Indústria goiana recua 1,6% em novembro


 

Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM/IBGE), a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) apresentou queda de 1,6%, na comparação de novembro/16 com outubro/16 (série com ajuste sazonal), quarta taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto, acumulando nesse período perda de 12,7%. Na mesma base de comparação, a produção nacional apresentou taxa de 0,2%. Apresentaram taxas positivas os seguintes estados: Pará (6,6%), Minas Gerais (5,9%), Amazonas (4,4%), Paraná (2,4%) e São Paulo (1,6%). Por outro lado, Região Nordeste (-5,2%) e Pernambuco (-4,9%) apontam os resultados negativos mais acentuados nesse mês, com o primeiro intensificando a queda de 1,2% observada no mês anterior; e o segundo eliminando a expansão de 1,7% acumulada nos meses de setembro e outubro. As demais taxas negativas foram assinaladas por Bahia (-2,1%), Ceará (-1,9%), Goiás (-1,6%), Rio de Janeiro (-1,2%), Rio Grande do Sul (-0,8%) e Espírito Santo (-0,5%), conforme apresentado na Tabela 1.

Na comparação sem ajuste, nov16/nov15, o setor industrial brasileiro mostrou redução de 1,1% em novembro de 2016, com nove dos quinze locais pesquisados apontando resultados negativos. Nesse confronto, a indústria goiana, com queda de 16,6%, assinalou o recuo mais intenso, pressionado, em grande parte, pela queda na produção dos setores de produtos alimentícios e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (álcool etílico). Por outro lado, Pará (9,8%) mostrou o avanço mais elevado em novembro de 2016, impulsionado, principalmente, pelo comportamento positivo de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto). Os demais resultados positivos foram assinalados por Paraná (6,2%), Rio de Janeiro (4,8%), Amazonas (4,3%), São Paulo (1,3%) e Mato Grosso (0,3%).

No indicador acumulado para o período janeiro-novembro de 2016, frente a igual período do ano anterior, a redução na produção nacional alcançou quatorze dos quinze locais pesquisados, com quatro recuando com intensidade superior à média nacional (-7,1%): Espírito Santo (-20,3%), Amazonas (-11,7%), Pernambuco (-10,8%) e Goiás (-8,8%). Minas Gerais (-6,8%), São Paulo (-5,6%), Paraná (-5,1%), Ceará (-4,8%), Bahia (-4,7%), Rio de Janeiro (-4,5%), Rio Grande do Sul (-4,4%), Santa Catarina (-4,0%), Região Nordeste (-3,4%) e Mato Grosso (-1,1%) completaram o conjunto de locais com resultados negativos no acumulado do ano. Por outro lado, Pará (9,3%) assinalou o único avanço no índice acumulado no ano, impulsionado, em grande parte, pelo comportamento positivo da atividade de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto).

 

Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais – Novembro de 2016

Locais

Variação (%)

Com Ajuste Sazonal

Sem Ajuste Sazonal

Nov16/Out16/

Nov16/Nov15

Acumulado no ano

Acumulado nos últimos 12 meses

Brasil

0,2

-1,1

-7,1

-7,4

Nordeste

-5,2

-3,3

-3,4

-3,5

Amazonas

4,4

4,3

-11,6

-13,2

Pará

6,6

9,8

9,3

8,5

Ceará

-1,9

-4,4

-4,8

-5,6

Pernambuco

-4,9

-6,5

-10,8

-11,1

Bahia

-2,1

-5,5

-4,7

-4,6

Minas Gerais

5,9

-0,4

-6,8

-7,0

Espírito Santo

-0,5

-4,5

-20,3

-20,1

Rio de Janeiro

-1,2

4,9

-4,5

-5,0

São Paulo

1,6

1,3

-5,6

-6,1

Paraná

2,4

6,2

-5,1

-5,9

Santa Catarina

0,0

-1,7

-4,0

-4,5

Rio Grande do Sul

-0,8

-1,7

-4,3

-4,8

Mato Grosso

 

0,3

-1,1

-0,1

Goiás

-1,6

-16,5

-8,8

-8,3

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2017.

 

 

Os resultados mensais da indústria goiana, referente ao ano de 2016, têm sido piores que à média nacional, com sequência de recuo mais acentuado a partir de julho/16 (Gráfico 1). Os setores que mais contribuíram para o recuo em novembro foram os seguintes: fabricação de produtos de metal, (exceto máquinas e equipamentos), coque, derivados do petróleo e de biocombustíveis e minerais não metálicos.

 

Gráfico 1 – Produção Industrial Mensal (Base: igual mês do ano anterior) %

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2017.

 

O recuo na indústria goiana em novembro 2016, na comparação com novembro 2015, atingiu seis das nove atividades investigadas, exercendo maior contribuição negativa, para o índice geral, os setores de produtos alimentícios (-19,6%), o de maior peso na estrutura industrial do estado, e de etanol (-33,9%), pressionados, especialmente, pela menor produção de açúcar cristal, leite em pó, carnes de bovinos, óleo de soja, extrato, purês e polpas de tomate e leite condensado, no primeiro; e de álcool etílico, no segundo. Em sentido oposto, o setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (26,2%) exerceu a principal contribuição positiva sobre o total da indústria nesse mês, impulsionado, especialmente, pela maior produção de medicamentos.

 

Tabela 2 – Produção Industrial Mensal por atividades (Base: igual mês do ano anterior)

Atividades de Indústria

Variação Percentual (%)

Nov16 /

Nov15

Acumulado

no ano

Acumulado

em 12 meses

Brasil

Goiás

Brasil

Goiás

Brasil

Goiás

Indústria geral

-1,1

-16,5

-7,1

-8,8

-7,4

-8,3

Indústrias extrativas

4,5

4,9

-10,8

-12,6

-10,9

-11,2

Indústrias de transformação

-2,0

-17,9

-6,5

-8,6

-7,0

-8,2

Fabricação de produtos alimentícios

-1,4

-19,5

0,9

-3,6

1,1

-3,2

Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

-9,3

-33,9

-8,4

-12,0

-8,3

-9,0

Fabricação de outros produtos químicos

2,0

8,6

-1,1

8,9

-1,7

8,2

Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos

-7,0

26,2

-2,7

-3,5

-3,1

-3,9

Fabricação de produtos de minerais não metálicos

-6,9

-21,0

-11,3

-12,9

-11,6

-11,7

Metalurgia

-1,7

-10,2

-7,0

1,1

-7,4

2,6

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos

-7,1

-34,5

-10,4

-34,9

-11,1

-35,3

Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias.

13,4

-9,3

-13,2

-43,0

-14,6

-47,3

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2017.

 

 

O setor industrial goiano continua sentindo os efeitos da crise, assim como a maioria dos Estados brasileiros. A boa notícia é a recuperação em alguns setores importantes para a indústria goiana, como o de fabricação de medicamentos e de fertilizantes. Em novembro 2016 a indústria extrativa também apresentou variação positiva. Já a atividade de fabricação de veículos automotores que em outubro/16 apresentou taxa positiva, voltou a recuar em novembro/16.

O resultado da produção industrial goiana em 2016 seguirá em patamar mais baixo, em virtude do recuo em dezembro da confiança do setor, apontado tanto pela FGV (redução de 1,2 p.p) como pela CNI (redução de 3,4 p.p). Com a confiança do empresário perdendo força, estima-se que a produção industrial, tanto a brasileira como a goiana, encerre o ano de 2016 em queda, refletindo o carregamento estatístico dos fortes recuos do ano anterior e a contração acumulada no segundo semestre até novembro.

 

 

Equipe de Conjuntura do IMB:

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Governo na palma da mão

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