Indústria goiana recua 4,24% em abril, mas é um dos melhores resultados entre os estados brasileiros.


Segundo pesquisa do IBGE, a produção industrial em abril de 2009, já descontada as influências sazonais, avançou 1,14% frente a março, quarta taxa positiva no ano. Em relação a abril de 2008 o setor recuou 14,83%, sendo a sexta taxa consecutiva com redução e no primeiro quadrimestre do ano a redução ficou em 14,66%. O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde outubro, registrou neste mês de abril taxa de –3,89%, sua marca mais baixa desde junho de 1996 (-4,00%).

 

 

 

 

 

Na análise por categorias de uso, série com ajuste sazonal, todas as categorias registraram taxas positivas, com destaque para, consumo duráveis (2,68%) e bens de capital (2,62%). O primeiro, com a quarta taxa positiva nessa comparação, já acumulou 57,80% de crescimento em 2009, frente aos 48,74% de recuo nos três últimos meses de 2008, e o segundo, que voltou a mostrar crescimento em relação ao mês anterior, não neutralizou a desaceleração observada em fevereiro e março, quando acumulou perda de 11,16%. O desempenho do setor de bens intermediários (1,14%) ficou igual a média da indústria, enquanto bens de consumo semi e não duráveis praticamente repetiu o patamar do mês anterior (0,30%). Na comparação abril/09 com abril/08, a maior queda foi verificada em bens de capital (-29,26%), atingindo -22,63% no acumulado do ano e 6,24% em doze meses.

 

 

 

Tabela 1

Indicadores da Produção Industrial por Categorias de Uso – Brasil – abril/2009

 (%)

Categorias de Uso

Mês/mês*

Mensal

Acumulado no ano

Acumulado 12 meses

Bens de Capital

2,62

-29,26

-22,63

-6,24

Bens Intermediários

1,14

-15,48

-17,46

-13,05

Bens de Consumo

0,87

-8,87

-8,15

-9,84

Duráveis

2,68

-21,59

-22,23

-15,65

Semiduráveis e não duráveis

0,30

-4,17

-3,22

-7,98

Indústria Geral

1,14

-14,83

-14,66

-3,89

 

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

„h          Série com ajuste sazonal

 

 

 

A produção industrial ainda apresenta, neste quadrimestre, um desempenho bastante tímido, apesar de dar sinais de que, em abril, parou de cair em boa parte dos ramos da indústria. Embora esteja operando com capacidade ociosa, todas as categorias de uso, inclusive bens de capital, houve variação positiva da produção em abril com relação a março, na série com dados livres dos efeitos sazonais.

Com o resultado de abril, o indicador de média móvel trimestral permaneceu positivo ao assinalar acréscimo de 1,32% frente a março, praticamente mantendo o ritmo do mês anterior (1,6%). Por categorias de uso, bens de consumo duráveis (5,0%), intermediários (1,03%) e bens de consumo semi e não duráveis (1,30%) registraram crescimento, enquanto o segmento de bens de capital (-3,13%) manteve trajetória de desaceleração.

Em relação a abril de 2008, o setor industrial recuou 14,83%, praticamente repetindo a média do primeiro trimestre do ano (-14,68%). Além da elevada base de comparação, vale ressaltar a influência do menor número de dias úteis em abril de 2009 (20 dias), frente a abril de 2008 (21 dias). Dos vinte e sete setores pesquisados, vinte e quatro exibiram taxas negativas nessa comparação, as principais quedas vieram de veículos automotores (-24,85%) e máquinas e equipamentos (-32,33%). A redução na produção de veículos foi devido à queda nas exportações de carros que impactou outros setores, como o siderúrgico a indústria de borracha e a indústria de bens de capital que tem adiado seus projetos de investimentos.

 

 Em abril de 2009, os índices regionais da produção industrial ajustados sazonalmente mostraram crescimento frente a março, em sete dos quatorze locais pesquisados, com destaque para Espírito Santo (7,06%), que assinala a expansão mais acentuada, seguido por Goiás e Rio Grande do Sul (ambos com 2,31%) e Ceará (1,69%), todos com índices acima da média nacional (1,14%). São Paulo (1,01%), Minas Gerais (0,61%) e Santa Catarina (0,52%) completaram o conjunto de locais com taxas positivas. Por outro lado, Bahia (-10,98%), região Nordeste (-5,08%) e Amazonas (-5,02%) apresentaram os maiores recuos neste indicador.

Ainda na série ajustada, a aceleração contínua no ritmo produtivo do setor industrial nos quatro primeiros meses de 2009 apontou ganho de 6,23% ente abril e dezembro para o total do Brasil. Esse movimento de recuperação foi acompanhado por dez dos quatorze locais pesquisados.

 

 

 

 

A produção industrial brasileira apresentou, nos quatro primeiros meses do ano, uma recuperação lenta, sustentada pela demanda interna. Os efeitos na queda na demanda externa têm sido mais forte que o desaquecimento da economia doméstica, considerando toda a cadeia industrial, pode ser observado redução nas exportações de carros, que impacta outros setores, como o siderúrgico que não exporta e na indústria de bens de capital que tem postergado investimentos, dado a elevação de estoques nesse setor.

No confronto com abril de 2008, todos locais registraram recuo. Além da elevada base de comparação, vale destacar que abril de 2009 possui um dia útil a menos que abril de 2008. As quedas mais acentuadas foram registradas no Espírito Santo (-26,65%), Minas Gerais (-21,64%), Amazonas (-21,14%) e Bahia (-20,39%). Com recuo menos intenso que a média nacional (-14,83%), destacou: Paraná (-2,76%), Ceará (-2,93%), Rio de Janeiro (-3,88%) e Goiás (-4,24%).

 

 

 

 

 

No fechamento do primeiro quadrimestre de 2009, frente a igual período do ano anterior, todos os locais também mostraram recuo. Com perdas acima dos -14,66% registrados no total do país situaram-se: Espírito Santo (-30,35%), Minas Gerais (-23,52%), Amazonas (-19,84%), Rio Grande do Sul (-16,36%), São Paulo (-15,41%) e Santa Catarina (-15,01%). A forte presença de segmentos articulados à produção de bens de consumo duráveis (automóveis, telefones celulares, motocicletas e eletrodomésticos), bens de capital e de setores exportadores, especialmente de minérios de ferro e produtos siderúrgicos, explica o desempenho menos favorável destes locais.

 

 

 

Tabela 2

Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais

Abril/2009 

(%)

Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação

Mês/mês*

Mesmo mês ano anterior

Acumulado jan a abril

Doze meses

Brasil

1,14

-14,83

-14,66

-3,89

Nordeste

-5,08

-15,63

-10,86

-4,31

Amazonas

-5,02

-21,14

-19,84

-5,60

Pará

-3,57

-7,48

-6,82

1,23

Ceará

1,69

-2,93

-6,33

-1,09

Pernambuco

-3,55

-7,92

-10,36

-2,93

Bahia

-10,98

-20,39

-12,65

-3,69

Minas Gerais

0,61

-21,64

-23,52

-8,29

Espírito Santo

7,06

-26,65

-30,35

-9,69

Rio de Janeiro

-0,46

-3,88

-9,52

-2,40

São Paulo

1,01

-16,22

-15,41

-2,94

Paraná

-0,09

-2,76

-1,38

4,77

Santa Catarina

0,52

-17,78

-15,01

-6,76

Rio Grande do Sul

2,31

-15,05

-16,36

-5,26

Goiás

2,31

-4,24

-6,26

2,90

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

* com ajuste sazonal

 

 

 

 

 

Tabela 3

Variação da Produção Industrial

Com relação ao trimestre anterior

 2008 e 2009

Locais

2008

2009

Jan-abril

Jan-mar

abril

jan-abril

Brasil

7,33

-14,6

-14,83

-14,66

Nordeste

6,8

-9,38

-15,63

-10,86

Amazonas

9,29

-19,4

-21,14

-19,84

Pará

6,65

-6,62

-7,48

-6,82

Ceará

5,17

-7,44

-2,93

-6,33

Pernambuco

11,36

-11,01

-7,92

-10,36

Bahia

5,79

-10,04

-20,39

-12,65

Minas Gerais

7,29

-24,16

-21,64

-23,52

Espírito Santo

16,26

-31,6

-26,65

-30,35

Rio de Janeiro

2,38

-11,36

-3,88

-9,52

São Paulo

10,59

-15,12

-16,22

-15,41

Paraná

10,17

-0,89

-2,76

-1,38

Santa Catarina

4,1

-14,04

-17,78

-15,01

Rio Grande do Sul

6,59

-16,85

-15,05

-16,36

Goiás

11,34

-6,95

-4,24

-6,26

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

 

Em abril, a atividade industrial de Goiás cresceu 2,31% na comparação com março, na série livre de influências sazonais, após ficar praticamente estável nos dois meses anteriores (0,07% março e –0,11% em fevereiro). Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral avançou 0,76% em abril, e interrompeu a sequência de oito resultados negativos, período em que acumulou perda de 8,60%.

 

 

 

 

 

 Na comparação com abril de 2008, a indústria goiana recuou 4,24%. O indicador acumulado no primeiro quadrimestre do ano ficou em -6,26%, desacelerando frente ao resultado do último quadrimestre do ano passado (2,3%). O indicador acumulado nos últimos doze meses, ao passar de 4,42% em março para 2,90% em abril, manteve a trajetória descendente desde agosto do ano passado.

No confronto abril 09/abril 08, a indústria de Goiás assinalou queda de 4,24%, pressionada pelo desempenho negativo das cinco atividades pesquisadas. As principais contribuições na formação da taxa global vieram de produtos químicos (-18,63%) e alimentos e bebidas (-2,05%), onde sobressaíram a redução na fabricação dos itens medicamentos e carnes frescas de bovinos.

 

 

 

 

 

O índice acumulado no primeiro quadrimestre do ano recuou 6,26% e mantêm a trajetória descendente desde o segundo quadrimestre de 2008 (11,96%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, quatro setores apontaram taxas negativas. Também nessa comparação, os principais impactos sobre a média global vieram de produtos químicos (-28,70%) e de alimentos e bebidas (-2,48%), onde foram determinantes os recuos na fabricação de adubos ou fertilizantes; e leite em pó. Em sentido contrário, a indústria extrativa (1,72%) foi o único segmento que apontou avanço na produção, impulsionado em grande parte pela maior fabricação de amianto.

A produção industrial goiana em 2009 tem apresentado taxas negativas desde o início deste ano, afetando os principais segmentos, com maior intensidade em produtos químicos e alimentos e bebidas, segmentos com maior peso no total da indústria. As maiores quedas foram verificadas na indústria química, especificamente na produção de medicamentos, que está passando por uma readequação em sua produção, seja reduzindo estoques ou adiando investimentos.  Por outro lado, na comparação com ajuste sazonal, começa a dar sinais de recuperação, apresentando taxas positivas desde março de 2009. Têm sido percebidos resultados favoráveis em outros indicadores: na geração de emprego, nas exportações, nas vendas do comércio, diante disso podemos fazer uma leitura mais otimista para a produção industrial goiana para os próximos meses, ainda que a recuperação seja lenta.

  

 

 

Tabela 4

Estado de Goiás: Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – abril/2009

(Base: Igual período do ano anterior =100)

(%)

Segmentos

Mensal

Acumulado jan a abril

Últimos 12 meses

Indústria geral

-4,24

-6,26

2,90

Indústria extrativa

-3,06

1,72

7,47

Indústria de transformação

-4,36

-7,04

2,49

  Alimentos e bebidas

-2,05

-2,48

5,38

Produtos químicos

-18,63

-28,70

-7,76

Minerais não metálicos

-5,95

-2,93

5,34

Metalurgia básica

-1,21

-16,54

-9,04

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

 

.

 

Equipe de Conjuntura da Seplan:

Dinamar Ferreira Marques

Marcos Fernando Arriel

Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

 

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