Indústria goiana recua em fevereiro, 4,4%.


Conforme apurado na Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria goiana (de transformação e extrativa mineral) apresentou alta de 3,2%, no comparativo de fevereiro/15 com janeiro/15, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional recuou 0,9%, sendo que, dos locais pesquisados, as maiores variações ocorreram no Pará com 3,4%, Goiás com 3,2%, Paraná com 2,4% e Amazonas com 2,2%. As quedas mais acentuadas ocorreram no Rio de Janeiro (-7,1%), Bahia (-6,4%) e Pernambuco (-2,3%), vide Tabela 1.

Na comparação fevereiro 15 / fevereiro / 14, a indústria de Goiás teve queda de 4,4%, a décima maior queda entre as unidades pesquisadas. Nessa base de comparação, o Estado do Espírito Santo liderou o crescimento industrial, com 25,6%, explicado em grande parte, pelo comportamento positivo vindo dos setores extrativos (minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo) e de metalurgia (bobinas a quente de aços ao carbono, lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono e tubos flexíveis e trefilados de ferro e aço). Ainda nessa comparação, a maior queda entre as unidades pesquisadas foi verificada no Estado da Bahia (-23,2%), pressionados, em grande parte, pela redução na produção dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel, óleos combustíveis, naftas para petroquímica, gasolina automotiva e gás liquefeito de petróleo). No confronto de fevereiro/15 com fevereiro/14, onze localidades registraram queda na produção, ao passo que somente três tiveram variação positiva, conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais – Fevereiro de 2015

Locais

Variação (%)

Com Ajuste Sazonal

Sem Ajuste Sazonal

Fevereiro 15 / Janeiro 15

Fevereiro 15 / Fevereiro 14

Acumulado no ano

Acumulado nos últimos 12 meses

Brasil

-0,9

-9,1

-7,1

-4,5

Nordeste

-0,7

-11,2

-8,3

-1,6

Amazonas

2,2

-18,9

-15,5

-8,6

Pará

3,4

9,4

8,1

9,0

Ceará

1,1

-9,5

-7,7

-4,2

Pernambuco

-2,3

2,2

2,8

-0,3

Bahia

-6,4

-23,2

-17,5

-4,9

Minas Gerais

-1,9

-10,5

-7,1

-4,6

Espírito Santo

-0,4

25,6

21,8

10,0

Rio de Janeiro

-7,1

-11,8

-7,0

-3,8

São Paulo

0,3

-8,5

-7,0

-6,9

Paraná

2,4

-15,0

-13,2

-8,3

Santa Catarina

0,2

-9,6

-8,2

-3,6

Rio Grande do Sul

1,6

-13,7

-12,2

-6,7

Mato Grosso

0,0

-1,5

1,7

2,6

Goiás

3,2

-4,4

-4,4

1,1

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

 

 

 

O Gráfico 1 apresenta o comportamento da média móvel e do índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. Nesse gráfico é possível verificar as oscilações na produção industrial, sendo que em 2015 o comportamento do mês de fevereiro apresentou alta, o mesmo registrado em 2014, índice de base fixa. No índice de média móvel trimestral nota-se queda a partir de dezembro de 2014.

 

 

2012

2012

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores  2015.

 

Na comparação fevereiro 2015 com fevereiro 2014, o setor industrial goiano apresentou queda de 4,4%, sendo a décima maior taxa negativa. No indicador acumulado nos últimos doze meses houve variação de 1,1%.

Em âmbito setorial, comparação de fevereiro/15 com fevereiro/14, a queda ocorreu em quatro atividades. As influências negativas mais relevantes sobre o total da indústria ocorreram nos segmentos de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-43,2%) e de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-33,8%), no primeiro, pela menor produção de medicamentos e no segundo, pela queda na produção de latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos e esquadrias de ferro e aço. Ainda com taxa negativa vieram os produtos de minerais não metálicos (-15,6%) e de outros produtos químicos (-9,9%), explicadas, em grande parte, pela queda na produção de cimentos “Portland”, telhas de cerâmica, misturas betuminosas fabricadas com asfalto ou betumes e elementos pré-fabricados para construção civil de cimento ou concreto, no primeiro; e de adubos ou fertilizantes com fósforo e potássio e superfosfatos, no segundo.

Em sentido oposto, os setores de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (67,8%) e de veículos automotores, reboques e carrocerias (11,2%) assinalaram os principais impactos positivos sobre a média da indústria, impulsionados, em grande medida, pela maior fabricação de biodiesel e álcool etílico; e de automóveis, respectivamente. As demais expansões vieram das atividades de produtos alimentícios (0,3%), conforme Tabela 2.

 

Tabela 2 – Produção Industrial goiana por atividade – fevereiro 2015 (%)

Segmentos

Mensal

Acumulado no ano

Últimos 12 meses

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos

-33,8

-29,2

-15,2

Fabricação de produtos de minerais não-metálicos

-15,6

-15,4

-9,1

Metalurgia

-7,9

-0,4

-0,1

Indústrias extrativas

-6,6

-9,0

0,8

Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias

11,2

5,9

0,8

Fabricação de produtos alimentícios

0,3

1,1

4,1

Indústria geral

-4,4

-4,4

1,1

Indústria de transformação

-4,3

-4,1

1,1

Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

67,8

64,7

12,9

Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos

-43,2

-39,0

-19,7

Fabricação de outros produtos químicos

-9,9

-20,7

-2,0

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores  2015.

 

A produção industrial goiana manteve-se em queda no ano de 2015 (-4,4%), na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O desempenho industrial de Goiás acompanhou o comportamento da conjuntura macroeconômica dos grandes centros industriais do país, que também recuaram. Além disso, este recuo pode ser atribuído à queda na confiança dos empresários dado aos pronunciamentos realizados no mês anterior pela equipe econômica do governo federal, em relação à austeridade fiscal, controle de gastos, redução dos investimentos e elevação de impostos. No entanto, de acordo com a PIM-PF, o Estado de Goiás tem apresentado comportamento extremamente favorável em relação à média nacional e a algumas Unidades de Federação.

 

 

 

Equipe de Conjuntura do IMB:

Alex Felipe Rodrigues Lima

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Millades de Carvalho Castro

Governo na palma da mão

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