Indústria goiana registra aumento de 1,6% em 2014


Conforme os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria goiana (de transformação e extrativa mineral) apresentou queda de 5,3%, no comparativo de dezembro/14 com novembro/14, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional também diminuiu 2,8%, sendo que em apenas dois locais pesquisados com variações positivas, Amazonas com 3,2% e Ceará com 1,7%. Todas as demais localidades apresentaram queda, as mais acentuadas ocorreram na Bahia (-7,9%), Santa Catarina (-5,9%) e Goiás (-5,3%), vide Tabela 1.

Na comparação dezembro 14 / dezembro / 13, a indústria de Goiás teve queda de 5,2%, a terceira maior queda entre as unidades da federação. O Estado do Espírito Santo liderou o crescimento industrial com 12,8%, explicado pelo impulso advindo do setor extrativo, especialmente de minérios de ferro pelotizado e óleos brutos de petróleo. Nessa base de comparação, a maior queda entre as unidades pesquisadas foi verificada no Estado de Pernambuco (-8,2%), pressionado pela queda na produção dos setores de outros equipamentos de transporte, produtos alimentícios, metalurgia, produtos minerais não-metálicos e outros produtos químicos. No confronto de dezembro/14 com dezembro/13, oito Estados registraram queda na produção, ao passo que somente cinco tiveram variação positiva, conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais – Dezembro de 2014

Locais

Variação (%)

Dezembro/Novembro*

Dezembro 14 / Dezembro 13

Acumulado no ano

Acumulado nos últimos 12 meses

Brasil

-2,8

-2,8

-3,2

-3,2

Nordeste

-3,0

-1,8

-0,2

-0,2

Amazonas

3,2

-5,1

-3,9

-3,9

Pará

-2,5

1,3

8,1

8,1

Ceará

1,7

1,0

-2,9

-2,9

Pernambuco

-4,1

-8,2

0,1

0,1

Bahia

-7,9

-2,6

-2,8

-2,8

Minas Gerais

-2,3

-4,6

-2,9

-2,9

Espírito Santo

-3,3

12,8

5,6

5,6

Rio de Janeiro

-0,4

-1,1

-3,0

-3,0

São Paulo

-3,2

-7,7

-6,2

-6,2

Paraná

-0,5

3,7

-5,5

-5,5

Santa Catarina

-5,9

-2,4

-2,2

-2,2

Rio Grande do Sul

-3,9

0,0

-4,3

-4,3

Mato Grosso

0,0

6,0

3,0

3,0

Goiás

-5,3

-5,2

1,6

1,6

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

*Ajustado sazonalmente.

 

 

O Gráfico 1 apresenta o comportamento da média móvel e do índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. Nesse gráfico é possível verificar as oscilações na produção industrial, sendo que em 2014 o comportamento do mês de dezembro foi de queda, diferente do registrado em 2013, índice de base fixa. No índice de média móvel trimestral nota-se queda a partir de dezembro de 2014.

 

 

 

 

 

 

O setor industrial goiano apresentou queda de 5,2% em dezembro, representando a terceira maior taxa negativa, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. No indicador acumulado de janeiro a dezembro deste ano houve variação de 1,6.

No recorte setorial, comparação de dezembro/14 com dezembro/13, a queda ocorreu em cinco atividades investigadas, quebrando a sequência de taxas positivas que vinha ocorrendo desde maio / 14. As influências negativas mais relevantes sobre o total da indústria foram observadas nos  setores de  veículos automotores,  reboques e  carrocerias (-29,2%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-32,9%), pressionados, especialmente, pela menor produção de automóveis a diesel e veículos para o transporte de mercadorias; e de medicamentos, respectivamente.

As pressões negativas vieram de produtos de minerais não-metálicos (-19,8%), de outros produtos químicos (-17,6%) e de produtos de metal (-15,0%), explicadas, em grande parte, pela queda na produção de cimentos “Portland”, ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica para pavimentação ou revestimento e misturas betuminosas fabricadas com asfalto, no primeiro ramo; de adubos ou fertilizantes, no segundo; e de latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos e estruturas de ferro e aço em chapas ou em outras formas, no último.

Em sentido oposto, os setores de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (39,2%) e de produtos alimentícios (3,4%) assinalaram os principais impactos positivos sobre a média da indústria, impulsionados, em grande medida, pela maior fabricação de biodiesel e álcool etílico; e de carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, óleo de soja em bruto, extrato, purês e polpas de tomate e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, respectivamente.

No acumulado de 2014, Goiás fechou a produção industrial com 1,6%. Cinco setores dos nove investigados contribuíram para o resultado.

As contribuições positivas vieram de produtos alimentícios (3,8%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,3%). Nessas atividades sobressaíram os avanços na fabricação de açúcar cristal, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, leite em pó, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja e óleo de soja refinado e em bruto, no primeiro ramo; e de biodiesel e álcool etílico, no segundo. As demais expansões vieram das atividades de outros produtos químicos (8,4%), de indústrias extrativas (3,1%) e de metalurgia (1,1%).

Por outro lado, a atividade de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-13,4%) exerceu o principal impacto negativo sobre o total da indústria goiana, pressionada pela menor produção de medicamentos. As demais pressões negativas vieram de produtos de minerais não-metálicos (-6,6%), de produtos de metal (-10,8%) e de veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,2%), explicadas, principalmente, pela menor fabricação de ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica para pavimentação ou revestimento e massa de concreto preparada para construção, no primeiro ramo; de estruturas de ferro e aço em chapas ou em outras formas, no segundo; e de veículos para o transporte de mercadorias e automóveis a diesel, no último, conforme Gráfico 2.

 

 

 

 

 

Dado o fechamento do resultado para o mês de dezembro/14, constatou-se que a produção industrial goiana apresentou crescimento inferior ao ano de 2013 (5,3%). No entanto, o desempenho industrial de Goiás figura entre os maiores crescimentos do ano entre as unidades pesquisadas, 4º lugar. O resultado global foi Impulsionado sobremaneira pelo aumento na fabricação de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis e de produtos alimentícios. O resultado para a produção industrial goiana poderia ter sido mais robusto, porém, segmentos importantes na estrutura industrial apresentaram comportamento de queda no decorrer do ano, quais sejam fabricação de medicamentos, veículos automotores e de máquinas e equipamentos.

 

 

Equipe de Conjuntura do IMB:

Alex Felipe Rodrigues Lima

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Millades de Carvalho Castro

 

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