Indústria goiana volta a recuar em abril, 3,3 %.
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria goiana (de transformação e extrativa mineral) apresentou queda de 2,1%, no comparativo de abril/15 com março/15, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional recuou 1,2%, sendo que, de todos locais pesquisados, apenas o estado do Paraná apresentou variação positiva, 1,4%. Por outro lado, as quedas mais acentuadas ocorreram no Ceará (-7,9%), Bahia e Amazonas (-5,1%), Pernambuco (-4,6%) e São Paulo (-3,6%), vide Tabela 1.
Na comparação abril 15 / abril / 14, a indústria de Goiás apresentou queda de 3,3%, ficando em 9º lugar no ranking entre as unidades pesquisadas. Nessa base de comparação doze localidades registraram queda na produção, ao passo que apenas duas tiveram variação positiva, conforme Tabela 1. O Estado do Espírito Santo liderou o crescimento industrial, com 14,3%, explicado em grande parte, pelo comportamento positivo vindo dos setores extrativos e de metalurgia. Ainda nessa comparação, a maior queda entre as unidades pesquisadas foi verificada no Estado da Amazonas (-19,9%), pressionado, em grande parte, pelo recuo na fabricação dos setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e outros equipamentos de transporte.
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria |
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Resultados Regionais – Abril de 2015 |
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Locais |
Variação (%) |
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Com Ajuste Sazonal |
Sem Ajuste Sazonal |
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Abril 15 / Março 15 |
Abril 15 / Abril 14 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
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Brasil |
-1,2 |
-7,6 |
-6,4 |
-4,8 |
Nordeste |
-3,7 |
-8,5 |
-7,1 |
-3,2 |
Amazonas |
-5,1 |
-19,9 |
-18,2 |
-12,5 |
Pará |
-1,8 |
5,9 |
8,0 |
7,0 |
Ceará |
-7,9 |
-14,7 |
-8,2 |
-5,0 |
Pernambuco |
-4,6 |
-8,0 |
-0,3 |
-1,8 |
Bahia |
-5,1 |
-12,9 |
-12,3 |
-6,1 |
Minas Gerais |
-0,8 |
-7,7 |
-7,8 |
-5,7 |
Espírito Santo |
-0,5 |
14,3 |
19,3 |
13,2 |
Rio de Janeiro |
-1,2 |
-2,1 |
-5,5 |
-3,8 |
São Paulo |
-3,6 |
-11,3 |
-7,1 |
-6,9 |
Paraná |
1,4 |
-2,6 |
-8,5 |
-7,6 |
Santa Catarina |
-0,9 |
-6,6 |
-6,7 |
-4,2 |
Rio Grande do Sul |
-1,9 |
-6,0 |
-8,1 |
-6,7 |
Mato Grosso |
– |
-7,7 |
0,6 |
2,4 |
Goiás |
-2,1 |
-3,3 |
-1,1 |
2,0 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. |
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O Gráfico 1 apresenta o comportamento da média móvel e do índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. Nesse gráfico é possível verificar as oscilações na produção industrial, sendo que em 2015 o comportamento da média móvel até abril apresentou alta, comportamento similar ao do ano anterior, 2014. No índice de base fixa, desde dezembro de 2014 ocorre um processo de retomada de expansão para o índice, porém apresentou leve queda em abril de 2015.
Na comparação de abril 2015 com abril 2014, o setor industrial goiano voltou a apresentar queda, 3,3%. No indicador acumulado nos últimos doze meses houve variação de 2,0%.
Em âmbito setorial, comparação de abril /15 com abril /14, seis atividades das nove atividades tiveram queda, conforme Tabela 2. As maiores variações positivas na indústria foram observadas nos setores de metalurgia (7,8%), da indústria extrativa (6,2%) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (3,9%), impulsionados pela maior produção de ferronióbio e ouro, de minérios de cobre em bruto ou beneficiados e de álcool etílico e biodiesel, respectivamente.
Por outro lado, em relação às influências negativas, os recuos de produção ocorreram na fabricação de outros produtos químicos (-30,0%) e nos produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-24,1%), no primeiro, pela queda na produção de adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) e no segundo, pela menor produção de medicamentos. Ainda com taxa negativa vieram os produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-15,1%), em decorrência da queda na produção de latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos, estruturas de ferro e aço em chapas ou em outras formas e esquadrias de ferro e aço; fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-11,8%) influenciada pela queda na produção de cimentos “Portland”, telhas de cerâmica, misturas betuminosas fabricadas com asfalto ou betumes e artefatos diversos de fibrocimento e fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,6%), ocasionada pela menor produção de automóveis.
Tabela 2 – Produção Industrial goiana por atividade – abril 2015 (%)
Segmentos |
Mensal |
Acumulado no ano |
Últimos 12 meses |
Indústria geral |
-3,3 |
-1,1 |
2,0 |
Indústrias extrativas |
6,2 |
-3,8 |
-0,9 |
Indústrias de transformação |
-3,9 |
-0,9 |
2,2 |
Fabricação de produtos alimentícios |
1,4 |
2,6 |
5,0 |
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
3,9 |
27,8 |
13,9 |
Fabricação de outros produtos químicos |
-30,0 |
-22,0 |
-6,9 |
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
-24,1 |
-28,5 |
-21,8 |
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos |
-11,8 |
-11,8 |
-9,1 |
Metalurgia |
7,8 |
3,9 |
2,8 |
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos |
-15,1 |
-22,9 |
-16,0 |
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias |
-10,6 |
8,5 |
7,7 |
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Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.
Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2015.
No primeiro quadrimestre do ano, a economia goiana registrou queda de 1,1%. Tanto a indústria extrativa quanto a de transformação apresentaram recuo, 3,8% e 0,9%, respectivamente. Na transformação, os produtos farmoquímicos e farmacêuticos nos quatro primeiros meses do ano tiveram variação negativa, especialmente na fabricação de medicamentos. Dificuldades ainda relacionadas a depreciação da moeda nacional e conseqüente encarecimento no custo de importação de matérias-primas, além da incerteza com relação a economia, inibiram a expansão dessa atividade.
Por outro lado, no acumulado de janeiro a abril de 2015, a produção de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis sobressaíram aos demais segmentos. A produção biodiesel continua sendo destaque, o maior volume reflete a maior demanda vinda do modal rodoviário, adicionalmente, houve a decisão do governo federal em aumentar de 25% para 27% do percentual de etanol na gasolina.
Não menos importante, dada a representatividade na formação da taxa global da indústria, a fabricação de produtos alimentícios teve expansão de 2,6% nestes primeiros quatro meses do ano. Os destaques foram na extração de óleo de soja e de óleo de soja em bruto.
A produção industrial goiana, apesar de ter sinalizado recuperação no mês de março de 2015 (6,3%), em abril voltou a apresentar queda de 3,3%, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Entretanto, o crescimento no acumulado do ano ainda é baixo, os resultados negativos na fabricação de produtos farmacêuticos e outros produtos químicos ainda refletem, para este mês de abril, as alterações na conjuntura macroeconômica, em especial a elevação da taxa de câmbio, o que encarece os produtos importados necessários à produção goiana.
Equipe de Conjuntura do IMB:
Alex Felipe Rodrigues Lima
Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves
Millades de Carvalho Castro