Indústria goiana tem queda de 1,3%
Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM/IBGE), a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) apresentou queda de 1,3%, na comparação de abril/17 com março/17 (série com ajuste sazonal), após um período de quatro meses de alta consecutiva. Na mesma base de comparação, a produção nacional apresentou cresceu 0,6%. Apresentaram taxas positivas os seguintes estados: Santa Catarina (1,2%), Ceará, Pernambuco ,Região e Nordeste (0,6%) respectivamente, e Minas Gerais (0,5%). O estado do Espírito Santo ficou estável (0,0%). Por outro lado, as taxas negativas foram assinaladas por Amazonas e Rio de Janeiro (-1,9%), Paraná (-1,6%), Goiás (-1,3%), Rio Grande do Sul e Pará (-0,8%), Bahia (-0,7%) e São Paulo (-0,1%), conforme apresentado na Tabela 1.
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial basileiro recuou 4,5% em abril de 2017, com doze dos quinze locais pesquisados apontando resultados negativos. Nesse mês, o estado do Amazonas (7,8%) obteve os avanços mais intensos, impulsionados, principalmente pela maior produção de televisores e computadores pessoais portáteis. Ainda nessa comparação, Rio de Janeiro (3,1%) e Espírito Santo (1,4%) também registraram taxas positivas para o mês de Abril. Por outro lado, Bahia e São Paulo apresentaram os recuos mais acentuados, ambos com taxa de -8,1%. Os demais resultados negativos foram observados em Pernambuco (-7,3%), em Goiás (-6,2%), no Mato Grosso (-6,1%), no Ceará (-5,8%), no Paraná (-4,7%), na região Nordeste (-4,5%), no Rio Grande do Sul (-4,3%), no Pará (-3,8%), em Santa Catarina (-3,6%) e em Minas Gerais (-2,6%).
No indicador acumulado do ano, janeiro-abril de 2017, frente a igual período do ano anterior, Goiás acumulou uma taxa positiva de 2,4%, enquanto a taxa nacional ficou em -0,6%. Nesta mesma comparação, nove dos quinze locais pesquisados apresentaram resultados positivos: Rio de Janeiro (5,1%), Espírito Santo (3,3%), Santa Catarina (3,0%), Amazonas (2,6%), Pernambuco (2,3%), Paraná (2,1%), Minas Gerais (1,9%) e Rio Grande do Sul (0,4%).
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria |
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Resultados Regionais – Abril de 2017 |
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Locais |
Variação (%) |
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Com Ajuste Sazonal |
Sem Ajuste Sazonal |
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Abril17 / Março17* |
Abril 17 / Abril 16 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
||
Brasil |
0,6 |
-4,5 |
-0,6 |
-3,6 |
|
Nordeste |
0,6 |
-4,5 |
-2,9 |
-2,7 |
|
Amazonas |
-1,9 |
7,8 |
2,6 |
-3,0 |
|
Pará |
-0,8 |
-3,8 |
-0,5 |
5,9 |
|
Ceará |
0,6 |
-5,8 |
-2,9 |
-2,9 |
|
Pernambuco |
0,6 |
-7,3 |
2,3 |
-1,1 |
|
Bahia |
-0,7 |
-8,1 |
-8,2 |
-8,4 |
|
Minas Gerais |
0,5 |
-2,6 |
1,9 |
-2,5 |
|
Espírito Santo |
0,0 |
1,4 |
3,3 |
-11,2 |
|
Rio de Janeiro |
-1,9 |
3,1 |
5,1 |
0,8 |
|
São Paulo |
-0,1 |
-8,1 |
-1,9 |
-2,7 |
|
Paraná |
-1,6 |
-4,7 |
2,1 |
-1,2 |
|
Santa Catarina |
1,2 |
-3,6 |
3,0 |
0,0 |
|
Rio Grande do Sul |
-0,8 |
-4,3 |
0,4 |
-1,6 |
|
Mato Grosso |
– |
-6,1 |
-0,8 |
-4,0 |
|
Goiás |
-1,3 |
-6,2 |
2,4 |
-2,5 |
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Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. |
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*Ajustado sazonalmente. |
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A taxa de -6,2% apresentada em abril reflete, entre outros aspectos, a inversão no direcionamento da Fabricação de Produtos Alimentícios, que nos três primeiros meses do ano foi positivo e em abril ficou em -6,5%. Por outro lado, os principais impactos positivos sobre o total da indústria foram observados nos setores de produtos farmoquímicos, farmacêutico e metalurgia, conforme a Tabela 2.
Na análise, comparando abril/2017 com abril/2016, cinco das nove atividades que compõem a pesquisa da indústria goiana estão com quedas em seu desempenho. E o resutlado acumulado da indústria goiana nos últimos 12 meses é de -2,5%, e no Brasil essa taxa chega a -3,6%.
O principal impacto positivo sobre o total da indústria foi observado no setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (16,0%), na atividade de metalurgia (11,4%) e na indústria extrativa (4,7%), explicados, especialmente, pela maior produção de medicamentos, no primeiro ramo; de ferronióbio no segundo e de minérios de cobre, no último.
Em sentido oposto, a maior queda se deu na atividade de produtos de minerais não metálicos (-25,7%), influenciada pela menor produção de cimento, chapas, painéis, ladrilhos e elementos pré-fabricados para construção civil. Os demais recuos vieram dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-16,4%) e de produtos alimentícios (-6,5%), explicados, especialmente, pela menor produção de álcool etílico e biodiesel, e de açúcar cristal, óleo de soja refinado, extrato, purês e polpas de tomate e carnes de bovinos frescas ou refrigeradas e congeladas, respectivamente.
No acumulado do ano de 2017 (janeiro- abril), como já especificado anteriormente, a indústria de Goiás avançou 2,4% frente a igual período do ano anterior. Em grande medida é o setor de fabricação de medicamentos (40,4%), dada a maior produção de medicamentos, que mantém esta taxa positiva. Cabe destacar também que a indústria de alimentos, sendo a de maior peso na estrutura industrial goiana, contribui com este resultado pelos bons resultados do primeiro trimestre. Vale citar ainda o avanço vindo de metalurgia (7,9%), explicado pela maior produção de ferronióbio e ferroníquel. Em sentido oposto, o ramo de veículos automotores, reboques e carrocerias (-22,9%) exerceu a principal influência negativa sobre o total da indústria no ano, pressionado, em grande parte, pela menor produção de automóveis. A perpectiva para produção de automóveis é de redução na magnitude de queda, conforme dados da balança comercial goiana, as exportações de veículos em abril cresceram 962,82%.
Tabela 2 – Produção Industrial Mensal por atividades (Base: igual mês do ano anterior) |
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Atividades de Indústria |
Variação Percentual (%) |
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Abr17/ Abr16 |
Acumulado no ano |
Acumulado em 12 meses |
||||
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
|
Indústria geral |
-6,5 |
-6,2 |
-0,6 |
2,4 |
-3,6 |
-2,5 |
Indústrias extrativas |
-2,5 |
4,7 |
7,2 |
0,9 |
-2,7 |
-10,3 |
Indústria de transformação |
-7,1 |
-6,7 |
-1,8 |
2,6 |
-3,7 |
-2,0 |
Fabricação de produtos alimentícios |
-0,5 |
-6,5 |
-6,2 |
5,0 |
-1,6 |
1,5 |
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
6,6 |
-16,4 |
-9,1 |
-10,6 |
-10,9 |
-9,3 |
Fabricação de outros produtos químicos |
-10,7 |
1,2 |
0,1 |
-8,8 |
0,4 |
0,8 |
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
-0,7 |
16,0 |
-15,0 |
40,4 |
-12,9 |
26,9 |
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos |
-7,9 |
-25,7 |
-3,4 |
-16,5 |
-8,0 |
-15,0 |
Metalurgia |
-4,2 |
11,4 |
3,5 |
7,9 |
-0,6 |
3,4 |
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos |
-13,0 |
-1,8 |
-2,3 |
-2,1 |
-5,9 |
-26,1 |
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias |
-18,4 |
-1,9 |
8,9 |
-22,9 |
0,2 |
-30,0 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2017. |
Depois de uma leve recuperação no início do ano, a indústria goiana volta a cair, incluenciada, principalmente, pelo recuo da atividade de fabricação de produtos alimentícios. A redução na taxa de juros deve, no médio prazo, favorecer a retomada da atividade industrial.Também, o Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria da Fundação Getulio Vargas, que mede a disseminação do ímpeto de investimento entre as empresas industriais, sinalizando um avanço de 7,9 pontos no segundo trimestre de 2017 em relação ao trimestre anterior, atingindo 107,9 pontos, o maior nível desde o terceiro trimestre de 2014 (109,3).
Equipe de Conjuntura do IMB:
Dinamar Maria Ferreira Marques
Jalda Claudino
Rafael dos Reis Costa