Indústria goiana registra crescimento de 26,7% no primeiro trimestre de 2010, influenciada pelo setor químico.


Conforme dados da pesquisa mensal da indústria, publicada pelo IBGE, a produção industrial brasileira teve um avanço de 2,8% entre os meses de fevereiro e março deste ano, na série com ajuste sazonal. Este resultado foi impulsionado pelo acréscimo na produção de doze dos quatorze locais pesquisados, com destaque para os avanços de dois dígitos do Paraná (18,6%) e do Amazonas (10,1%). Pernambuco (4,4%), Rio Grande do Sul (4,1%) e Santa Catarina (3,7%) completaram o conjunto de locais com expansão acima da média nacional. Os demais locais com taxas positivas foram: Minas Gerais (2,8%), Espírito Santo (2,2%), Rio de Janeiro e região Nordeste (ambos com 1,8%), Bahia (0,9%), Pará (0,7%) e São Paulo (0,6%). Por outro lado, Ceará (-0,3%) e Goiás (-6,8%) apresentaram recuos na produção deste indicador.

No confronto com março de 2009 também se observou perfil generalizado de crescimento, já que as quatorze regiões apresentaram taxas positivas, refletindo não só a aceleração no ritmo da produção nesse início de 2010, mas também a baixa base de comparação decorrente dos efeitos da crise econômica internacional. Vale destacar também que março de 2010 teve um dia útil a mais que igual mês do ano anterior. As taxas positivas oscilaram entre os 45,0% do Espírito Santo e os 7,0% do Pará. Acima da média nacional (19,7%), além do Espírito Santo, destacaram-se Amazonas (39,9%), Pernambuco (25,3%), Paraná e Goiás (ambos com 23,7%) e Minas Gerais (22,4%). Os demais resultados positivos foram: São Paulo (18,4%), Santa Catarina (17,9%), Rio Grande do Sul (16,4%) região Nordeste (14,6%), Ceará (14,4%), Rio de Janeiro (11,4%), Bahia (9,5%) e Pará (7,0%).

No fechamento do primeiro trimestre de 2010, frente a igual período do ano anterior, todos os locais mostraram crescimento. Com avanço acima dos 18,1% registrados no total do país, situaram-se: Espírito Santo (44,1%), Amazonas (32,3%), Goiás (26,7%) e Minas Gerais (25,3%). São Paulo, com a estrutura industrial mais diversificada entre os locais investigados, também cresceu 18,1%. A forte presença de segmentos articulados à produção de bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos – “linha branca” e “linha marrom”), bens de capital e dos setores extrativos (minérios de ferro) e de metalurgia básica, explica o crescimento mais intenso destes locais.

Os números positivos da indústria em março consolidam a recuperação do setor, cujo nível de produção voltou a crescer, apresentando em março a quarta taxa positiva consecutiva desde dezembro de 2009, na série com ajuste sazonal, praticamente igualou o nível recorde observado em setembro de 2008, zerando as perdas ocorridas com a crise econômica. Para a continuação da expansão do setor é fundamental que o setor de bens de capital continue avançando, porque suas atividades têm efeitos significativos sobre toda a cadeia produtiva da indústria em geral. Também o setor de bens duráveis, onde estão inseridos veículos automotores, deve ser acompanhado, pois perdeu a desoneração de impostos como meio de promoção de sua produção e vendas.

Em março de 2010, a produção industrial de Goiás recuou 6,8% frente a fevereiro, na série livre de efeitos sazonais, após acumular 16,8% nos dois últimos meses de crescimento. Na comparação com igual mês do ano anterior, observa-se expansão de 23,7%, quinta taxa positiva consecutiva nesse tipo de confronto. No fechamento do primeiro trimestre de 2010, os índices também mostraram acréscimo: 26,7% frente à igual período do ano anterior e 13,7% em relação ao último trimestre de 2010 – série com ajuste sazonal. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, acelera o ritmo de crescimento na passagem de fevereiro (5,5%) para março (7,7%).

No confronto março 10/março 09, a produção industrial de Goiás cresceu 23,7%, sustentado pelo desempenho da indústria de transformação (26,7%), uma vez que o setor extrativo recuou 4,2%. No primeiro segmento, quatro dos cinco setores apontaram expansão na produção, com produtos químicos (135,8%) e alimentos e bebidas (15,7%) exercendo os principais impactos sobre a média global. Nessas atividades, sobressaíram a expansão na produção de medicamentos, soros e sabões ou detergentes, no primeiro ramo, e maionese e refrigerantes no segundo.

Tabela 1

Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – março/2010

(Base: Igual período do ano anterior =100)

(%)

Segmentos

Mensal

Acumulado no ano

Últimos 12 meses

Indústria geral

23,67

26,72

7,68

Indústria extrativa

-4,21

0,17

-0,48

Indústria de transformação

26,69

29,60

8,44

  Alimentos e bebidas

15,74

11,40

-1,66

Produtos químicos

135,80

173,82

70,47

Minerais não metálicos

17,27

19,09

6,10

Metalurgia básica

-4,03

6,70

8,96

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

 

 

A produção industrial goiana mostrou aceleração em seu ritmo produtivo no fechamento do primeiro trimestre de 2010, com crescimento de 26,7%, contra 4,4% no quarto trimestre de 2009, ambas as comparações contra igual período do ano anterior. A melhora neste primeiro trimestre ocorreu em todos os ramos pesquisados, sendo que os segmentos com maiores destaque e influência na formação da taxa global foram: Produtos químicos, que passou de 62,6% para 173,8% e alimentos e bebidas (de -7,4% para 11,4%). (tabela 2)

 

Tabela 2

Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – março/2010

(Base: Igual período do ano anterior =100)

Segmentos

2009

2010

1º tri

2º tri

3º tri

4º tri

1º tri

Indústria geral

-6,94

-2,39

4,92

4,37

26,72

Indústria extrativa

3,39

-1,01

-2,32

1,52

0,17

Indústria de transformação

-7,94

-2,52

5,58

4,61

29,60

Alimentos e bebidas

-2,62

-5,97

-2,78

-7,39

11,40

Produtos químicos

-31,26

20,50

48,95

62,56

173,82

Minerais não metálicos

-1,81

-7,45

6,86

8,34

19,09

 

-16,54

2,63

7,59

19,38

6,70

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

A indústria goiana vive um bom momento, com destaque para o segmento de produtos químicos, que cresce pelo quinto mês consecutivo a uma taxa média de 155,6%. Este crescimento foi devido à maior produção de medicamentos, como soros, sabões e detergentes. Segundo analista do setor, boa parte do bom desempenho foi a recuperação do volume de produção perdido durante a crise financeira. O maior crescimento aconteceu na classe terapêutica, principalmente na produção de soros. A indústria tem investido em tecnologia e contratado novos funcionários nestes primeiros meses de 2010.

Os dados apontados pelo IBGE indicam que o Estado de Goiás caminha de forma sólida rumo ao fortalecimento industrial em 2010. Segundo a pesquisa de intenção de investimentos da Seplan/GO, diversas empresas nacionais e estrangeiras têm optado por investimentos em Goiás, onde os incentivos fiscais  têm contribuído para estimular o setor. O resultado também pode ser observado no aumento do emprego, conforme dados do Caged do Ministério do Trabalho e emprego. A expectativa para este ano é de que a indústria goiana apresente uma evolução bastante positiva.

Equipe de Conjuntura da Seplan:
Dinamar Ferreira Marques
Marcos Fernando Arriel
Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha
Lucelena Fátima de Melo
Rafael Marques de Camargos
Daniela Vieira de Oliveira
Eduiges Romanatto

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