A Pesquisa Anual de Serviços (PAS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traz informações sobre a estrutura de setor de serviços não financeiros e suas principais atividades, com abrangência regional. Em 2007 passou a vigorar a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0, com o objetivo de manter a comparabilidade internacional, bem como de dotar o País com uma classificação de atividades econômicas atualizada com as mudanças no sistema produtivo das empresas. A pesquisa também traz informações importantes para os planejamentos público e privado, para a comunidade acadêmica, além do público em geral.

A pesquisa da PAS realiza levantamento de informações econômico-financeiras que subsidia no Sistema de Contas Nacionais e Regionais nas estimativas de valor da produção, consumo intermediário, volume e composição do valor adicionado, excedente operacional, formação de capital e pessoal ocupado.

No caso do Estado de Goiás, a PAS fornece informações das seguintes variáveis: número de empresas, pessoal ocupado, receita bruta de serviços e salários e retiradas – todas com detalhamento das atividades de serviços prestados às famílias, serviços de informações e comunicação, serviços prestados às empresas, transporte, serviços auxiliares aos transportes e correio, atividades imobiliárias, serviços de manutenção e reparação e outras atividades de serviços.

Em Goiás no ano de 2012 foram investigadas 30.683 empresas, as quais geraram R$ 26,2 bilhões de receita bruta para o setor de serviços, totalizando 308.973 pessoas ocupadas e R$ 4,2 bilhões de salários, retiradas e outras remunerações. 

1. Número de Empresas

Em 2012, o Estado de Goiás continha 30.683 empresas com atividades de serviços, ante 17.646 em 2007, o que representa aumento de 73,8% no período. O quantitativo de empresas classificadas em serviços prestados às empresas não somente representa a maior parcela das empresas prestadoras de serviços, como também paulatinamente tem aumentado sua participação no total das empresas prestadoras de serviços.

No Gráfico 1 é apresentada a participação das empresas do setor de serviços em Goiás. Cabe mencionar a expansão nos serviços prestados às empresas e serviços de informação e comunicação, reflexo do desempenho favorável da economia goiana nos últimos anos.

2. Receita bruta de serviços

A receita bruta total do setor de serviços do Estado de Goiás passou de R$ 21,7 bilhões em 2011, para R$ 26,2 bilhões em 2012, com uma variação nominal de 20,8%. Conforme é apresentado no Gráfico 2, a distribuição da receita bruta dos segmentos de serviços  mostrou que em 2012 os serviços de informação e comunicação apresentaram maior grau de concentração entre os segmentos (29,7%), embora em pessoal ocupado tenha representado 5,5% do total de PO. Em termos de valor a receita atingiu R$ 7,7 bilhões em 2012, variando 24,5% em comparação ao ano de 2011. Esse avanço da receita bruta de serviços de informação e comunicação acima da média estadual é porque são atividades realizadas, em geral, por empresas intensivas em capital e a sua expansão depende, sobremaneira, de investimentos elevados em infraestrutura, como instalação de antenas, expansão das redes de telefonia e ampliação das redes de fibras óticas. Já os serviços de atividades imobiliárias e de manutenção e reparação representaram as menores distribuições em termos de receita, em 2012, 2,4% e 1,4%, respectivamente. Esses serviços via de regra são mais intensivos em mão de obra.

3. Pessoal ocupado

No ano de 2012, o número de pessoas ocupadas na atividade de serviços não financeiros foi de 273.087 em Goiás. Comparado ao ano de 2007, o número de pessoas ocupadas teve crescimento de 72,9% no período. Assim, como no número de empresas, a atividade de maior participação foram as de serviços prestados às empresas, com 40,9% das pessoas ocupadas.

No Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (CAGED/MTE), entre as atividades econômicas, os serviços foram à principal contribuição no ano de 2012. O incremento no número de empresas demandou maior número de pessoal ocupado.

4. Salários e retiradas e outras remunerações

Em relação aos salários e outras remunerações, os serviços prestados às empresas tiveram a maior participação no total de serviços, saiu de 36,5% em 2011 para 36,9% no ano seguinte, Gráfico 4. As atividades de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tiveram o mais expressivo recuo de participação nos salários pagos, passou de 25,4% para 24,9% entre 2011 para 2012.

5. Serviços prestados às famílias

Os serviços prestados às famílias incluem alojamento, alimentação, atividades culturais, recreativas e esportivas, serviços pessoais e atividades de ensino continuado. No Estado de Goiás, a concentração de salários, pessoal ocupado, receita bruta e número de empresas ocorre no setor de alojamento e alimentação, vide Gráfico 5.

O potencial turístico do estado impulsionou o dinamismo de alojamento e alimentação, cidade como Goiânia destaca-se como atrativo para o turismo de negócios, além da existência de polos turísticos em outras partes do Estado, tais como o da medicina, hidrotermal e de agronegócio.

6. Serviços prestados às empresas

Nos serviços prestados às empresas, os salários e outras remunerações em Goiás houve crescimento de 20,4%, confronto de 2012 com 2011. Nesse indicador ocorreu redução no ritmo de crescimento. Com relação ao número de empresas, o pessoal ocupado e na receita bruta de serviços as variações positivas de 2012 sobressaíram a de anos anteriores, conforme visualizado na Tabela 1. Na situação em que os salários avançam em menor proporção que as demais variáveis podem ser indicativas de desempenho favorável desse serviço.

Conclusão

Entre 2011 e 2012, dentre os fatores que contribuíram para a expansão das atividades de serviços em Goiás estão o aumento da renda das famílias, a valorização do salário mínimo, a manutenção das políticas sociais de transferência de renda e, sobretudo, o mercado de trabalho aquecido. De acordo com o levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS/MTE), de 2011 para 2012, o estoque de empregos formais cresceu 4,7% em Goiás.

O setor de serviços em 2012 representou 60,7% da economia goiana. A atividade expandiu 5,6%, segundo dados do PIB de 2012, divulgado pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos. O setor foi responsável pela maior criação de empregos formais na economia. Em linhas gerais, a evolução do indicador de serviços ganhou força com o ambiente favorável de aquecimento da economia, sendo um ciclo virtuoso que responde por meio da maior demanda da sociedade.

Anexos

Equipe Técnica:

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Millades de Carvalho Castro