Setor de serviços diminui 3,1% em Goiás no mês de setembro


A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e analisada pelo Instituto Mauro Borges (IMB/SEGPLAN), apura o comportamento conjuntural do setor de serviços empresariais para todas as Unidades da Federação em receita nominal e a partir do mês de agosto passa a divulgar informação em volume[1], ou seja, a lacuna existente acaba de ser preenchida pela nova Pesquisa Mensal de Serviços. Essas informações são importantes para se analisar o comportamento da atividade de serviços no curto prazo, tanto em nível nacional como por Unidades da Federação.

Por segmento a pesquisa detalha para 12 Unidades da Federação selecionadas: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal. São produzidos indicadores para os seguintes grupos: Serviços prestados às famílias; Serviços de informação e comunicação; Serviços profissionais, administrativos e complementares; Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio e Outros serviços.

Para elaboração do indicador de volume da PMS optou-se pelo deflacionamento via IPCA mensal por UF, para as atividades da PMS, pesquisados e divulgados pelo IBGE. Aos itens PMS associaram-se os itens do IPCA que melhor representam o comportamento de preços de cada grupo de classes da CNAE que compõem uma atividade PMS. Para as atividades não contempladas por índices específicos, foi utilizado o IPCA Serviços. Nas UFs não cobertas pela IPCA foram utilizados os relativos de preços da área geográfica mais apropriada.

A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) apresentou em âmbito nacional estabilidade na receita nominal (0,0%), na comparação setembro/2015 em relação a setembro/2014. Nesta mesma comparação o Estado de Goiás registrou de crescimento de 2,2%, puxado pelo crescimento nos segmentos de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (9,1%), Serviços prestados às famílias Outros serviços Atividades turísticas (5,6%) e outros serviços (0,1%).

Em âmbito regional quinze unidades da federação apresentaram taxas negativas, com destaque para Amapá (-13,1%) e Amazonas (-11,4%), dando sequência de quedas desde junho/15 na receita nominal de serviços.

 

Tabela 1 – Receita Nominal de Serviços, segundo atividades (%)

Atividades

Mês /Igual Mês do Ano Anterior

Taxa de Variação (%)

Jul/15

Ago/15

Set/15

No Ano

12 meses

Brasil

2,1

1,1

0,0

1,9

2,5

Serviços prestados às famílias

2,5

-1,5

-0,5

2,0

3,2

Serviços de informação e comunicação

0,9

1,1

0,3

0,2

0,2

Serviços profissionais, administrativos e complementares

3,5

2,3

-1,0

4,5

5,8

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio

2,9

2,2

1,0

2,4

2,8

Outros serviços

-0,9

-5,3

-2,4

-0,7

1,3

Atividades turísticas

3,8

-0,7

-2,7

1,4

2,2

Goiás

1,6

3,0

2,2

0,7

1,6

Serviços prestados às famílias Outros serviços Atividades turísticas

15,2

-2,7

5,6

5,5

5,1

Serviços de informação e comunicação

-3,7

-1,4

-0,9

-3,9

-2,0

Serviços profissionais, administrativos e complementares

7,7

6,6

-4,7

10,2

8,6

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio

1,8

8,4

9,1

0,8

0,9

Outros serviços

-0,1

2,8

0,1

2,3

6,9

Atividades turísticas

9,6

-2,3

1,6

1,1

0,2

Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015.

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Serviço.

Em termos de receita, no gráfico 1 mostra que o Estado de Goiás vem apresentando recuperação no ranking, pois em maio/15 figurava entre os cinco piores Estados no desempenho da receita de serviços. Nesse mês de setembro/2015, Goiás ganha mais uma posição, alcançando a 8º posição em termos de variação da receita nominal de serviços.

 

No Gráfico 2, o indicador da variação acumulada em 12 meses tem-se reduzido paulatinamente desde o início da série; em setembro de 2015 o indicador registrou 1,6%, ante 1,9% em agosto. Na economia nacional verifica-se que também houve queda neste mesmo indicador, porém em ritmo mais acelerado comparativamente a Goiás.

 

 

 

 

 

Em termos de volume os resultados não foram favoráveis, na comparação entre setembro de 2015 e 2014, houve queda no volume de serviços, no Brasil e em Goiás, de respectivamente, 4,8% e 3,1%. No Estado de Goiás houve queda em todos os segmentos de serviços, exceto o de Turismo (que apresentou elevação de 3,1%), sendo as menores quedas nos segmentos de Serviços prestados às famílias (-0,1%), e de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-1,1%). Ou seja, os segmentos que apresentaram os maiores incrementos de receita nominal.

 

A Tabela 2 mostra ainda o segmento de atividades turísticas, que é uma nova categoria disponibilizada pela PMS/IBGE. Esta categoria é um agregado especial que abrange as seguintes atividades: serviços de alojamento e alimentação; serviços culturais, de recreação e lazer; locação de automóveis sem condutor; agências de viagens e operadoras turísticas; e transportes turísticos (transporte rodoviário de passageiros em linhas regulares intermunicipais, interestaduais e internacionais; trens turísticos, teleféricos e similares; transporte por navegação interior de passageiros em linhas regulares; outros transportes aquaviários e transporte aéreo de passageiros).

 

Para o segmento de atividades turísticas chama-se a atenção, as quedas acumuladas no ano tanto no Brasil, quanto em Goiás, que foram de respectivamente, -2,5% e -3,7%.

Os dados em volume dos serviços exibidos na Tabela 2 revelam que setembro foi mais um mês em que houve queda no setor de serviços goiano, analogamente ao que aconteceu na economia nacional. Isto pode ser atribuído ao momento ruim que a economia doméstica atravessa, principalmente, com o aumento da inflação, contribuindo para que a renda real da população se mantenha em queda.

 

 

 

Tabela 2 – Volume de Serviços, segundo atividades (%)

Atividades

Mês /Igual Mês do Ano Anterior

Taxa de Variação (%)

Jul/15

Ago/15

Set/15

No Ano

12 meses

Brasil

-4,2

-3,5

-4,8

-2,8

-1,8

Serviços prestados às famílias

-1,8

-8,2

-6,7

-5,0

-4,5

Serviços de informação e comunicação

-0,3

0,3

-0,7

1,0

1,3

Serviços profissionais, administrativos e complementares

-3,9

-5,1

-8,0

-3,1

-1,9

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio

-8,4

-4,3

-6,4

-5,7

-4,0

Outros serviços

-8,8

-12,6

-9,9

-8,4

-6,6

Atividades turísticas

-5,7

0,1

-3,3

-2,5

-2,2

Goiás

-4,9

-2,4

-3,1

-4,7

-3,3

Serviços prestados às famílias

8,5

-7,9

-0,1

-0,9

-1,6

 Serviços de informação e comunicação

-4,3

-2,0

-1,4

-3,6

-1,6

 Serviços profissionais, administrativos e complementares

0,2

-1,1

-11,4

2,3

0,8

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio

-10,6

-1,6

-1,1

-10,0

-8,3

Outros serviços

-8,0

-5,4

-7,7

-5,9

-1,4

Atividades turísticas

1,5

-2,0

3,1

-3,7

-5,0

Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015.

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Serviço.

 

Resultados setoriais de Goiás

Para o Estado de Goiás, os segmentos de maiores destaque são os de Serviços profissionais, administrativos e complementares com variação acumulada no ano de receita nominal e de volume, de respectivamente, de 10,2% e 2,3%. Portanto, mesmo em uma situação de redução dos salários reais na atual conjuntura econômica, o caráter de uso essencial dos serviços que compõem estes segmentos, auxiliou para o desempenho razoável do mesmo.

Por fim, é importante destacar que Goiás apresentou boa recuperação na receita de serviços no mês de setembro/2015, entre as Unidades da federação saiu da 14ª em julho/15 para a 8ª colocação. Em termos de volume, em agosto/15, apesar da queda de -3,1%, o Estado de Goiás, ganhou duas posições no ranking, saindo de 12ª para 10ª posição.

 

 

Equipe de Conjuntura do IMB:

Alex Felipe Rodrigues Lima

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Sérgio Borges Fonseca Júnior



[1] Para mais informações ver: https://www.ibge.gov.br/home/disseminacao/destaques/2015_09_08_indices_PMS.shtm

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