Pesquisa Pecuária Municipal – 2016
No ano de 2016 o rebanho bovino goiano atingiu o maior valor registrado pela série histórica da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM/ IBGE) iniciada no ano de 1974, 22.879.411 cabeças. O crescimento verificado no rebanho bovino goiano foi de 4,5%, ante 1,4% registrado nacionalmente. Com este resultado, Goiás se manteve como a terceira Unidade da Federação com o maior rebanho bovino do país.
De modo geral (Tabela 1), em Goiás há uma grande diversificação dos rebanhos. São destaques no contexto nacional os rebanhos bovino, suíno e de galináceo (galinhas, galos, frangas, frangos e pintos). Visualiza-se ainda ligeira redução do rebanho suíno goiano (‑2,2%), contudo Goiás manteve-se na sexta posição do ranking nacional, representando 5% de todo rebanho suíno brasileiro. Constata-se, também, no estado, ampliação dos galináceos em 7,1%, o que representou um acréscimo de 0,3 ponto percentual na participação nacional.
O principal desafio das atividades da pecuária, suinocultura e avicultura atrela-se ao mesmo fator, a elevação do preço do milho que ocorreu em 2016. Em Goiás redução da quantidade produzida foi de 39%, sobretudo em razão da quebra de sua segunda safra. De acordo com o De Zen et. al. (2016), a elevação dos preços do milho e as valorizações dos preços da soja e do sorgo reforçaram o aumento dos custos de produção animal.
Além disso, na pecuária outros insumos acabaram encarecendo ainda mais o custo de produção, segundo o De Zen et. al. (2016), os preços das sementes forrageiras se elevaram bastante em razão de uma maior demanda. Paralelamente a isso, com o câmbio nacional mais desvalorizado, o custo com suplementação mineral também se elevou, já que este possui matéria prima importada em sua composição.
A elevada pressão dos custos produtivos fez com que as agroindústrias e cooperativas integradoras iniciassem “forte movimento de redução no alojamento de animais para controlar gastos e baixar a oferta no mercado interno. Como resultado, os preços da carne dispararam no Brasil e atingiram recordes no segundo semestre” (ORTELAN E IGUMA, p.02, 2017).
Salienta-se que no cenário macroeconômico de elevadas taxas de desemprego, inflação elevada (o índice de preços ao consumidor amplo – IPCA – fechou em 2016, em 6,29%, apenas 0,21 ponto percentual abaixo do teto da meta em 2016) e, consequentemente deterioração do poder de compra o que contribuiu para consumo interno de carnes vermelhas cair, o que tende a justificar um menor número de abate de animas e consequentemente aumento do rebanho em patamares históricos. Concomitantemente à redução do consumo de carne vermelha, ocorre o efeito de substituição na direção de carnes com preço médio inferior.
Tabela 1: Estado de Goiás – Efetivo de rebanhos – 2016 |
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Tipo de rebanho |
2016 |
2015 |
Variação (em %) |
Ranking 2016 |
Ranking 2015 |
Bovino |
22.879.411 |
21.887.720 |
4,5% |
3º |
3º |
Bubalino |
26.278 |
27.754 |
-5,3% |
9º |
9º |
Equino |
365.611 |
380.405 |
-3,9% |
7º |
5º |
Suíno – total |
1.988.478 |
2.033.914 |
-2,2% |
6º |
6º |
Suíno – matrizes de suínos |
255.441 |
239.839 |
6,5% |
7º |
8º |
Caprino |
25.136 |
26.825 |
-6,3% |
19º |
16º |
Ovino |
140.421 |
145.406 |
-3,4% |
18º |
18º |
Galináceos – total |
68.744.262 |
64.174.315 |
7,1% |
6º |
6º |
Galináceos – galinhas |
11.854.308 |
11.727.770 |
1,1% |
8º |
8º |
Codornas |
326.778 |
429.970 |
-24,0% |
11º |
9º |
Participação nacional |
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Tipo de rebanho |
2016 |
2015 |
Diferença em p.p. |
Variação Ranking (16/15) |
|
Bovino |
10,5 |
10,2 |
0,3 |
0 |
|
Bubalino |
1,9 |
2,0 |
-0,1 |
0 |
|
Equino |
6,6 |
6,9 |
-0,3 |
-2 |
|
Suíno – total |
5,0 |
5,1 |
-0,1 |
0 |
|
Suíno – matrizes de suínos |
5,3 |
5,0 |
0,3 |
1 |
|
Caprino |
0,3 |
0,3 |
0,0 |
-3 |
|
Ovino |
0,8 |
0,8 |
0,0 |
0 |
|
Galináceos – total |
5,1 |
4,8 |
0,3 |
0 |
|
Galináceos – galinhas |
5,4 |
5,3 |
0,1 |
0 |
|
Codornas |
2,2 |
2,3 |
-0,1 |
-2 |
|
Fonte: IBGE, PPM (2016). Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan / Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas, 2017. |
A Tabela 2 apresenta o volume de produção dos principais produtos de origem animal em Goiás, chama a atenção à profunda queda na produção de Leite, 13,9%, o que fez com que Goiás perdesse uma posição no ranking das UFs de produção leiteira – convém ressaltar que a nível nacional também houve queda de 2,8%. Justificam este resultado, a recessão da economia nacional e a elevação dos custos de produção nesta atividade.
Também na Tabela 2, acompanhando a ampliação do rebanho de galináceos verifica-se uma elevação de 6,1% na produção de ovos de galinha o que fez com que Goiás galgasse uma posição no ranking das UFs, neste quesito, alcançando a oitava colocação. Outro resultado expressivo foi à ampliação de 34,9% no volume de produção de mel.
Tabela 2: Estado de Goiás – Produção de origem animal – 2016 |
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Tipo de produto |
2016 |
2015 |
Variação (em %) |
Ranking 2016 |
Ranking 2015 |
Leite (Mil litros) |
2.933.441 |
3.405.513 |
-13,9% |
5º |
4º |
Ovos de galinha (Mil dúzias) |
199.464 |
187.966 |
6,1% |
8º |
9º |
Ovos de codorna (Mil dúzias) |
5.449 |
8.524 |
-36,1% |
9º |
8º |
Mel de abelha (Quilogramas) |
432.722 |
320.860 |
34,9% |
13º |
15º |
Participação nacional |
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Tipo de produto |
2016 |
2015 |
Diferença em p.p. |
Variação Ranking (16/15) |
|
Leite (Mil litros) |
8,7 |
9,8 |
-1,1 |
-1 |
|
Ovos de galinha (Mil dúzias) |
5,2 |
5,0 |
0,2 |
1 |
|
Ovos de codorna (Mil dúzias) |
2,0 |
2,2 |
-0,2 |
-1 |
|
Mel de abelha (Quilogramas) |
1,1 |
0,8 |
0,3 |
2 |
|
Fonte: IBGE, PPM (2016). Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan / Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas, 2017. |
No que tange a diversificação da economia da agropecuária goiana, a Tabela 3 revela um importante resultado, que é o crescimento da aquicultura goiana. Verifica-se diversas espécies com incrementos na sua representatividade nacional e, consequentemente melhores posições no ranking. Registrou-se várias espécies cuja participação relativa goiana no cenário nacional é superior a 5%. Ademais, é emblemático o aumento da produção de Piau, piapara, piauçu, piava em 2,6%, o que permitiu a Goiás situar-se como o maior produtor destas espécies.
Tabela 3: Estado de Goiás – Destaques da produção da aquicultura– 2016 |
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Tipo de produto da aquicultura |
2016 |
2015 |
Variação (em %) |
Ranking 2016 |
Ranking 2015 |
|
Carpa (Quilogramas) |
60.000 |
62.450 |
-3,9% |
7º |
6º |
|
Lambari (Quilogramas) |
4.613 |
3.760 |
22,7% |
6º |
8º |
|
Matrinxã (Quilogramas) |
65.980 |
64.650 |
2,1% |
7º |
7º |
|
Pacu e patinga (Quilogramas) |
1.653.770 |
1.717.108 |
-3,7% |
4º |
4º |
|
Piau, piapara, piauçu, piava (Quilogramas) |
591.294 |
576.250 |
2,6% |
1º |
3º |
|
Pintado, cachara, cachapira e pintachara, surubim (Quilogramas) |
589.951 |
601.358 |
-1,9% |
4º |
4º |
|
Pirapitinga (Quilogramas) |
274.628 |
332.480 |
-17,4% |
3º |
4º |
|
Tambacu, tambatinga (Quilogramas) |
2.227.122 |
2.208.541 |
0,8% |
4º |
4º |
|
Tilápia (Quilogramas) |
8.617.053 |
8655295 |
-0,4% |
6º |
7º |
|
Alevinos (Milheiros) |
63.837 |
51109 |
24,9% |
7º |
6º |
|
Participação nacional |
||||||
Categoria |
2016 |
2015 |
Diferença em p.p. |
Variação Ranking |
||
Carpa (Quilogramas) |
0,3% |
|