A produção goiana de cereais, leguminosas e oleaginosas, no primeiro semestre de 2009, registrou queda de 1,76%, passando de 13,322 milhões de toneladas em 2008 para 13,087 milhões de toneladas na posição de junho de 2009. É o que aponta a sexta estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).

Os principais produtos que apresentaram expansão na quantidade produzida no período em análise foram: soja (2,59%), milho 2ª safra (21,72%), arroz de sequeiro (7,40%), feijão 1ª safra (49,72%), feijão 2ª safra, (5,17%) trigo (12,79%), tomate industrial (14,25%), tomate de mesa (18,86%) e cana-de-açúcar (41,88%). Apresentaram queda: Milho 1ª safra (-15,00%), sorgo (-13,38%), algodão herbáceo (-19,93%), feijão 3ª safra (-5,05%) e Girassol (-79,54%).

Soja – Na principal lavoura de verão houve aumento de 5,88% na área colhida e de 2,59% na produção. Foram colhidas 6,775 milhões de toneladas até o mês de junho do corrente ano, ante 6,604 milhões na safra de 2008, com uma queda no rendimento médio de 3,10%. A soja vem alcançando boas cotações no mercado mundial neste ano de 2009 devido à menor produção mundial e à queda na produção na Argentina.

Milho (2ª safra) – Conforme o LSPA/IBGE, essa cultura expandiu 21,72% na produção e 29,46% na área colhida, atingindo 4.569 kg/ha, e registrou recuo de 5,99% no rendimento médio, esta queda na produtividade foi devido ao prolongamento das chuvas durante o período da colheita. Por outro lado, a produção de milho 1ª safra teve queda de 15,00% na produção e 15,64% na área colhida. O quadro para cultura de milho de 1ª safra foi desfavorável, devido à ocorrência de irregularidades climáticas, como, estiagem na floração e frutificação, fases muito sensíveis ao déficit hídrico, assim como, chuvas no início da colheita, que podem determinar queda na qualidade do produto.

A pesquisa apontou acréscimo para a produção de arroz de sequeiro de 7,40% e 3,85% na área colhida até o mês de junho de 2009. O rendimento médio foi de 2.151Kg por hectare, com variação positiva de 3,41%.

Feijão de 1ª safra – Esta cultura registrou, no primeiro semestre de 2009, aumento de 49,72% na produção e 32,34% na área colhida em relação à safra de 2008. No tocante a 2ª safra houve acréscimo apenas de 5,17% na produção e redução de 15,87% no rendimento médio, atingindo 1.553 Kg por hectare, ante 1.846 Kg por hectare na safra de 2008. A produção de feijão 3ª safra registra decréscimo de 5,05% e 19,04% na área colhida, com variação de 17,30% no rendimento médio por se tratar de cultura irrigada.

Cana-de-açúcar – As estimativas em junho de 2009 apresentaram resultado bastante positivo com expansão de 41,88% na produção, comparado ao mesmo período do ano anterior. A área colhida expandiu 21,69% e o rendimento médio chegou a 96.278 kg/ha, com incremento de 16,59%. Essa grande expansão na produção de cana-de-açúcar é resultado do crescimento da demanda pelos derivados do produto, sobretudo etanol e açúcar – este último mais atrativo no momento, devido à queda da oferta no mercado internacional.

A estimativa para a cultura de sorgo sofreu retração de 13,38% na quantidade produzida, reduzindo a área colhida em 10,43%. Também houve queda no rendimento médio de 3,31%, ou seja, 2.541 kg por hectare. A cultura do sorgo mostra uma tendência de estagnação, visto a preferência do produtor pela cultura do milho de 2ª safra, que nesse levantamento teve um crescimento expressivo.

No que se refere à produção de algodão herbáceo, neste primeiro semestre de 2009, segundo o LSPA, houve recuo na produção de 19,93% e 20,59% na área colhida, o que já era esperado pelos analistas de mercado. O decréscimo na produção ocorreu, principalmente, pela diminuição da área plantada, em face dos altos custos de produção, dificuldades de financiamentos e das baixas cotações da pluma.

As estimativas nesse primeiro semestre para a produção de girassol não foram positivas, houve um recuo na produção de 79,54% e 83,59% na área colhida, embora o rendimento médio tenha sido positivo com 24,72%. Essa cultura é influenciada pela demanda das empresas que processam a semente e as indústrias não fecharam contrato com os agricultores, daí a queda acentuada na produção.

A cultura de tomate industrial, conforme apurou a pesquisa, apresentou aumento na produção de 14,25% e na área colhida de 13,94%. A produtividade variou 0,27%, ou seja, foram colhidos 89,6 mil hectares, ante 89,4 mil hectares no ano anterior. A produção passou de 1,148 milhões de toneladas em 2008, para 1,312 milhões na posição junho de 2009, fato explicado pelo crescimento da demanda por parte das indústrias processadoras.

Trigo em grão – No levantamento de junho de 2009 a produção foi estimada em 97,5 mil toneladas, ante 86,4 mil do ano anterior, com incremento de 12,79%. Em relação à área colhida, também houve crescimento de 5,76%, com variação de 6,65% no rendimento médio.

Embora a pesquisa aponte um decréscimo na produção goiana de grãos, para o primeiro semestre de 2009, o mercado das principais commodities agrícolas tem mostrado capacidade de recuperação, devido aos baixos estoques internacionais de grãos e a seca nas lavouras argentinas, além do aumento das exportações para a China. Os preços dos produtos agrícolas no mercado mundial também estão em boas condições, principalmente para a soja e cana- de-açúcar, resultante do interesse pelos derivados do produto, sobretudo etanol e açúcar – este último mais atrativo no momento, devido à queda da oferta no mercado internacional.

Equipe Técnica:

Dinamar Maria Ferreira Marques

Lucelena Fátima de Melo

Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha