Taxa anualizada da indústria goiana foi a maior do país, atingiu 12,3%
Conforme dados da pesquisa mensal da indústria, publicada pelo IBGE, a produção industrial brasileira ficou estável (0,0%) na passagem abril para maio deste ano, na série com ajuste sazonal. Os índices regionais da produção industrial, descontados os efeitos sazonais, mostraram crescimento em seis dos quatorze locais pesquisados, com acréscimo mais acentuado sendo registrado pelo Paraná (17,7%), eliminando a queda de 15,0% observada no mês anterior. As demais taxas positivas foram assinaladas nos seguintes locais: Bahia (4,0%), Rio de Janeiro (2,8%), região Nordeste (1,6%), Pernambuco (1,5%) e Minas Gerais (1,1%). Santa Catarina (0,0%) repetiu o patamar do mês anterior. As regiões com recuo na produção foram: São Paulo e Ceará (ambos com -0,9%), Rio Grande do Sul (-2,0%), Amazonas (-2,2%), Goiás (-2,4%), Espírito Santo (-2,8%) e Pará (-2,9%).
Na comparação com maio de
Tabela 1
Indicadores Conjunturais da Indústria
Resultados Regionais
Maio/2010
(%) |
||||
Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação |
Mês/mês* |
Mesmo mês ano anterior |
Acumulado jan a abril |
Doze meses |
Brasil |
0,0 |
14,8 |
17,3 |
4,5 |
Nordeste |
1,6 |
19,9 |
14,9 |
5,5 |
Amazonas |
-2,2 |
17,6 |
29,4 |
9,1 |
Pará |
-2,9 |
14,2 |
10,3 |
-0,2 |
Ceará |
-0,9 |
20,2 |
16,3 |
4,8 |
Pernambuco |
1,5 |
22,0 |
18,0 |
7,8 |
Bahia |
4,0 |
17,9 |
16,3 |
6,7 |
Minas Gerais |
1,1 |
22,4 |
24,5 |
4,6 |
Espírito Santo |
-2,8 |
26,5 |
37,3 |
10,9 |
Rio de Janeiro |
2,8 |
9,8 |
11,2 |
4,1 |
São Paulo |
-0,9 |
12,1 |
16,5 |
3,3 |
Paraná |
17,7 |
31,3 |
15,6 |
5,5 |
Santa Catarina |
0,0 |
13,3 |
13,5 |
3,0 |
Rio Grande do Sul |
-2,0 |
6,5 |
12,5 |
3,6 |
Goiás |
-2,4 |
22,5 |
25,7 |
12,3 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
* com ajuste sazonal |
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|
A análise do comportamento dos vários estados e regiões mostram que no centro industrial do país, São Paulo, a produção vem apresentando um nítido e contínuo declínio na margem nos últimos três meses, desde março deste ano. Ao se comparar a variação da produção em determinado mês com relação ao mês imediatamente anterior a partir na série com ajuste sazonal, observa-se a seguinte evolução na indústria paulista: +0,7%, +0,2% e –0,9%, respectivamente em março, abril e maio. Com os resultados da produção regional de maio divulgado pelo IBGE confirma que a indústria brasileira está desacelerando, ou seja, crescendo a um ritmo mais lento que o registrado no início de 2010. Ainda assim, a projeção é de que a indústria fechará o ano com resultados expressivos, com mais equilíbrio entre os diversos setores de atividade.
Em maio de
Na comparação com maio de
Gráfico 1
Produção Industrial – Goiás
Índices de Base Fixa (2002=100)
Série com Ajuste Sazonal
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
A expansão de 22,5% da indústria de Goiás em maio de 2010 frente a igual período do ano anterior foi sustentada pelo crescimento em quatro dos cinco setores investigados. As principais influências sobre a média global foram assinaladas por produtos químicos, com crescimento atípico de 189,9%, refletindo não só o avanço na fabricação de medicamentos, mas também a baixa base de comparação, e alimentos e bebidas (7,2%), por conta da maior produção de refrigerantes e açúcar cristal. Por outro lado, metalurgia básica (-20,9%) apontou o único resultado negativo no índice mensal, pressionado pelos itens ouro em barra e ferronióbio. (Tabela 2)
Tabela 2
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – maio/2010
(Base: Igual período do ano anterior =100)
(%) |
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Segmentos |
Mensal |
Acumulado no ano |
Últimos 12 meses |
Indústria geral |
22,5 |
25,7 |
12,3 |
Indústria extrativa |
6,7 |
4,3 |
2,0 |
Indústria de transformação |
24,0 |
27,9 |
13,3 |
Alimentos e bebidas |
7,2 |
10,5 |
0,5 |
Produtos químicos |
189,9 |
179,3 |
96,8 |
Minerais não metálicos |
22,1 |
20,6 |
11,0 |
Metalurgia básica |
-20,9 |
-2,8 |
6,2 |
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Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
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O indicador acumulado nos cinco primeiros meses do ano mostrou avanço de 25,7%, com quatro ramos apontando taxas positivas. Os destaques positivos ficaram novamente com os setores de produtos químicos (179,3%) e de alimentos e bebidas (10,5%), seguidos por minerais não metálicos (20,6%) e indústrias extrativas (4,3%). Em sentido contrário, a única pressão negativa permaneceu sendo exercida pela atividade de metalurgia básica (-2,8%). (Tabela 1).
No período de 12 meses, Goiás foi liderou na produção industrial entre as localidades pesquisadas. O crescimento foi de 12,3%, quase três vezes mais do que a média nacional (4,5%). Na taxa anualizada, esse índice é o mais elevado desde junho de 2003, quando registrou alta de 14,1%. (Tabela 1).
A indústria goiana, cuja produção cresce desde novembro de 2009 na comparação com mesmo período do ano anterior, principalmente pelo bom desempenho da indústria de produtos químico, que cresceu pelo sétimo mês consecutivo a uma taxa média mensal de 164,8%. Vale lembrar que em Goiás estão instaladas 26 indústrias farmacêuticas, que produz medicamentos genéricos e essas empresas está fazendo novos investimentos e consequentemente expandindo sua produção. As perspectivas para este segmento são bastante otimistas, com a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produzir os medicamentos que tiveram suas patentes vencidas, as empresas irão diversificar sua produção, tais como Viagra, com isso expandirá ainda mais seu mercado consumidor.
Equipe de Conjuntura da Seplan:
Dinamar Ferreira Marques
Marcos Fernando Arriel
Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha
Daniela Vieira de Oliveira
Eduiges Romanatto