Vendas no comércio varejista crescem 11,92% no 4º trimestre em Goiás.
Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Comércio Varejista de Goiás apresentou em dezembro, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 14,91% sobre dezembro do ano anterior, de 5,07% no acumulado dos doze meses do ano e 11,92% no 4º trimestre de 2009. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 14,92%, 8,65% e de 12,32%, respectivamente.
O incremento no volume de vendas e na receita nominal de vendas em dezembro, sobre dezembro do ano anterior e no 4º trimestre, ficou acima do percentual nacional tanto no índice do comércio varejista geral quanto no ampliado. Porém nos acumulado dos 12 meses os resultados nacionais foram melhores com incrementos maiores que o estadual, conforme é demonstrado nas tabelas 1 e 2.
Tabela 1 – Estado de Goiás e Brasil: Variação do volume de vendas no comércio varejista – dezembro de 2009
Segmentos
|
Variação (%)
|
|||||
Brasil
|
Goiás
|
|||||
dez*
|
No ano
|
4º Tri
|
dez*
|
No ano
|
4º Tri
|
|
Comércio varejista geral
|
9,14
|
5,87
|
8,82
|
14,91
|
5,07
|
11,92
|
Combustíveis e Lubrificantes
|
5,34
|
0,82
|
3,21
|
-4,36
|
-4,19
|
-3,92
|
Hipermercados supermercados produtos alimentícios, bebidas e fumo
|
9,74
|
8,34
|
10,04
|
17,77
|
8,89
|
15,33
|
Hipermercados e Supermercados
|
9,31
|
8,10
|
9,71
|
17,83
|
8,77
|
15,25
|
Tecidos, vestuários e calçados
|
5,78
|
-2,76
|
5,06
|
10,86
|
1,53
|
10,63
|
Móveis e eletrodomésticos
|
13,21
|
2,11
|
10,42
|
18,12
|
1,36
|
13,92
|
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos
|
10,72
|
11,76
|
11,43
|
19,00
|
12,21
|
13,62
|
Livros, jornais, revistas e papelaria
|
9,31
|
9,56
|
10,33
|
12,10
|
0,84
|
6,78
|
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação
|
3,72
|
10,57
|
7,64
|
159,87
|
3,40
|
27,04
|
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
|
6,80
|
8,39
|
7,70
|
12,71
|
21,02
|
12,41
|
Comércio varejista ampliado geral
|
14,32
|
6,85
|
13,91
|
21,88
|
6,01
|
19,02
|
Veículos, motores, partes e peças
|
28,20
|
11,05
|
27,87
|
35,56
|
9,35
|
32,20
|
Material de construção
|
16,78
|
-5,92
|
4,72
|
8,03
|
-9,58
|
1,29
|
* Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior
|
|
|
||||
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
|
|
|
Tabela 2 – Estado de Goiás e Brasil: Variação da Receita Nominal no comércio varejista – dezembro de 2009
Segmentos
|
Variação (%)
|
|||||
Brasil
|
Goiás
|
|||||
dez*
|
No ano
|
4º Tri
|
dez*
|
No ano
|
4º Tri
|
|
Comércio varejista geral
|
11,91
|
10,04
|
11,54
|
14,92
|
8,65
|
12,32
|
Combustíveis e Lubrificantes
|
7,93
|
1,87
|
5,19
|
-1,67
|
0,27
|
-2,60
|
Hipermercados supermercados produtos alimentícios, bebidas e fumo
|
11,29
|
13,09
|
11,90
|
17,48
|
13,38
|
15,55
|
Hipermercados e Supermercados
|
10,90
|
12,84
|
11,61
|
17,58
|
13,24
|
15,50
|
Tecidos, vestuários e calçados
|
11,63
|
3,95
|
11,12
|
15,24
|
7,26
|
15,06
|
Móveis e eletrodomésticos
|
12,07
|
1,45
|
8,94
|
13,16
|
0,25
|
9,74
|
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos
|
17,15
|
18,27
|
17,83
|
27,17
|
20,08
|
21,78
|
Livros, jornais, revistas e papelaria
|
14,78
|
14,13
|
15,93
|
16,48
|
5,27
|
11,52
|
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação
|
0,37
|
5,18
|
3,32
|
135,86
|
-2,23
|
19,17
|
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
|
16,34
|
17,95
|
17,28
|
20,50
|
27,94
|
20,20
|
Comércio varejista ampliado geral
|
15,28
|
7,74
|
14,01
|
19,34
|
5,11
|
15,92
|
Veículos, motores, partes e peças
|
23,48
|
4,45
|
21,16
|
28,32
|
2,33
|
23,39
|
Material de construção
|
21,36
|
3,04
|
9,39
|
12,83
|
-1,52
|
5,58
|
* Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior
|
|
|
||||
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
|
|
|
Atentando-se para a média móvel de 03 meses do volume de vendas (Gráfico 1), percebe-se que houve desaceleração do crescimento a partir do 2º semestre de 2008, porém a tendência de queda do volume de vendas se estabilizou e em dezembro deste ano, o aumento da média móvel de 03 meses, com crescimento de 11,66%, já se apresentou maior que a média do mesmo período do ano anterior, com crescimento de 4,12%.
Na média móvel de 12 meses, as vendas ainda apontam para um esfriamento do comércio puxado pela situação conjuntural desde outubro/2008 com o índice apresentando queda no crescimento. Como esse índice é uma média dos percentuais de crescimento dos 12 meses, a média móvel abrange todo o período de crise econômica com percentuais baixos de crescimento, sendo um reflexo do que significou essa crise para o comércio varejista. O mês de dezembro apresentou um crescimento de 4,78%, crescimento bem inferior quando comparado à média móvel deste mês no ano de 2008, em que este índice apresentou um crescimento de 9,05%.
A receita de vendas, na média móvel de 3 meses, apresentou um aumento de 12,08%. A média móvel de 12 meses apresentou queda no crescimento desde o final de 2008 e em dezembro apresentou um acréscimo de 8,44%.
RESULTADOS SETORIAIS
Nos resultados sobre o mesmo período do ano anterior, nove das dez atividades obtiveram variações positivas em termos de volume de vendas, listadas a seguir pela ordem decrescente de magnitude das taxas: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (159,87%) Veículos e motos, partes e peças (35,56%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (19,00%); Móveis e eletrodomésticos (18,12%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (17,77%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (12,71%); Livros, jornais, revistas e papelaria (12,10%); Tecidos, vestuário e calçados (10,86%); Material de construção (8,03%). A única atividade com variação negativa ocorreu em Combustíveis e lubrificantes, com queda de 4,36%.
O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, obteve o maior crescimento, com aumento de 159,87%, na relação dezembro09/dezembro08. Para a receita nominal o aumento é de 135,86%. O crescimento acentuado deste setor se deve, em parte, à queda expressiva ocorrida em dezembro de 2008 e aos três meses consecutivos de queda. No trimestre, esta atividade apresentou um crescimento de 27,04% no volume de vendas e de 19,17% na receita nominal.
A atividade Veículos e motores, partes e peças, que integra o Comércio Varejista Ampliado,apresentou o segundo maior crescimento no volume de vendas na relação dezembro09/dezembro08, 35,56%. Essa atividade é uma das que mais se retraíram com os impactos iniciais da crise financeira internacional. No acumulado do ano, este crescimento ainda é bem inferior ao mesmo período do ano anterior demonstrando que o segmento foi afetado pela crise econômica. No que diz respeito à receita nominal de vendas, esta atividade apresenta crescimento de 28,32% quando comparado dezembro de 2009 com o ano anterior, mas no acumulado do ano o incremento foi de apenas 2,33%, e no trimestre é de 23,39%. O resultado positivo foi alcançado graças à política de redução do IPI para veículos de até 2000 cilindradas, implementada ainda no final de 2008; auxiliada no decorrer de 2009 pela gradativa retomada do crédito.
O segmento Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou crescimento de 19,00% nas vendas na comparação com dezembro do ano passado e taxas acumuladas de 12,21% no ano e 13,62% no trimestre. Para estes indicadores, o crescimento na receita nominal de vendas foi de 27,17%, 20,08% e 21,78%, respectivamente.Os principais fatores a contribuir para isto foram a manutenção do crescimento da massa real de salários; a ampliação da oferta de medicamentos genéricos – estimulando o consumo por alternativas mais vantajosas de preços; e a própria essencialidade dos produtos do gênero.
O aumento de 18,12% no volume de vendas em relação a dezembro do ano passado da atividade Móveis e eletrodomésticos decorre não só de fatores econômicos, como a melhoria do crédito e queda dos preços da chamada linha branca proporcionada pela redução do IPI, entre outros; mas também de um fator estatístico: redução do ritmo de vendas no mês-base de comparação (dezembro/08). Em termos acumulados, no entanto, o segmento revela uma menor taxa de desempenho: 1,36% e 13,92% no acumulado do ano e no 4º trimestre, respectivamente.
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentaram variação de 17,77% nas vendas em dezembro, sobre igual mês do ano anterior, 8,89% no acumulado do ano e 15,33% no 4º trimestre. A receita nominal da atividade em dezembro09/dezembro08, no acumulado do ano e no trimestre foram de 17,48%, 13,38% e 15,55%, respectivamente. Este desempenho foi proporcionado em grande parte pelo aumento da massa real de salários e pela estabilização dos preços dos alimentos; aliados à ampliação do programa de transferência de renda, que tem no bolsa família o principal destaque.
A atividade Outros artigos de uso pessoal e doméstico, apresentou um crescimento no volume de vendas na relação dezembro09/dezembro08 de 12,71%. No acumulado do ano e no ultimo trimestre de 2009 este segmento apresentou incremento de 21,02% e 12,41%, respectivamente. Este foi o segmento do comércio varejista menos afetado pela crise econômica mundial.
Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação nas vendas em dezembro, sobre igual mês do ano anterior, de 12,10%, variação de 0,84% no acumulado do ano e de 6,78% no 4º trimestre. As variações de receita nominal foram de 16,48% sobre dezembro de 2008, 5,27% no acumulado de 2009 e de 11,52% no último trimestre.
O segmentoTecidos, vestuário e calçados,apresentou crescimento de 10,86% nas vendas na comparação com dezembro do ano passado. As taxas acumuladas no ano e trimestre também foram positivas, com acréscimos respectivos de 1,53% e 10,63%. Para a receita nominal de vendas estes indicadores apresentaram resultados positivos de 15,24%, 7,26% e 15,06%, respectivamente.
A atividade Material de Construção apresentou o segundo resultado positivo após 12 meses de queda com alta no volume de vendas de 8,03%, mas ainda apresenta resultados negativos da ordem de -9,58% para o acumulado do ano e resultado positivo de 1,29% para 4º trimestre. Esses resultados mostram que mesmo com os incentivos oficiais de redução do IPI para um conjunto de produtos básicos do ramo, implementados a partir de abril/09, o segmento não se recuperou, portanto, dos efeitos da crise financeira.
A atividade Combustíveis e lubrificantes apresentou a 8º queda consecutiva no volume de vendas, na comparação com o ano anterior, -4,36%. A receita nominal apresentou resultado negativo com queda de 1,67% para este indicador. No acumulado do ano há queda 4,19% no volume de vendas e crescimento de 0,27% na receita nominal. No trimestre a queda é de 3,92% no volume de vendas e queda de 2,60% nas receitas.
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