Vendas no comércio varejista crescem 15,4% em janeiro.


Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Comércio Varejista de Goiás apresentou em janeiro, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 15,40% sobre janeiro do ano anterior e de 6,11% no acumulado dos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 15,12% e de 9,22%, respectivamente.

O incremento no volume de vendas ficou acima do percentual nacional que foi de 10,37% sobre janeiro do ano anterior, mas abaixo no acumulado dos últimos 12 meses que apresentou acréscimo de 6,24% no indicador nacional. Para a receita nominal no comércio varejista, o resultado de Goiás ficou acima do nacional com base no ano anterior, mas, aquém do índice brasileiro no acumulado dos 12 meses. No Brasil, as variações para os mesmos indicadores foram de 12,60% e 10,13%, respectivamente (Tabelas 1 e 2).

O comércio varejista ampliado, que inclui os segmentos de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, apresentou crescimento de 12,43% para o volume de vendas para Goiás em janeiro de 2010 comparado à janeiro de 2009. Para a receita, houve um acréscimo de 11,46%.

Tabela 1 – Estado de Goiás e Brasil: Variação do Volume de Vendas no comércio varejista –  janeiro de 2010

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

jan*

12 meses

jan*

12 meses

Comércio varejista geral

10,37

6,24

15,40

6,11

Combustíveis e Lubrificantes

4,77

0,92

2,74

-4,74

Hipermercados supermercados produtos alimentícios, bebidas e fumo

10,19

8,60

15,40

10,03

Hipermercados e Supermercados

9,94

8,37

15,38

9,91

Tecidos, vestuários e calçados

2,27

-2,25

6,07

1,71

Móveis e eletrodomésticos

17,66

3,10

27,39

3,93

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos

10,31

11,86

6,92

12,10

Livros, jornais, revistas e papelaria

7,01

7,76

-11,21

-1,48

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

32,23

11,81

6,78

7,06

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

6,02

8,46

-0,81

18,25

Comércio varejista ampliado geral

10,31

7,40

12,43

6,74

Veículos, motores, partes e peças

10,30

11,87

9,07

9,53

Material de construção

9,51

-5,03

14,54

-7,72

* Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.

 

Tabela 2 – Estado de Goiás e Brasil: Variação da Receita Nominal no comércio varejista – janeiro de 2010

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

jan*

12 meses

jan*

12 meses

Comércio varejista geral

12,60

10,13

15,12

9,22

Combustíveis e Lubrificantes

8,83

2,21

7,26

-0,07

Hipermercados supermercados produtos alimentícios, bebidas e fumo

12,15

12,76

15,59

13,73

Hipermercados e Supermercados

11,95

12,52

15,58

13,61

Tecidos, vestuários e calçados

8,28

4,43

9,27

7,08

Móveis e eletrodomésticos

16,00

2,38

22,48

2,40

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos

15,91

18,41

13,58

20,19

Livros, jornais, revistas e papelaria

11,44

12,48

-8,08

2,78

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

23,88

6,51

-0,87

1,05

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

15,09

18,07

6,96

25,26

Comércio varejista ampliado geral

11,64

8,15

11,46

5,62

Veículos, motores, partes e peças

9,15

5,43

6,23

2,60

Material de construção

13,77

3,30

18,76

-0,12

* Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.

 

 

Atentando-se para a média móvel de 03 meses das vendas (Gráfico 1), percebe-se a expressiva recuperação do comércio com a melhora do indicador desde o início de 2009, saindo de 1,87% de crescimento em fevereiro/09 para 13,88% de variação em janeiro/10.

Na média móvel de 12 meses, as vendas ainda apontam para um esfriamento do comércio puxado pela situação conjuntural desde outubro/2008 com o índice apresentando uma queda no crescimento. A média móvel de 12 meses do mês de janeiro apresentou um crescimento de 5,85%, crescimento inferior quando comparado a média móvel deste mês no ano de 2009, em que este índice apresentou um crescimento de 8,73%.

Na média móvel de 3 meses, a receita de vendas apresentou um aumento de 13,83%. A média móvel de 12 meses apresentou queda no crescimento desde o final de 2008 e em janeiro apresentou um acréscimo de 9,02%.



RESULTADOS SETORIAIS

 

Nos resultados sobre o mesmo período do ano anterior, oito das dez atividades obtiveram variações positivas em termos de volume de vendas, listadas a seguir pela ordem decrescente de magnitude das taxas: Móveis e eletrodomésticos (27,39%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (15,40%); Material de construção (14,54%); Veículos e motos, partes e peças (9,07%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6,92%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (6,78%); Tecidos, vestuário e calçados (6,07%); Combustíveis e lubrificantes (2,74%). As variações negativas ocorreram em Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,81%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-11,21%).

O aumento de 27,39% no volume de vendas e de 22,48% na receita nominal em relação a janeiro do ano passado da atividade Móveis e eletrodomésticos é decorrente de fatores econômicos, como a melhoria do crédito e queda dos preços da chamada linha branca proporcionada pela redução do IPI, e também de um fator estatístico: redução do ritmo de vendas no mês-base de comparação (janeiro/09). Em termos acumulados, no entanto, o segmento revela uma menor taxa de desempenho, 3,93% nos últimos 12 meses para as vendas, e de 2,4% para a receita.

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentaram variação de 15,4% nas vendas em janeiro, sobre igual mês do ano anterior e 10,03% nos últimos 12 meses. A variação da receita nominal da atividade na comparação janeiro10/janeiro09 e no acumulado de 12 meses foi de 15,59% e 13,73%, respectivamente. Este desempenho foi proporcionado em grande parte pelo aumento da massa real de salários (5,3% de variação sobre janeiro/09, segundo a PME, no que se refere à massa de rendimento real habitual dos ocupados) e pela estabilização dos preços dos alimentos (variação de 1,77% com relação a dezembro/09 para o Grupo Alimentação, segundo o IPC); aliados à ampliação do programa de transferência de renda, que tem no bolsa família o principal destaque.

A atividade Material de Construção apresentou o terceiro resultado positivo após 12 meses de queda com alta no volume de vendas de 14,54%, mas ainda apresenta resultados acumulados negativos da ordem de -7,72% para os últimos 12 meses. Esses resultados sinalizam a recuperação do setor dos efeitos da crise financeira, através da redução do IPI para um conjunto de produtos básicos do ramo, implementado a partir de abril/09, e do aumento da confiança dos agentes econômicos.

A atividade Veículos e motores, partes e peças, que integra o Comércio Varejista Ampliado, apresentou o quarto maior crescimento no volume de vendas na relação janeiro10/janeiro09, 9,07%. No acumulado dos últimos 12 meses, este crescimento ainda é bem inferior ao mesmo período do ano anterior demonstrando que o segmento foi afetado pela crise econômica (9,53% em 2010 versus 19,26% em 2009). No que diz respeito à receita nominal de vendas, esta atividade apresenta um crescimento de 6,23%, quando comparado a janeiro de 2009, e no acumulado dos últimos 12 meses o crescimento é de 2,60%. Essa atividade é uma das que mais se retraíram com os impactos iniciais da crise financeira internacional e o resultado positivo foi alcançado graças à política de redução do IPI para veículos de até 2000 cilindradas, implementada ainda no final de 2008; auxiliada no decorrer de 2009 pela gradativa retomada do crédito.

O segmento Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou crescimento de 6,92% nas vendas na comparação com janeiro do ano passado e taxa acumulada de 12,10% para os últimos 12 meses. Para estes indicadores, o crescimento na receita nominal de vendas foi de 13,58% e 20,19%, respectivamente. Os principais fatores a contribuir para isto foram a manutenção do crescimento da massa real de salários;  a ampliação da oferta de medicamentos genéricos – estimulando o consumo por alternativas mais vantajosas de preços; e a própria essencialidade dos produtos do gênero.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, obteve um crescimento de 6,78% na relação janeiro10/janeiro09. Para a receita nominal a queda é de 0,87% em janeiro, após um mês de expressivo crescimento (135,86% em dezembro/09).

O segmento Tecidos, vestuário e calçado, apresentou crescimento de 6,07% nas vendas na comparação com janeiro do ano passado. A taxa acumulada de 12 meses foi de 1,71%, segundo mês de crescimento acumulado positivo, após 08 meses de taxas negativas. Para a receita nominal de vendas o crescimento foi de 9,27%, com base no ano anterior, e de 7,08% no acumulado de 12 meses.  Este baixo desempenho na taxa acumulada de vendas pode ser explicado pela alta de preços do setor, apresentando variação de 7,64% no acumulado de 12 meses do grupo Vestuário, segundo o IPC.

A atividade Combustíveis e lubrificantes apresentou o 1º resultado positivo após 08 meses de queda consecutiva no volume de vendas, na comparação com o ano anterior, 2,74%. A receita nominal apresentou resultado positivo com crescimento de 7,26% para este indicador. No acumulado de 12 meses, a queda é de 4,74% no volume de vendas e de 0,07% nas receitas.

A atividade Outros artigos de uso pessoal e doméstico em novembro obteve uma variação negativa, -0,81%, após vários meses de significantes crescimentos positivos. Porém, no acumulado dos últimos 12 meses este segmento possui o maior incremento, 18,25%. Englobando segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheira, artigos esportivos, brinquedos, etc, este foi o segmento do comércio varejista menos afetado pela crise econômica mundial.

Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação nas vendas em janeiro, sobre igual mês do ano anterior, de -11,21% e de -1,48% no acumulado de 12 meses. As variações de receita nominal foram de -8,08% sobre janeiro de 2009 e de 2,78% no acumulado de 12 meses.

 

Equipe de Conjuntura da Seplan:
Daniela Vieira de Oliveira

Dinamar Ferreira Marques

Eduiges Romanatto

Lucelena Fátima de Melo

Marcos Fernando Arriel

Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

Rafael Marques de Camargos

 

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