Produção Agrícola Municipal – 2016
A Pesquisa de Produção Agrícola Municipal referente a 2016 registrou, em Goiás, redução de 13,3% na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas (algodão, amendoim, arroz, aveia, centeio, cevada, feijão, mamona, milho, soja, sorgo e trigo) com uma produção de 16,99 milhões de toneladas. Contudo, é importante salientar, que este resultado ocorreu também a nível nacional, cuja produção registrou queda de 11,4%.
A explicação para essa expressiva queda de produção se deu principalmente pelas condições climáticas adversas na segunda safra (safrinha). No período de plantio de verão de importantes culturas havia excesso de chuvas, o que fez com que vários produtores postergassem parcialmente o plantio. Todavia, no período de plantio da segunda safra, o volume de chuvas esperados acabou sendo frustrado, dando lugar a um período de estiagem prolongada. Tudo isso fez com que várias culturas tivessem seu período de maturação prejudicado, acarretando em grande queda de produção e produtividade.
A Tabela 1 retrata a queda generalizada de diversas culturas, sobretudo às de segunda safra. Foram emblemáticos os casos do cultivo de milho e sorgo. No caso do milho, a redução da quantidade produzida foi de 39%, sobretudo em razão da quebra de sua segunda safra. Isto fez com que diversos municípios, como Jataí, Uruaçu, Goiatuba, dentre outros, decretarem estado de calamidade pública. De toda área plantada de milho, 15% foi considerada área perdida – este percentual corresponde a razão entre a diferença da área plantada e colhida, em relação à área plantada.
Neste contexto, diversos produtores rurais, que paralelamente ao cultivo de milho exercem a atividade de pecuária, optaram por utilizar parte dessa produção de maturação incompleta – era comum verificar espigas de milho com formação parcial – como alimento para gado, tentando minimizar em partes seus prejuízos.
Em contrapartida, ajudou a contrabalancear o desempenho da agricultura goiana, o crescimento do rendimento da produção de soja, que se elevou em 17,2%, o que fez com que a cultura mais importante para a agropecuária goiana aumentasse a sua produção em 19%. Convém salientar, que o cultivo de soja é realizado na safra de verão, que foi ameno em todo território goiano, explicando os elevados ganhos de produtividade desta cultura.
Ademais, é importante salientar que no contexto nacional de redução de oferta de importantes produtos agrícolas, houve uma elevação substancial no nível de preços dos produtos agrícolas. Em alguns casos, a elevação de preços, fez com que os produtores direcionassem a sua estrutura produtiva para determinadas culturas, como a do feijão, que contempla três safras. Assim, os produtores goianos direcionaram a sua estrutura produtiva para o cultivo do mesmo, sobretudo na segunda e terceira safra, para aproveitarem a sobrevalorização do mesmo.
Em relação ao milho, é importante salientar também que houve no cenário internacional uma redução de oferta de cerca de 38 milhões de toneladas do produto (redução de 3,6%, em termos relativos). Assim, a redução da oferta nacional neste contexto global, fez com o preço médio nacional do milho atingisse patamares bastante elevados em 2016, cerca de R$ 44,40 por saca (60kg), ante R$ 29,10 registrados em 2015 (FIESP, 2017).
No caso da soja é importante verificar movimento dúbio. Enquanto em Goiás houve uma ampliação do volume produzido em 19%, no Brasil houve uma redução de 1,2%. No cenário global, houve uma redução de 3 milhões de toneladas (queda de 0,9%, em termos relativos), alinhado a uma ampliação do consumo de 4,4%. Estas configurações no mercado nacional e internacional fizeram com o que os preços médios internos da soja subissem aproximadamente 12%, passando de R$ 72,60 por saca para R$ 81,40 entre 2015 e 2016 (FIESP, 2017).
Tabela 1: Estado de Goiás – Área, produção e rendimento médio dos principais produtos agrícolas 2016
|
|||||||
2016
|
|||||||
Área plantada (Hectares)
|
Área colhida (Hectares)
|
Área perdida (em %)
|
Quantidade produzida (Toneladas)
|
Valor da produção (Mil R$)
|
Rendimento (toneladas por hectare)
|
Ranking quantidade produzida
|
|
Algodão herbáceo
|
29.273
|
29.273
|
0,00
|
86.446
|
158.449
|
3,0
|
4º
|
Alho
|
2.203
|
2.203
|
0,00
|
28.881
|
249.222
|
13,1
|
2º
|
Batata-inglesa
|
5.930
|
5.930
|
0,00
|
236.192
|
247.339
|
39,8
|
6º
|
Cana-de-açúcar
|
931.342
|
931.342
|
0,00
|
71.061.922
|
5.919.080
|
76,3
|
2º
|
Cebola
|
2.549
|
2.549
|
0,00
|
117.410
|
89.393
|
46,1
|
6º
|
Feijão
|
143.250
|
143.150
|
0,07
|
330.284
|
1.399.105
|
2,3
|
3º
|
Girassol
|
16.351
|
14.869
|
9,06
|
14.267
|
13.854
|
1,0
|
2º
|
Milho
|
1.574.541
|
1.337.699
|
15,04
|
5.804.842
|
3.704.881
|
4,3
|
5º
|
Soja
|
3.322.522
|
3.310.548
|
0,36
|
10.239.473
|
10.758.388
|
3,1
|
4º
|
Sorgo
|
208.560
|
164.005
|
21,36
|
346.296
|
150.753
|
2,1
|
2º
|
Tomate
|
11.457
|
11.452
|
0,04
|
934.658
|
424.390
|
81,6
|
2º
|
Cereais, leguminosas e oleaginosas
|
5.331.004 |
5.035.094 |
5,54
|
16.993.508 |
16.321.966 |
3,4
|
4º
|
2015
|
|||||||
Área plantada (Hectares)
|
Área colhida (Hectares)
|
Área perdida (em %)
|
Quantidade produzida (Toneladas)
|
Valor da produção (Mil R$)
|
Rendimento (toneladas por hectare)
|
Ranking quantidade produzida
|
|
Algodão herbáceo
|
32.175
|
32.175
|
0,00
|
131.995
|
224.110
|
4,1
|
4º
|
Alho
|
2.328
|
2.328
|
0,00
|
34.741
|
238.258
|
14,9
|
2º
|
Batata-inglesa
|
5.838
|
5.838
|
0,00
|
243.470
|
231.612
|
41,7
|
6º
|
Cana-de-açúcar
|
930.052
|
930.052
|
0,00
|
72.066.835
|
4.998.138
|
77,5
|
2º
|
Cebola
|
2.335
|
2.335
|
0,00
|
105.225
|
200.349
|
45,1
|
7º
|
Feijão
|
123.052
|
122.797
|
0,21
|
289.463
|
698.310
|
2,4
|
5º
|
Girassol
|
7.290
|
7.290
|
0,00
|
11.133
|
10.180
|
1,5
|
3º
|
Milho
|
1.409.102
|
1.401.843
|
0,52
|
9.512.503
|
3.263.433
|
6,8
|
4º
|
Soja
|
3.263.118
|
3.260.025
|
0,09
|
8.606.210
|
8.114.687
|
2,6
|
4º
|
Sorgo
|
243.974
|
243.974
|
0,00
|
898.123
|
245.445
|
3,7
|
1º
|
Tomate
|
10.664
|
10.653
|
0,10
|
912.976
|
331.163
|
85,7
|
2º
|
Cereais, leguminosas e oleaginosas
|
5.113.649 |
5.102.742 |
0,21
|
19.602.602 |
12.652.116 |
3,8
|
4º
|
Variações (2016/2015)
|
|||||||
Área plantada (Hectares)
|
Área colhida (Hectares)
|
Área perdida em (p.p.)
|
Quantidade produzida (Toneladas)
|
Valor da produção (Mil R$ )
|
Rendimento (toneladas por hectare)
|
Ranking quantidade produzida
|
|
Algodão herbáceo
|
-9,0%
|
-9,0%
|
0,00
|
-34,5%
|
-29,3%
|
-28,0%
|
0
|
Alho
|
-5,4%
|
-5,4%
|
0,00
|
-16,9%
|
4,6%
|
-12,2%
|
0
|
Batata-inglesa
|
1,6%
|
1,6%
|
0,00
|
-3,0%
|
6,8%
|
-4,5%
|
0
|
Cana-de-açúcar
|
0,1%
|
0,1%
|
0,00
|
-1,4%
|
18,4%
|
-1,5%
|
0
|
Cebola
|
9,2%
|
9,2%
|
0,00
|
11,6%
|
-55,4%
|
2,2%
|
1
|
Feijão
|
16,4%
|
16,6%
|
-0,14
|
14,1%
|
100,4%
|
-2,1%
|
2
|
Girassol
|
124,3%
|
104,0%
|
9,06
|
28,2%
|
36,1%
|
-37,2%
|
1
|
Milho
|