De acordo com os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial goiana recuou no mês de dezembro (-7,0%), apresentou a maior queda entre as localidades pesquisadas, na comparação com o mês de novembro desse ano, na série com ajuste sazonal. Em temos regionais, cinco das quatorze localidades apresentaram taxas positivas, enquanto as demais recuaram. A taxa média registrada para o Brasil ficou em 0,9%.
Na comparação dezembro 2011 / dezembro 2010, a indústria goiana expandiu 6,6%, terceira melhor taxa do país, enquanto o resultado nacional apresentou queda de 1,2%. O comportamento negativo prevaleceu em oito locais, enquanto seis localidades investigadas apresentaram resultados positivos.
Tabela 1
Indicadores Conjunturais da Indústria
Resultados Regionais
Dezembro de 2011
Locais
Variação (%)
Dezembro/Novembro*
Dezembro 11/Dezembro 10
Acumulado no Ano
Acumulado nos Últimos 12 Meses
Brasil
0,9
-1,2
0,3
0,3
Nordeste
-1,2
-3,7
-4,7
-4,7
Amazonas
1,5
3,6
4,0
4,0
Pará
3,3
5,2
2,7
2,7
Ceará
0,1
-7,4
-11,7
-11,7
Pernambuco
2,1
3,8
0,0
0,0
Bahia
-5,2
-4,9
-4,4
-4,4
Minas Gerais
-2,8
-2,8
0,3
0,3
Espírito Santo
-1,8
7,4
6,8
6,8
Rio de Janeiro
-3,1
-2,1
0,3
0,3
São Paulo
0,3
-3,2
0,2
0,2
Paraná
6,5
23,5
7,0
7,0
Santa Catarina
1,1
-10,9
-5,1
-5,1
Rio Grande do Sul
2,3
3,2
1,9
1,9
Goiás
-7,0
6,6
6,2
6,2
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
* Ajustado sazonalmente
A expansão da atividade industrial em Goiás em 2011 foi de 6,2%, a terceira maior taxa em comparação as demais áreas pesquisadas. A leitura do gráfico abaixo demonstra o comportamento da média móvel com o índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. O índice de média móvel ficou a cima do índice de base fixa em dezembro/11. Ao longo do ano de 2011, o índice de base fixa ficou acima da base móvel em diversos períodos do ano. O índice de média móvel trimestral apontou queda em dezembro (-1,4%) em relação ao mês anterior na comparação com ajuste sazonal, este indicador também apresentou oscilação, com sete quedas ao longo no ano.
Na comparação com igual mês do ano passado, o setor industrial de Goiás mostrou expansão (6,6%), obtendo o oitavo resultado positivo consecutivo nesse tipo de confronto, após apontar taxas negativas de janeiro a abril. No índice do ano, a indústria goiana assinalou expansão de 6,2%, cresceu a dois dígitos em junho, julho, setembro e novembro, nessa ordem 25,2%, 14,2%, 10,6% e 12,7%. Embora a indústria goiana em 2011 tenha apresentado crescimento inferior ao ano de 2010 (17,1%), ainda assim foi o terceiro maior do país, em um ambiente de fraco desempenho na maioria das localidades pesquisadas.
Na análise setorial da indústria goiana, observa-se que o segmento de produtos químicos recuou, depois de crescer a dois dígitos por sete meses consecutivos. O segmento de Alimentos e bebidas reagiu, quando saiu de 1,4% em novembro para 8,4%. A expansão de produtos alimentícios foi influenciado em grande parte pelo aumento na fabricação de maionese, óleo de soja refinado e tortas, bagaços e farelos da extração de óleo de soja. Vale destacar também os avanços registrados pelo setor extrativo (10,2%) e por metalurgia básica (10,3%), impulsionados pelos itens amianto, no primeiro setor, e ferroníquel no segundo.
Tabela 2
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – dezembro/2011
(Base: Igual período do ano anterior =100)
(%)
Segmentos
Mensal
Acumulado no ano
Últimos 12 meses
Indústria geral
6,6
6,2
6,2
– Indústria extrativa
10,1
1,2
1,2
– Indústria de transformação
6,3
6,6
6,6
. Alimentos e bebidas
8,4
-2,7
-2,7
. Produtos químicos
1,3
36,0
36,0
. Minerais não metálicos
1,4
-0,4
-0,4
. Metalurgia básica
10,3
-2,3
-2,3
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
No índice acumulado de 2011, o setor industrial de Goiás avançou 6,2%, impulsionado em grande parte pela expansão na produção do setor de produtos químicos (36,0%), por conta da maior fabricação de medicamentos. Entre os três ramos que apontaram recuo na produção, a principal influência negativa sobre a média global foi assinalada pela atividade de alimentos e bebidas (-2,7%), pressionada principalmente pela menor produção de refrigerantes, cervejas, chope, leite em pó e açúcar.
Apesar da desaceleração ocorrida em nível nacional, o Estado de Goiás fechou o ano de 2011 com a terceira maior taxa entre as localidades pesquisadas, com uma taxa de 6,2%, a taxa registrada para o Brasil no mesmo ano foi de 0,3%. Vale ressaltar que este resultado é bastante significativo, levando em consideração o resultado pífio da indústria brasileira e outras unidades da federação.
Ao longo do ano de 2011, o setor industrial goiano teve algumas oscilações, de janeiro a abril apresentou taxas negativas, a partir de maio todas as taxas foram positivas, chegando a taxas de dois dígitos em quatro meses do ano.
O vigoroso crescimento da produção na Indústria Geral pode ser decomposto em dois setores industriais: Indústria extrativa e indústria de transformação. Conforme tabela 2, a indústria extrativa fechou o ano com taxa positiva, porém tímida, 1,2%.
A Indústria de Transformação de Goiás apresentou um crescimento de 6,2% no fechamento do ano. Ao analisar os segmentos desse setor, percebe-se que quem puxou o crescimento foi produtos químicos, o comportamento deste segmento está mais relacionado ao ambiente econômico interno. Os demais segmentos apresentaram recuo.
Diante do exposto fica evidente que a indústria goiana foi bastante beneficiada pelo mercado interno, demonstrando um padrão de aquecimento, revertendo às incertezas prevalecentes no cenário internacional.