Indústria goiana recua 3,0% em outubro
Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM/IBGE), a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) apresentou queda de 3,0%, na comparação de outubro/16 com setembro/16 (série com ajuste sazonal). Na mesma base de comparação, a produção nacional apresentou queda de 1,1%. Apresentaram taxas positivas os seguintes estados: Rio de Janeiro (3,4%), Paraná (2,7%) e Pernambuco (1,5%), conforme apresentado na Tabela 1.
Na comparação sem ajuste, set16/set15, a indústria goiana registrou recuo de 13,7%, em um cenário em que apenas duas unidades da Federação apresentaram taxas positivas (Tabela 1). Nesse confronto, o estado do Rio de Janeiro apresentou a maior taxa, 5,7%, pelo comportamento positivo dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel, querosenes de aviação, gasolina automotiva, gás liquefeito de petróleo e naftas para petroquímica). O pior resultado ocorreu no Mato Grosso (-21,6%), devido à queda na produção de produtos alimentícios (tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja e óleo de soja em bruto) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (álcool etílico). Com exceção do Pará e Rio de Janeiro, os demais estados pesquisados apresentaram recuo em suas produções industriais.
O indicador acumulado no ano também retrocedeu (-8,2%), e no nos últimos doze meses recuou 7,7% em out/16, assim ampliando o ritmo de queda frente ao registrado em julho (-4,7%), agosto (-5,7%) e setembro (-6,8%).
De modo geral, entre as 14 localidades pesquisadas, houve redução significativa no mês de out/16 nos principais centros manufatureiros do país, somente duas localidades apresentaram resultado positivo.
No âmbito de atividades, as de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos foram as que apresentaram os maiores recuos, sendo que Goiás e Santa Catarina apresentaram as maiores quedas. E na atividade de fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis houve variação positiva somente no estado do Rio de Janeiro (comparação out16/out15).
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria Resultados Regionais – Outubro de 2016 |
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Locais |
Variação (%) |
|||
Com Ajuste Sazonal |
Sem Ajuste Sazonal |
|||
Out16/Set16/ |
Out16/Out15 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
|
Brasil |
-1,1 |
-7,3 |
-7,6 |
-8,4 |
Nordeste |
-1,2 |
-2,6 |
-3,4 |
-3,8 |
Amazonas |
-2,5 |
-8,5 |
-13,1 |
-15,3 |
Pará |
-4,2 |
2,4 |
9,3 |
7,8 |
Ceará |
-0,3 |
-7,5 |
-4,9 |
-6,2 |
Pernambuco |
1,5 |
-0,6 |
-11,3 |
-10,6 |
Bahia |
-0,3 |
-7,4 |
-4,6 |
-5,4 |
Minas Gerais |
-7,6 |
-11,2 |
-7,4 |
-7,9 |
Espírito Santo |
-0,6 |
-15,4 |
-21,6 |
-21,1 |
Rio de Janeiro |
3,4 |
5,7 |
-5,3 |
-6,4 |
São Paulo |
-2,4 |
-6,5 |
-6,2 |
-7,3 |
Paraná |
2,7 |
-2,2 |
-6,2 |
-7,6 |
Santa Catarina |
-2,1 |
-4,9 |
-4,2 |
-4,9 |
Rio Grande do Sul |
-1,0 |
-4,3 |
-4,5 |
-5,8 |
Mato Grosso |
– |
-21,6 |
-1,2 |
0,1 |
Goiás |
-3,0 |
-13,7 |
-8,2 |
-7,7 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016. |
Os resultados mensais da indústria goiana, referente ao ano de 2016, foram superiores à média nacional, exceto nos meses de mar/16, ago/16, set/16 e out/16 (Gráfico 1). Os setores que mais contribuíram para o recuo em outubro foram os seguintes: fabricação de produtos de metal, (exceto máquinas e equipamentos), coque, derivados do petróleo e de biocombustíveis e minerais não metálicos.
Na esfera setorial (comparação de out/16 com out/15), na indústria de transformação, três setores apresentaram variação positiva: fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (15,2%), devido a maior produção de medicamentos, de outros produtos químicos (8,7%) e de fabricação de veículos automotores (1,5%). Nota-se que houve melhoria no segmento da indústria de veículos em Goiás, que apresentava queda desde abr/15, diferentemente da indústria automobilística dos estados de Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que em out/16 apresentaram quedas.
Os maiores recuos ocorreram na indústria de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-34,8%), devido à queda na produção de latas de ferro e aço para embalagem, esquadrias de ferro e aço e estruturas de ferro e aço e na fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-25,9%), recuo na produção de álcool etílico. Em produtos de minerais não metálicos também houve queda de 19,3%, puxado pela diminuição na produção de cimento portland, elementos pré-fabricados para construção civil (cimento, concreto e massa de concreto para construção). A indústria extrativa recuou 11,9%, diminuição na produção de fosfatos de cálcio naturais, minérios de cobre e amianto. Ressalta-se ainda, queda na fabricação de produtos alimentícios (-13,2%), segmento de maior peso na estrutura industrial do Estado. Nessa atividade, o recuo ocorreu na produção de açúcar cristal, leite em pó, extrato, purês e polpas de tomate, óleo de soja refinado, leite longa vida e carnes em geral.
Tabela 2 – Produção Industrial Mensal por atividades (Base: igual mês do ano anterior) |
||||||
Atividades de Indústria |
Variação Percentual (%) |
|||||
Out16 / Out15 |
Acumulado no ano |
Acumulado em 12 meses |
||||
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
|
Indústria geral |
-7,3 |
-13,7 |
-7,6 |
-8,2 |
-8,4 |
-7,7 |
Indústrias extrativas |
-8,6 |
-11,9 |
-12,2 |
-14,4 |
-11,9 |
-12,0 |
Indústrias de transformação |
-7,0 |
-13,8 |
-7,0 |
-7,9 |
-7,9 |
-7,4 |
Fabricação de produtos alimentícios |
-5,7 |
-13,2 |
1,1 |
-2,3 |
1,3 |
-1,7 |
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
-9,0 |
-25,9 |
-8,3 |
-10,0 |
-8,4 |
-5,5 |
Fabricação de outros produtos químicos |
-1,1 |
8,7 |
-1,4 |
9,0 |
-2,8 |
7,3 |
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
-10,9 |
15,2 |
-2,3 |
-6,1 |
-3,1 |
-7,7 |
Fabricação de produtos de minerais não metálicos |
-14,0 |
-19,3 |
-11,7 |
-12,1 |
-12,1 |
-10,5 |
Metalurgia |
-3,0 |
-14,0 |
-7,4 |
2,5 |
-8,0 |
3,2 |
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos |
-9,2 |
-34,8 |
-10,7 |
-35,0 |
-11,6 |
-33,4 |
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias. |
-6,8 |
1,5 |
-15,8 |
-44,8 |
-19,0 |
-50,6 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016. |
O setor industrial goiano sente os efeitos da crise, assim como a maioria dos Estados brasileiros. Porém percebe-se recuperação em alguns setores importantes para a indústria goiana, como o de fabricação de medicamentos e fertilizantes. O setor de fabricação de veículos automotores também está dando sinais de recuperação, pois desde meados de 2015 vinha apresentando quedas consecutivas. Já os setores de metalurgia e de outros produtos químicos têm contribuído para amortecer o resultado negativo, registrando taxas positivas no ano.
O resultado da indústria em 2016, de modo geral não é satisfatório, já se passaram dez meses e os indicadores estão praticamente iguais aos do ano de 2015. Percebe-se que os resultados têm impactado negativamente sobre a confiança dos empresários, que vinha lentamente se fortalecendo em meses anteriores.
Equipe de Conjuntura do IMB:
Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves