás, foram comercializadas 10.124 unidades ante 7.898 em agosto de 2009, um acréscimo de 28,18% nas vendas automóveis e comerciais leves. No total, quando consideradas as vendas de automóveis, comerciais leves, motos, caminhões e ônibus, o crescimento foi de 26,66%, passando de 15.061 em agosto do ano passado para 19.076 unidades em agosto deste ano.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação foi o segundo com maior crescimento, 20,84%, na relação agosto10/agosto09, porém não vem apresentando bons resultados neste ano de 2010, com cinco meses de resultado negativo e três positivos. Para a receita nominal a variação é positiva, 8,88%, mas no acumulado do ano esta atividade apresentou uma redução de 0,51%, no volume de vendas e de 7,55% na receita nominal.

A atividade Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos etc., apresentou um crescimento no volume de vendas na relação agosto10/agosto09 de 17,62%. No acumulado de 2010 este segmento apresenta incremento de 8,88%. Esse resultado se deu por conta da atividade ser influenciada, em boa medida, pela evolução da massa de salários e pelo aumento do poder compra da população ocupada.

O segmento Tecidos, vestuário e calçados, apresentou crescimento de 16,98% nas vendas na comparação com agosto do ano passado. As taxas acumuladas no ano e acumulada de 12 meses também foram positivas, com acréscimos respectivos de 15,07% e 12,55%. Para a receita nominal de vendas estes indicadores apresentaram resultados positivos ainda maiores de 18,62%, 17,66% e 15,88%, respectivamente. A atividade continua sua trajetória de taxas positivas mesmo com os aumentos de preços no segmento, 6,1% de variação no grupo vestuário, contra acréscimos de 4,5% no índice geral, nos acumulados dos últimos 12 meses, segundo o IPCA. O dia dos pais também contribuiu para este aumento significativo de vendas e receitas já que a preferência dos consumidores na hora de comprar presentes para os pais recai sobre peças do vestuário.

O segmento Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou crescimento de 15,25% nas vendas na comparação com agosto do ano passado e taxa acumulada de 17,15% no ano. Para estes indicadores, o crescimento na receita nominal de vendas foi de 18,79% e 21,13%, respectivamente. Os principais fatores a contribuir para isto foram a manutenção do crescimento da massa real de salários;  a ampliação da oferta de medicamentos genéricos – estimulando o consumo por alternativas mais vantajosas de preços; e a própria essencialidade dos produtos do gênero. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), entre os Estados fabricantes de cosméticos, perfumaria e produtos de higiene pessoal no Brasil, Goiás apresentou o crescimento mais veloz nos últimos cinco anos.

O aumento de 14,24% no volume de vendas e de 14,96% na receita nominal em relação a agosto do ano passado da atividade Móveis e eletrodomésticos é decorrente das vendas relacionadas ao evento da Copa do Mundo, aliado a ampla oferta de crédito. No ano, o segmento revela uma taxa de desempenho de 21,90% para o volume de vendas e de 21,30% para a receita nominal de vendas. Segundo o IPC, Artigos Residenciais teve crescimento de 0,25% com relação a julho de 2010, mantendo-se praticamente estável.

Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação nas vendas em agosto, sobre igual mês do ano anterior, de 13,95%, variação de 1,47% no ano e de 3,03% no acumulado de 12 meses. As variações de receita nominal foram de 15,80% sobre agosto de 2009, 4,84% no acumulado do ano e de 6,83% no acumulado de 12 meses.

A atividade Material de Construção, que faz parte do comércio varejista ampliado, apresentou resultado positivo com alta no volume de vendas de 11,93% no mês e de 19,01% no acumulado do ano. Após o ano de 2009 com resultados acumulados negativos, esse segmento teve crescimentos consideráveis nos meses anteriores. Esses resultados sinalizam a recuperação do setor dos efeitos da crise financeira, através da redução do IPI para um conjunto de produtos básicos do ramo, implementado a partir de abril/09, do aumento da confiança dos agentes econômicos e do crescimento observado no setor em Goiás.

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou variação de 6,51% nas vendas em agosto, sobre igual mês do ano anterior e 10,27% no ano. A variação da receita nominal da atividade em agosto10/agosto09 e no ano foi de 7,88% e 12,03%, respectivamente. Este desempenho foi proporcionado em grande parte pelo aumento da massa real de salários aliados à ampliação do programa de transferência de renda, que tem no programa bolsa família o principal destaque.

A atividade Combustíveis e lubrificantes apresentou variação negativa no volume de vendas, na comparação com o ano anterior, -0,89%. A receita nominal apresentou queda de 7,15%, no mês. No acumulado do ano há crescimento de 1,62% no volume de vendas e queda de 2,93% na receita nominal.

Equipe de Conjuntura da Seplan:
Daniela Vieira de Oliveira

Dinamar Ferreira Marques

Eduiges Romanatto

Marcos Fernando Arriel

Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha