O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro de Goiás atingiu R$ 108,6 bilhões em dezembro de 2016, apresentando queda de 7,3% em doze meses, com valores atualizados pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA-IBGE). Pelo Gráfico 1 e pela Tabela 1 é possível verificar uma dinâmica sustentada de queda das operações de crédito ao longo de 2016, com exceção do mês de dezembro que apresentou um ligeiro aumento em relação ao mês anterior. Todavia, por meio da última coluna da Tabela 1 nota-se que o saldo das operações de crédito total variou negativamente ao longo de todo o ano de 2016 em relação aos respectivos meses do ano de 2015.

As operações que apresentaram as maiores quedas foram as operações destinadas às empresas, representadas pelas operações às pessoas jurídicas. Em dezembro de 2016 essas operações tiveram o menor saldo da série, R$ 38,81 bilhões, o que representa uma queda de 15,8% em relação a dezembro de 2015 (Tabela 1). Esse resultado revela uma situação de recessão da economia goiana, pois nas operações às pessoas jurídicas estão incluídos os gastos com investimentos, principais responsáveis pela ampliação da capacidade produtiva da economia, isto é, pelo crescimento econômico.

As operações destinadas aos consumidores de forma geral, representadas pelas operações às pessoas físicas, também apresentaram queda sustentada ao longo de 2016, com exceção do mês de dezembro em que se verificou um pequeno aumento em relação ao mês de novembro, porém, no acumulado do ano houve queda de 1,7%.

A taxa de inadimplência total das operações de crédito, que corresponde à participação dos saldos com atrasos superiores a noventa dias, apresentou pequeno aumento no agregado total de 2016, partindo de 3,85% em janeiro para 4,02% em dezembro. Por sua vez, as taxas de inadimplência das operações destinadas às pessoas físicas e jurídicas apresentaram comportamentos distintos. Enquanto as primeiras tiveram desempenho relativamente estável, com uma queda mais acentuada no último bimestre, as segundas apresentaram aumento sustentado ao longo de todo ano. Porém, ao analisar as taxas em relação aos seus respectivos meses de 2015, verifica-se que o aumento da inadimplência foi generalizado, sendo o crescimento da inadimplência às pessoas jurídicas o mais acentuado, chegando a variação de 73,3%, como aconteceu em março de 2016 em relação a março de 2015 (Tabela 2).

O comportamento crônico de redução das operações de crédito e o aumento da inadimplência do saldo das operações de crédito de Goiás reforçam o quadro de recessão econômica no qual o estado se encontra.

Responsável Técnico:
Eduardo Santos Araújo