Indústria Goiana tem crescimento recorde pelo segundo mês consecutivo. Em julho a taxa foi de 17,63%.


De junho para julho, o indicador de
atividade industrial do país, ajustado sazonalmente, cresceu (1,04%), ante
(2,85%) no mês anterior. Os índices regionais mostraram crescimento frente a
junho em onze dos quatorze locais pesquisados, com destaque para Goiás (3,06%),
que teve a maior taxa, seguido pelo Pará (2,32%), Amazonas (2,29%), Paraná
(2,10%), Santa Catarina (2,09%), Espírito Santo (2,08%), Minas Gerais (1,77%),
Bahia (1,50%), Rio de Janeiro (0,58%) e São Paulo (0,27%). Por outro lado, Região
Nordeste (-1,02%), Rio Grande do Sul (-1,07%), Ceará (-1,42%) e Pernambuco
(-3,24%), foram os locais que apresentam recuo nesta comparação.

O
avanço de (1,04%) observado no total da indústria brasileira entre junho e
julho teve uma pequena desaceleração, ante (2,85%). Este crescimento observado
em julho refletiu o aumento na produção em 17 atividades das 27 atividades
pesquisadas. Ainda na comparação com o mês anterior, os índices por
categorias de uso mostraram maior dinamismo em bens de capital (1,18%) e em bens
intermediários (1,09%), que atingiram em julho seus mais elevados patamares na
série histórica. A categoria bens de consumo duráveis (-5,16%) assinalou
queda, após aumento de (7,72%) em junho, enquanto bens de consumo semi e não
duráveis ficou estável (0,02%), depois de dois meses de expansão, período
que acumulou um ganho de (2,65%). O incremento no segmento de bens de capital é
muito positivo, pois revela crescimento da demanda interna e sinaliza para novos
investimentos na economia.

Em
relação a julho de 2007, o aumento foi de (8,49%), completando uma seqüência
de 25 meses de resultados positivos neste tipo de indicador refletindo o
crescimento da grande maioria (23) dos vinte e sete setores pesquisados. A indústria
de veículos automotores manteve-se na liderança da expansão, tendo o maior
impacto na formação da taxa global, seguida por máquinas e equipamentos e
metalurgia básica.

Em síntese, os números de julho mostraram que a trajetória
de crescimento da produção industrial prosseguiu apoiada no desempenho de bens
de capital e de bens intermediários, ambos com expansão. Além do fluxo das
exportações de commodities, a indústria de bens intermediários vem
sendo positivamente impactada pelo desempenho favorável da agroindústria e,
mais recentemente, pelo aumento no ritmo de produção de
segmentos da cadeia de construção, setor cuja demanda por produtos
industriais é atendida basicamente pela oferta interna.

Nos
índices regionais de julho comparados a igual mês de 2007 o quadro também foi
positivo, uma vez que treze dos quatorze locais pesquisados apontaram expansão.
As taxas positivas oscilaram entre os (17,63%) de Goiás e (0,51%) da Bahia.
Acima da média nacional (8,49%), além de Goiás, destacaram-se Paraná
(15,11%), Espírito Santo (14,28%), São Paulo (10,95%), Pará e Minas Gerais
(8,57%). Os demais resultados positivos foram: Amazonas (8,46%), Ceará (6,33%),
Rio Grande do Sul (6,22%), Rio de Janeiro (5,44%), Santa Catarina (3,57%),
Pernambuco (1,66%) e Bahia (0,51%). Somente a Região Nordeste (-0,30%)
registrou queda neste tipo de comparação.

O
lado positivo dos resultados da pesquisa está nas taxas expressivas de expansão
da produção industrial em muitos locais do País, o que contrasta com o padrão
que vinha sendo observado recentemente. Esta Análise já havia chamado a atenção
para o fato de que a indústria em São Paulo vinha se afirmando, de forma
isolada, como o carro-chefe da produção da indústria nacional nos últimos
meses. Em julho, o estado paulista manteve um vigoroso desempenho, com sua produção
industrial crescendo (10,95%) relativamente a julho de 2007, mas o fato novo e
relevante é que o salto no crescimento da produção total da indústria, de
(6,39%) em junho para (8,49%) em julho, não pode ser explicado somente pelo
desempenho de São Paulo.

No
indicador mensal de julho 2008 comparado ao mesmo período de 2007, as maiores
taxas vieram do Estado de Goiás,
Paraná e Espírito Santo. A produção
industrial goiana prosseguiu em trajetória ascendente iniciada em setembro do
ano passado, atingindo a 11ª taxa positiva. Contribuíram para a formação da
taxa global os segmentos de alimentos e bebidas, produtos químicos e minerais não
metálicos. Paraná prosseguiu apresentando crescimento a dois dígitos,
registrando (15,11%) de expansão em julho, com destaque para maior produção
em veículos, devido à elevada produção de caminhões.

Vale mencionar também as altas taxas registradas em edição e impressão,
refino de petróleo e produção de álcool, alimento e minerais não-metálicos.
A produção capixaba aumentou (14,28%), décima taxa positiva consecutiva,
apoiada no crescimento da indústria extrativa, onde se destacou o aumento da
produção de minérios de ferro e gás natural; e da indústria de transformação,
sendo o destaque a metalurgia básica,
reflexo do aumento na produção de lingotes, blocos ou placas de aço e
ferro-gusa.

 Os
dados da produção industrial regional mostraram um quadro bastante positivo no
mês de julho, revelou taxas expressivas para muitos locais do País. Esse
crescimento da produção industrial se deu nos setores de bens de capital e
bens de consumo duráveis e na produção voltada para exportação de
commodities.

 

Tabela
1

Pesquisa
Industrial Mensal Produção Física Regional – julho/2008

(base:
igual período do ano anterior = 100)

Brasil,
Região Geográfica e Unidade da Federação

Mês/mês

Mesmo
mês ano anterior

Acumulado
no ano

Doze
meses

Brasil

1,04

8,49

6,56

6,81

Nordeste

-1,02

-0,30

3,89

3,87

Amazonas

2,29

8,46

7,62

8,73

Pará

2,32

8,57

6,51

4,54

Ceará

-1,42

6,33

3,45

2,81

Pernambuco

-3,24

1,66

6,99

5,34

Bahia

1,50

0,51

3,95

3,49

Minas
Gerais

1,77

8,57

6,89

7,72

Espírito
Santo

2,08

14,28

15,83

13,87

Rio
de Janeiro

0,58

5,44

2,74

2,50

São
Paulo

0,27

10,95

9,95

9,28

Paraná

2,10

15,11

11,82

9,31

Santa
Catarina

2,09

3,57

1,61

3,48

Rio
Grande do Sul

-1,07

6,22

5,05

5,44

Goiás

3,06

17,63

12,83

8,82

Fonte:
IBGE.

Em
julho a produção industrial de Goiás ajustada
sazonalmente, avançou (3,06%) no confronto com o mês imediatamente anterior,
ante (3,39%) em junho. Em relação a julho do ano passado, a taxa chegou aos
(17,63%), maior taxa entre as localidades pesquisadas, pelo segundo mês
consecutivo. Também foi observada taxa bastante interessante para o acumulado
do ano (12,83%). Com isso, o indicador acumulado nos últimos doze meses (8,82%)
acelerou em relação ao resultado registrado em junho (7,28%). Na análise
trimestral, o índice de média móvel trimestral avançou (2,09%) entre os
trimestres encerrados em junho e julho, mantendo o ritmo elevado de incremento
observado no mês anterior (2,28%).

A
expansão do indicador mensal de (17,63%) em julho em relação a julho de 2007,
atingiu a décima primeira taxa positiva consecutiva, com quatro dos cinco
setores pesquisados em expansão. O desempenho de alimentos e bebidas (18,57%)
foi determinante na formação da taxa geral, com destaque para os itens
maionese e leite em pó. Vale destacar também produtos químicos (26,30%) e a
indústria extrativa (22,43%), que juntos contribuíram com 4,7 pontos
percentuais na formação da taxa geral. A única atividade que registrou taxa
negativa foi metalurgia básica (-3,06%), tendo seu fraco desempenho associado
ao recuo da produção de ferroníquel.

A
indústria goiana foi a que mais cresceu no país pelo segundo mês consecutivo,
na comparação com igual período do ano passado, esse resultado foi atribuído,
principalmente ao bom desempenho do setor de alimentos e bebidas, segmento com
grande concentração de plantas industriais no estado.  Produtos
químicos aumentaram (26,30%) devido ao aumento na demanda do setor agrícola
por insumos, tais como adubos e
fertilizantes. Também sobressaiu nessa comparação o segmento de minerais não
metálicos, influenciado pelo bom momento do setor da construção civil que tem
se beneficiado da expansão do crédito, de taxa de juros atrativas e redução
de impostos.

No
indicador acumulado no ano, a produção aumentou (12,83%) apoiada, sobretudo,
no desempenho favorável da indústria de transformação (12,60%), enquanto a
indústria extrativa avançou (15,30%). Os ramos que contribuíram de forma
positiva foram alimentos e bebidas (14,12%) e produtos químicos (20,39%). No
primeiro, explica-se pela maior participação dos produtos maionese e leite em
pó; e no segundo por conta do aumento da produção de adubos ou fertilizantes
e medicamentos.

O
Estado de Goiás de janeiro a julho atingiu uma taxa de (12,83%). Os destaques
foram: o setor de alimentos e bebidas, explicado pelo aumento na produção de
commodities exportadoras, sendo este segmento o de maior peso na composição da
taxa global. Outro segmento que teve destaque foi produtos químicos,
influenciado pelo bom momento da agricultura. Observa-se uma melhora
significativa para a indústria goiana neste ano de 2008, comparado ao ano
anterior, explicado pelo dinamismo das agroindústrias, bom momento na
agricultura e crescimento da cadeia do setor da construção.

 

 

Tabela
2

Estado
de Goiás: Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – julho/2008

(Base:
Igual período do ano anterior =100)

Segmentos

Mensal

Acumulado
no ano

Últimos
12 meses

Indústria
geral

17,63

12,83

8,82

Indústria
extrativa

22,43

15,30

11,83

Indústria
de transformação

17,21

12,60

8,56

 
Alimentos e bebidas

18,57

14,12

9,72

Produtos
químicos

26,30

20,39

12,25

Minerais
não metálicos

14,22

5,87

5,22

Metalurgia
básica

-3,06

-4,39

-3,98

 Fonte: IBGE.

Equipe
de Conjuntura da Seplan:

Dinamar
Ferreira Marques

Marcos
Fernando Arriel

Maria
de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

 

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