Indústria goiana recua 2,3% em maio.
A pesquisa industrial mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta queda de 2,3% para a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) na comparação de maio/16 com abril/16, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma base, a produção nacional manteve se estável (0,0%). No ranking nacional, o destaque para a maior variação positiva foi para o Estado do Amazonas, com 16,2%, e a queda mais acentuada ocorreu no Paraná, com -3,5% (Tabela 1).
Considerando para análise maio16/maio15, a indústria goiana apresentou queda de 8,4% em um cenário desfavorável, em que apenas duas unidades da federação apresentaram taxas positivas, conforme Tabela 1. O Estado do Mato Grosso apresentou a maior taxa, 14,6%, impulsionado pelo comportamento positivo vindo de produtos alimentícios (carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, óleo de soja em bruto e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos de extração do óleo de soja) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (álcool etílico). A maior queda ocorreu no Estado do Espírito Santo, com -18,9%, pressionada pela queda na produção dos setores de indústrias extrativas (minério de ferro pelotizado). Nessa comparação, apenas Pará e Mato Grosso apresentaram taxas positivas na indústria geral, demonstrando que a crise continua afetando de modo generalizado em todo o país.
Os segmentos ligados à indústria automobilística apresentaram os maiores recuos, principalmente na indústria goiana, do Rio de Janeiro, Minas Gerais, de Santa Catarina e de São Paulo. Com exceção das indústrias de Pernambuco e do Rio de Janeiro, houve queda acentuada na produção de metal, exceto máquinas e equipamentos em todas as regiões produtoras, na comparação maio16/maio15.
Os resultados apurados pela pesquisa mostram que a produção industrial nos principais centros manufatureiros do país tiveram reduções significativas, sendo que a pesquisa abrange 14 localidades, 13 apresentaram resultados negativos no mês de maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria Resultados Regionais – Maio de 2016 |
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Locais |
Variação (%) |
|||
Com Ajuste Sazonal |
Sem Ajuste Sazonal |
|||
Maio16/Abril16 |
Maio16/ Maio15 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
|
Brasil |
0,0 |
-7,7 |
-9,8 |
-9,5 |
Nordeste |
1,6 |
0,3 |
-3,2 |
-2,2 |
Amazonas |
16,2 |
-6,2 |
-18,8 |
-17,5 |
Pará |
-1,9 |
7,8 |
9,6 |
4,7 |
Ceará |
1,4 |
-2,3 |
-5,8 |
-8,4 |
Pernambuco |
-1,1 |
-3,7 |
-18,7 |
-10,4 |
Bahia |
-0,3 |
-2,9 |
1,2 |
-2,1 |
Minas Gerais |
-0,9 |
-7,2 |
-9,4 |
-8,3 |
Espírito Santo |
3,8 |
-18,9 |
-21,6 |
-11,2 |
Rio de Janeiro |
-0,1 |
-7,6 |
-9,5 |
-9,2 |
São Paulo |
-1,6 |
-5,7 |
-9,8 |
-11,5 |
Paraná |
-3,5 |
-11,1 |
-9,0 |
-9,4 |
Santa Catarina |
0,1 |
-6,3 |
-7,3 |
-8,0 |
Rio Grande do Sul |
4,4 |
-3,6 |
-6,3 |
-10,2 |
Mato Grosso |
– |
14,6 |
7,4 |
5,4 |
Goiás |
-2,3 |
-8,4 |
-8,1 |
-2,8 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016. |
No Gráfico 1 verifica-se os resultados mensais da indústria goiana, observando que o descolamento, em relação à média nacional, vem ocorrendo desde o ano passado, porém, em maio/16, o índice da indústria goiana aproximou-se mais ainda da média brasileira, pois ambos apresentaram aumento na queda. A pesquisa demonstrou que os setores que contribuíram para amortecer um pouco a queda do índice geral em maio/16 foram: fabricação de outros produtos químicos e fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis. Por outro lado, os setores de fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos e o de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, apresentaram queda acentuada.
Em âmbito setorial, na comparação de maio/16 com maio/15, observa-se, pela Tabela 2, que na indústria de transformação, o setor de outros produtos químicos apresenta incremento de 32,7% impulsionado pela maior produção de adubos e fertilizantes. Vale mencionar também os avanços vindos da fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis (3,3%), pela maior produção de álcool etílico.
Nos demais setores, as maiores quedas ocorreram na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-56,0%), pressionados pela redução na produção de automóveis e de veículos para transporte de mercadorias; produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-37,4%), resultado da queda na produção de latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos e esquadrias de ferro, aço e alumínio. Houve queda também na fabricação de produtos de minerais não metálicos de 14,9%, devido à redução na produção de cimentos, massa de concreto e artefatos e na fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-11,5%), pelo recuo na produção de medicamentos. Ainda com recuo, o setor extrativo apresentou queda de 29,0%, situação que vem ocorrendo desde mar/16, explicada, em grande parte, pela queda na produção de minérios de cobre e amianto.
Tabela 2 – Produção Industrial Mensal por atividades (Base: igual mês do ano anterior) |
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Atividades de Indústria |
Variação Percentual (%) |
|||||
Maio16 / Maio15 |
Acumulado no ano |
Acumulado em 12 meses |
||||
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
|
Indústria geral |
-7,7 |
-8,4 |
-9,8 |
-8,1 |
-9,5 |
-2,8 |
Indústrias extrativas |
-11,9 |
-29,0 |
-14,4 |
-14,1 |
-6,2 |
-9,0 |
Indústrias de transformação |
-7,2 |
-7,4 |
-9,2 |
-7,7 |
-10,0 |
-2,5 |
Fabricação de produtos alimentícios |
3,8 |
-2,8 |
2,8 |
-1,0 |
0,1 |
2,3 |
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
-13,4 |
3,3 |
-4,2 |
1,2 |
-5,5 |
16,6 |
Fabricação de outros produtos químicos |
-0,9 |
32,7 |
-3,2 |
18,5 |
-5,0 |
2,7 |
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
0,8 |
-11,5 |
2,5 |
-9,8 |
-4,4 |
-10,0 |
Fabricação de produtos de minerais não metálicos |
-12,4 |
-14,9 |
-12,5 |
-11,5 |
-10,7 |
-11,9 |
Metalurgia |
-10,2 |
-6,9 |
-13,4 |
-4,9 |
-11,3 |
-1,7 |
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos. |
-12,0 |
-37,4 |
-15,6 |
-38,7 |
-14,6 |
-27,6 |
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias. |
-15,8 |
-56,0 |
-24,2 |
-51,5 |
-27,1 |
-47,6 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016. |
As pesquisas mensais vêm demonstrando que os desdobramentos das crises política e econômica têm afetado o setor industrial na grande maioria das unidades da Federação, com quedas consideráveis desde o ano passado. Diante dessas incertezas, ainda é visível que os segmentos de maior importância para economia goiana vêm sendo fortemente atingidos por esta crise, com destaque para o setor automobilístico, acumulando quedas consecutivas desde abril de 2015. Esse cenário adverso ainda persiste associado à perda do emprego, ao aumento na taxa de juros e à redução do crédito.
Dessa forma, o que se observa é que mesmo com a estabilidade na indústria geral brasileira frente ao mês de abril/16, não se pode ser considerado de fato favorável, pois mesmo assim, ainda esconde uma queda na indústria de transformação (-0,6%). Os dados da produção industrial na maioria das unidades da Federação ainda se mostram preocupantes, estão bastante voláteis.
Equipe de Conjuntura doIMB:
Alex Felipe Rodrigues Lima
Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves
Sérgio Borges Fonseca Júnior