Vendas do comércio goiano voltam a subir em março, 5,5%


De acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC/IBGE), o volume do comércio goiano na série sem ajuste sazonal, ou seja, comparado ao mesmo período do ano anterior, voltou a crescer após de 39 quedas consecutivas, registrando taxa de 5,5% em março em relação a março de 2017. Nesta mesma métrica, o Brasil registrou taxa de 6,5%. Essas são as maiores taxas registradas desde maio de 2014 tanto para o Brasil, quanto para Goiás. Acre (18,1%) e Amazonas (15,7%) registraram as maiores variações, enquanto Pernambuco (-0,3%) foi o único estado a registrar taxa negativa.

No acumulado do ano Goiás fechou com retração de 5,5% e em 12 meses (-7,5%). O resultado para as vendas do país, já registrou 12 variações positivas consecutivas, com taxas de 3,8% no período de janeiro a março e 3,7% nos últimos doze meses. Os setores do comércio goiano que tiveram as maiores variações no volume de vendas no período foram: outros artigos de uso pessoal e doméstico (24,5%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (10,3%), puxados principalmente pela páscoa, que neste ano foi comemorada no mês de março, enquanto que no ano de 2017 ocorreu em abril. No sentido contrário, os segmentos de livros, jornais, revistas e papelarias (-19,8%) e combustíveis e lubrificantes (-7,7%) obtiveram as únicas quedas dos segmentos do comercio restrito goiano. A retração nas vendas do segmento de livros, jornais, revistas e papelarias (-19,8%) dá-se principalmente pelo avanço tecnológico, substituição dos produtos impressos pelos de meio eletrônico. Já as variações negativas nos combustíveis e lubrificantes se deu devido as altas nos preços dos combustíveis no estado, que registrou alta de 1,8%, segundo Índice de Preços ao Consumidor de Goiânia (IPC).

 

Na Tabela 1 é apresentado os dados do comércio goiano por segmentos referente a volume. O grupamento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, joalheria, artigos esportivos e brinquedos. Com o resultado de março de 2018, esse segmento registrou a taxa mais acentuada desde março de 2015 (25,7%). Com isso, o segmento acumulou, nos três primeiros meses do ano, taxa de 11,7%, registrando, assim, a terceira maior variação entre as atividades do varejo para essa comparação. O indicador acumulado nos últimos doze meses fechou com taxa de -6,4%. Outro segmento que contribuiu para o resultado favorável foi o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, foi a atividade que exerceu o maior impacto positivo no desempenho global do varejo goiano. A taxa registrada no mês é a mais acentuada desde março de 2014 (10,7%). O aumento da massa de rendimentos reais habitualmente recebida44 e a redução sistemática da inflação de alimentação no domicílio55 são fatores que também ajudam a explicar o bom desempenho do setor.

 

O estado goiano também apresentou desempenho favorável no comércio varejista ampliado, isto é, acrescentados os setores de veículos, motocicletas, partes e peças e material de construção, registrando alta de 3,2% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Essa taxa foi a mais acentuada desde maio de 2014. Apesar do crescimento, o segmento de material de construção ainda teve queda no período, o que aconteceu devido à crise no setor imobiliário e de construção, de maneira que esse segmento vem apresentando queda desde fevereiro do ano passado. Nessa comparação todas as Unidades da Federação registraram resultados positivos, sendo o estado do Espírito Santo o que registrou a maior variação (16,3%). Conforme é apresentado no Gráfico 3.

No acumulado nos últimos doze meses o volume de vendas do varejo ampliado em Goiás recuou 5,9%, sendo a única taxa negativa entre os estados. As maiores variações positivas do período foram observadas em: Santa Catarina (15,8%), Amazonas (15,2%) e Rio Grande do Sul (14,3%) e no mesmo período, o comércio ampliado brasileiro cresceu 6,2%.

 

O volume de vendas do varejo goiano, em março de 2018, voltou a sinalizar variação positiva e teve crescimento tanto na série com ajuste sazonal (1,4%), quanto na interanual (5,5%). Desta forma, a expectativa é de que o comércio goiano cresça nos próximos meses, já que os números das demais variáveis macroeconômicas têm sido positivas tanto para o país quanto para o estado, os quais sofreram com a crise, que teve seu auge em 2016, mas agora estão retomando o crescimento de forma gradual, como está ocorrendo nas vendas do comércio varejista.

 

Tabela 1 – Variações (%) do Volume de Vendas do Comércio Varejista Ampliado – Brasil e Goiás –  março 2018

Atividades

Interanual*

Acumulado

no ano*

Acumulado

12 meses **

Varejo – Brasil

6,5

3,8

3,7

Varejo -Goiás

5,5

-5,5

-7,5

Combustíveis e lubrificantes

-7,7

-11,2

-21,3

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

10,3

-11,3

-11,7

Hipermercados e supermercados

11,3

-11,9

-11,7

Tecidos, vestuário e calçados

-2,6

-11,4

-5,6

Móveis e eletrodomésticos

5,2

11,7

10,9

Móveis

3,0

8,2

6,5

Eletrodomésticos

7,0

14,0

13,4

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos

3,5

4,8

3,8

Livros, jornais, revistas e papelaria

-19,8

-16,5

-17,9

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

0,7

5,1

-9,3

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

24,5

11,7

-6,4

Varejo Ampliado – Brasil

7,8

6,6

6,2

Varejo Ampliado – Goiás

3,2

-0,2

-5,9

Veículos, motocicletas, partes e peças

5,2

17,0

-5,5

Material de construção

-16,9

-8,5

-9,5

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2018.

Base igual período do ano anterior

**Base igual período anterior

 

 

 

Tabela 2 – Variações (%) da Receita Nominal do Comércio Varejista Ampliado – Brasil e Goiás – março 2018

Atividades

Interanual*

Acumulado

no ano*

Acumulado

12 meses **

Varejo – Brasil

7,1

4,1

3,1

Varejo -Goiás

7,3

-4,9

-7,7

Combustíveis e lubrificantes

8,1

1,6

-17,0

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

6,5

-14,4

-14,6

Hipermercados e supermercados

7,7

-14,9

-14,4

Tecidos, vestuário e calçados

-1,1

-9,2

-2,7

Móveis e eletrodomésticos

6,7

12,0

10,1

Móveis

6,9

9,9

7,3

Eletrodomésticos

6,8

13,3

10,9

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos

6,6

8,1

7,1

Livros, jornais, revistas e papelaria

-17,7

-13,7

-15,2

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

-4,8

-2,9

-18,2

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

25,9

12,9

-4,3

Varejo Ampliado – Brasil

8,3

6,7

5,2

Varejo Ampliado – Goiás

5,0

-0,2

-6,7

Veículos, motocicletas, partes e peças

6,0

16,6

-7,5

Material de construção

-14,6

-6,9

-11,0

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2018.

Base igual período do ano anterior

**Base igual período anterior

 

 

         

 

 

 



 

Equipe de Conjuntura do IMB:

Welington José de Souza Filho

Jalda Claudino

Dinamar Maria Ferreira Marques

________________________________________________________________________________________________________________

4IBGE/DPE/COREN a massa de rendimentos real habitualmente recebida é 1,8% (jan-mar2018) contra 0,6% (jan-mar 2017)

5 – Segundo o IPCA/IBGE de Goiânia, o grupamento de alimentos no domicílio registrou -5,54% em mar/18

Governo na palma da mão

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