A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2014, realizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é dividida em duas partes, uma com característica de pessoas e a outra de domicílios. Para esta análise considerou-se a primeira parte por entender-se mais relevante já que aborda as características gerais da população, como idade, educação, trabalho, rendimento e outras. Desta forma, segue a distribuição amostral absoluta e expandida utilizando o peso da pessoa do Brasil e Goiás (Tabela 1).

Tabela 1 – Amostra absoluta e expandida, Brasil e Goiás, 2014.

Fonte: Microdados da PNAD 2014.

Elaborado pelo Instituto Mauro Borges /Segplan-GO/ Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicos – 2015.

Características gerais da população

A população de Goiás, assim como o Brasil, é bem heterogênea e predominantemente não branca, sendo que em Goiás 60,8% se declararam de cor da pele parda, preta, amarela ou indígena. Para o Brasil o percentual de não brancos foi de 54,8%.

Com relação à idade, a pirâmide etária segue a tendência nacional, ou seja, está com base mais estreita e o topo mais alargado. Também, observa-se um número elevado de idosos, que representa uma dualidade; por um lado é um fator positivo por estar associado a um aumento da expectativa de vida e, por outro, tem-se a questão previdenciária, são mais pessoas na aposentadoria. Em Goiás 12,9% da população tem 60 anos ou mais de idade, para o Brasil o percentual foi superior, 13,6%.

No que diz respeito à educação, Goiás apresenta escolaridade média de 7,56 anos de estudo e a do Brasil 7,64. Sabe-se que níveis educacionais elevados é um fator importante para o desenvolvimento socioeconômico do país, em Goiás observa-se aumento da escolaridade da população, sendo que 7,1% da população tem nível superior completo, com 15 anos ou mais de estudo, e a grande parte da população tem escolaridade entre 9 a 11 anos de estudo, 24,9%.

No geral, o número de pessoas não alfabetizadas vem diminuindo em Goiás, contudo o grande contingente das não alfabetizadas acima dos 15 anos tem idade de 60 anos ou mais de idade (4,4%). Como é uma faixa etária que, normalmente, não está disposta a voltar para os bancos escolares, esse contingente deve permanecer estável ou diminuir lentamente.

Figura 4 – Distribuição percentual por grupos de idade de indivíduos sem escolaridade. Brasil e Goiás, 2014.

Com relação ao tipo de família, tem-se que mais da metade é composta por casal com filhos. Contudo, segundo o IBGE, no Brasil, de modo geral, vem aumentando novas formas de famílias (outros tipos de família). Como mostra a Figura 5, a participação dessas novas formas está se aproximando da de casal sem filhos (uma diferença de 5 pontos percentuais).

O total de emigrantes representam 30%, isto significa que aproximadamente 1,83 milhão de pessoas que vive em Goiás é oriunda de outras localidades. Com relação ao local de origem desses emigrantes residentes no Estado, 19,2% são mineiros, seguido do Bahia (14,6%), Maranhão (11,9%) e Distrito Federal (10,4%), essas quatro Estados representam 56,1% do total dos emigrantes (Figura 6).

Mercado de trabalho

No que diz respeito à ocupação, a População Economicamente Ativa (PEA) representa em Goiás 60,32% e tem taxa de ocupação de 94,6%, enquanto que o Brasil tem, respectivamente, 59,37% e 93%. Uma situação presente em todo o Brasil é que o desemprego atinge mais as mulheres que os homens, como mostra a Figura 7, muito embora tenha escolaridade maior que a dos homens.

Com relação à posição na ocupação, de modo geral, o trabalho formal (com carteira assinada) é predominante, como mostra a Tabela 2, representam 42,6% em Goiás contra 44,7% para o Brasil.

Tabela 2 – Goiás – Distribuição percentual dos indivíduos em relação à posição na ocupação– 2014.

Fonte: Microdados da PNAD 2014.

Elaborado pelo Instituto Mauro Borges /Segplan-GO/ Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicos – 2015.

Ainda, 66,5% dos empreendimentos goianos possuem cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ), um pouco menor que a do Brasil (67,7%), mas significativo (Figura 8). Além do mais, entre esses empreendimentos, 10% são conta própria e 6,4%, empregadores. O percentual de conta própria que é cadastrado em Goiás supera o Brasil, 10% contra 8,8% (Figura 9).

De modo geral, a maioria das pessoas recebe renda entre meio a dois salários mínimos, totaliza 64% em Goiás e 55,5% no Brasil (Figura 10). Em contrapartida, em Goiás apenas 2,75% dos indivíduos recebem mais de cinco salários mínimos. Isto apresenta indícios de concentração de renda, cenário da realidade brasileira.

Fonte: Microdados da PNAD 2014.

Elaborado pelo Instituto Mauro Borges /Segplan-GO/ Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicos – 2015.

Nota: O salário mínimo vigente no Brasil em 2014 foi de R$ 724,00.