Varejo goiano recua 11,8% e mantém ritmo de queda no ano de 2015.
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE mostra que em setembro houve uma aceleração na queda no comércio no Estado de Goiás, registrando -11,8% (na comparação do mesmo mês em anos subsequentes, ou seja, sem ajuste sazonal).
Situando este resultado em âmbito nacional verifica-se que o mesmo foi mais acentuado do que o registrado no Brasil, -6,2%. Além disso, inversamente do que aconteceu em Goiás, no Brasil, observou-se que houve uma desaceleração do decrescimento, sem ajuste sazonal, a queda registrada no mês de agosto foi de -6,9%, ou seja, uma diferença de 0,7 pontos percentuais (p.p.).
Na análise do comércio sem ajuste sazonal, a exemplo do que ocorreu no mês anterior, apenas o estado de Roraima apresentou variação positiva no volume de vendas de 2,0%. Houve semelhança também nas três maiores quedas, que foram dos estados do Amapá, Paraíba e Alagoas, em respectivamente, -18,9%, -15,0% e 13,2%.
A tabela 1 mostra que na comparação com ajuste sazonal, entre setembro de 2015 e agosto de 2015, o comércio varejista nacional apresentou queda no volume de vendas e incremento de receita nominal, em 0,5% e 0,1%, respectivamente. Enquanto Goiás apresentou queda em ambos, redução de 0,9% em volume e 0,2% na receita nominal.
Tabela 1 – Brasil e Goiás: Variação do Volume e da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2015 (Com Ajuste Sazonal Base: Mês anterior = 100) (%)
|
Setembro / 2015 |
|
Brasil |
Goiás |
|
Volume de Vendas |
-0,5 |
-0,9 |
Receita de Vendas |
0,1 |
-0,2 |
Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio.
Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015.
Na série com ajuste sazonal (ou seja, sem o efeito de eventos sazonais, como de datas comemorativas, feriados, entre outros que influenciam nos resultados das vendas) que permite a comparação entre meses subsequentes, apenas três estados tiveram taxas positivas no volume de vendas, Alagoas, São Paulo, Bahia e Paraná, de respectivamente, 1,7%, 1,5%, 0,2% e 0,1%. No extremo oposto, os Estados do Maranhão, Mato Grosso do Sul e Acre, apresentaram queda de 5,3%, 3,0% e 2,4%, respectivamente.
Varejo Goiano Restrito
A tabela 2 mostra que no âmbito restrito o comércio varejista goiano, em volume, no mês de setembro de 2015 apresentou queda de 11,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior (série sem ajuste), nesta comparação dos os oitos segmentos que compõem o comércio varejista, sete apresentaram queda, com destaque para móveis e eletrodomésticos, que teve recuo de 23,9%. Este resultado ruim para um importante segmento da economia está atrelado a forte queda do consumo da população brasileira que, paulatinamente, vem piorando devido a forte aceleração inflacionária – em setembro o acumulado no ano do índice de preços ao consumidor amplo (IPCA/IGE) registrou 7,64%, maior valor obtido desde 2003, para o mesmo período – e a redução de postos de trabalho.
Tabela 2 – Brasil e Estado de Goiás: Variação do volume de vendas no comércio varejista – 2015 (Base: Igual mês do ano anterior = 100) |
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Segmentos |
Variação (%) |
||||||||||
Brasil |
Goiás |
||||||||||
Variação Mensal |
Acumulado |
Variação Mensal |
Acumulado |
||||||||
Jul/15 |
Ago/15 |
Set/15 |
No Ano |
12 Meses |
Jul/15 |
Ago/15 |
Set/15 |
No Ano |
12 Meses |
||
Comércio Varejista Geral |
-3,9 |
-6,9 |
-6,2 |
-3,3 |
-2,1 |
-8,8 |
-10,8 |
-11,8 |
-9,5 |
-7,1 |
|
Combustíveis e lubrificantes |
-4,3 |
-7,1 |
-8,7 |
-4,4 |
-2,9 |
-4,0 |
2,5 |
-13,0 |
-2,5 |
-0,3 |
|
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo |
-2,7 |
-4,8 |
-2,2 |
-2,3 |
-1,7 |
-8,5 |
-10,8 |
-7,6 |
-13,3 |
-11,5 |
|
Hipermercados e supermercados |
-2,7 |
-5,0 |
-2,1 |
-2,2 |
-1,6 |
-8,7 |
-10,6 |
-7,8 |
-13,5 |
-11,7 |
|
Tecidos, vestuário e calçados |
-8,1 |
-13,7 |
-12,9 |
-7,3 |
-5,2 |
-11,7 |
-14,3 |
-10,4 |
-8,7 |
-6,8 |
|
Móveis e eletrodomésticos |
-12,8 |
-18,6 |
-17,9 |
-13,0 |
-9,6 |
-17,2 |
-21,7 |
-23,9 |
-15,4 |
-10,8 |
|
Móveis |
-14,5 |
-18,1 |
-21,7 |
-14,7 |
-11,8 |
-17,2 |
-24,2 |
-25,9 |
-17,5 |
-15,1 |
|
Eletrodomésticos |
-11,9 |
-18,8 |
-16,1 |
-12,2 |
-8,6 |
-17,3 |
-20,9 |
-23,1 |
-14,6 |
-9,3 |
|
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos |
1,9 |
1,1 |
-1,1 |
3,6 |
4,7 |
-0,3 |
-1,6 |
-2,0 |
1,2 |
2,2 |
|
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação |
-9,0 |
-15,5 |
-14,9 |
-9,7 |
-9,6 |
-7,4 |
-14,1 |
-0,4 |
-13,5 |
-12,3 |
|
Livros, jornais, revistas e papelaria |
-5,2 |
-7,3 |
-9,7 |
4,0 |
4,2 |
-5,0 |
-3,6 |
5,2 |
15,9 |
16,9 |
|
Outros artigos de uso pessoal e doméstico |
0,3 |
-2,8 |
-7,0 |
1,5 |
3,4 |
3,4 |
-4,9 |
-6,5 |
6,3 |
8,6 |
|
Comércio varejista ampliado geral |
-7,0 |
-9,6 |
-11,5 |
-7,4 |
-6,0 |
-13,6 |
-14,9 |
-19,5 |
-13,0 |
-10,1 |
|
Veículos, motocicletas, partes e peças |
-13,3 |
-15,6 |
-21,8 |
-16,1 |
-14,3 |
-21,2 |
-23,0 |
-31,0 |
-20,5 |
-16,4 |
|
Material de construção |
-7,1 |
-9,2 |
-12,8 |
-6,4 |
-4,9 |
-7,6 |
-6,1 |
-11,6 |
-0,9 |
-1,1 |
|
Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio |
|||||||||||
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015 |
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A tabela 3 mostra um resultado preocupante em Goiás, o comércio varejista (em termos restritos) registrou queda de 3,8% em setembro, e já acumula em doze meses -1,2% de queda na receita nominal. Este resultado é preocupante, pois a receita nominal em queda em um cenário de inflação elevada – em setembro o IPCA em 12 meses registra 9,49% – faz com que a receita real seja, significativamente, pior que a nominal.
Tabela 3 – Brasil e Estado de Goiás: Variação da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2015 (Base: Igual mês do ano anterior = 100) |
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Atividades |
Variação (%) |
|||||||||
Brasil |
Goiás |
|||||||||
Variação Mensal |
Acumulado |
Variação Mensal |
Acumulado |
|||||||
Jul/15 |
Ago/15 |
Set/15 |
No Ano |
12 Meses |
Jul/15 |
Ago/15 |
Set/15 |
No Ano |
12 Meses |
|
Comércio Varejista Geral |
3,8 |
1,2 |
1,8 |
3,5 |
4,5 |
-2,5 |
-3,9 |
-3,8 |
-3,3 |
-1,2 |
Combustíveis e lubrificantes |
6,7 |
4,0 |
2,6 |
5,1 |
5,5 |
3,2 |
11,5 |
1,9 |
5,8 |
7,3 |
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo |
7,0 |
4,9 |
7,4 |
6,2 |
6,5 |
2,3 |
-0,1 |
2,8 |
-3,4 |
-2,2 |
Hipermercados e supermercados |
6,7 |
4,5 |
7,2 |
6,1 |
6,4 |
1,7 |
-0,1 |
2,5 |
-3,8 |
-2,6 |
Tecidos, vestuário e calçados |
-4,9 |
-10,2 |
-9,3 |
-4,0 |
-1,9 |
-8,9 |
-11,8 |
-7,8 |
-5,7 |
-3,7 |
Móveis e eletrodomésticos |
-10,8 |
-16,3 |
-16,1 |
-10,9 |
-6,8 |
-17,6 |
-20,9 |
-22,0 |
-14,8 |
-10,0 |
Móveis |
-9,8 |
-14,2 |
|