Indústria goiana perde fôlego no mês de agosto e recua 0,15%.


Em
agosto de 2007, os índices regionais da produção industrial ajustados
sazonalmente mostraram um quadro positivo frente a julho, com dez dos quatorze
locais apresentando crescimento. Amazonas (7,53%) e Espírito Santo (6,42%)
assinalaram as variações mais acentuadas. São Paulo (0,41%), parque fabril de
maior peso no País, registrou taxa positiva, mas abaixo da média nacional
(1,30%). Os demais locais com aumento na produção foram: Pernambuco (1,53%),
Goiás (1,32%), Santa Catarina (1,14%), Minas Gerais (1,11%), Ceará (0,65%),
Pará (0,39%) e Paraná (0,21%). A atividade industrial no Rio de Janeiro ficou
praticamente estável (0,04%) frente a julho, enquanto Rio Grande do Sul
(-0,17%), região Nordeste (-0,21) e Bahia (-2,57%) foram os locais que
apontaram queda na passagem de julho para agosto.

O
indicador industrial de agosto revelou que a produção industrial cresceu acima
das expectativas dos analistas. O nível de produção do País bateu recorde,
deixando para trás a acomodação do mês de julho. O setor voltou a crescer de
forma contínua e significativa, atingindo praticamente todas as categorias de
uso.

No
confronto agosto 07/ agosto 06, que para o total do país ficou em 6,54%%, os índices
regionais foram predominantemente positivos, atingindo doze dos quatorze locais
pesquisados. Espírito Santo (22,09%), Amazonas (12,23%) e Minas Gerais (10,29%)
mostram taxas a dois dígitos nessa comparação. Santa Catarina (7,42%) e Paraná
(6,70%) também registram aumento acima da média nacional. Com crescimento
abaixo da média, figuram: São Paulo (6,04%) e Rio Grande do Sul (5,99%),
Pernambuco (5,24%), região Nordeste (2,16%) Pará (1,37%) Bahia (0,79%) e Rio
de Janeiro (0,23%). Em queda, encontram-se as indústrias de Goiás (-0,15%) e
Ceará (-0,84%).

O
quadro geográfico da produção industrial em agosto apresentou um cenário
diferente do que vinha acontecendo. O estado de São Paulo, maior centro
industrial no País, que vinha liderando o crescimento industrial, ficou para trás.
Além disso, outros relevantes centros industriais como Rio de Janeiro, o
Nordeste e o Rio Grande do Sul, também não foram os principais responsáveis
pelo maior crescimento industrial. O estado de Minas Gerais, Espírito Santo e
Amazonas lideraram o crescimento. Minas Gerais vem tendo uma trajetória de
crescimento excepcional desde julho de 2006, com evolução acima da média
brasileira. A indústria mineira é a que tem absorvido com maior intensidade o
bom desempenho industrial brasileiro, puxados pela indústria automobilística,
siderurgia, máquinas e equipamentos e indústria extrativa (sob a liderança do
ferro).

Os
fatores de sustentação do crescimento industrial estão ligados à expansão
do investimento, ao aumento da demanda interna e ao bom desempenho de bens de
consumo duráveis, por causa da manutenção das condições de crédito e do
mercado de trabalho, onde cresce o número de pessoas ocupadas e o rendimento.
As exportações também continuam dando contribuição positiva para a produção
industrial, ainda que a liderança nesse aspecto esteja com o mercado interno.

Tabela
1

Pesquisa
Industrial Mensal Produção Física Regional – agosto/2007

(base:
igual período do ano anterior = 100)

Brasil,
Região Geográfica e Unidade da Federação

Indústria
Geral

Indústria
Extrativa

Indústria
de Transformação

Alimentos
e Bebidas

Indústria
Química

Minerais
Não Metálicos

Metalurgia Básica

Brasil

6,54

6,76

6,54

4,72

4,00

Nordeste

2,16

-0,56

2,36

6,38

2,02

10,15

4,65

Amazonas

12,23

-3,97

12,65

19,64

-7,76

Pará

1,37

10,08

-5,73

-32,48

-8,60

1,10

Ceará

-0,84

-0,84

-0,65

14,62

8,07

229,82

Pernambuco

5,24

5,24

-0,26

34,01

15,44

-3,82

Bahia

0,79

1,71

0,74

14,74

-0,69

-1,08

5,63

Minas Gerais

10,29

12,39

9,92

1,76

-0,47

Espírito Santo

22,09

15,74

25,17

22,72

-1,59

23,17

Rio de Janeiro

0,23

-0,79

0,46

15,26

1,18

São Paulo

6,04

6,04

9,94

10,34

Paraná

6,70

6,70

-12,96

Santa Catarina

7,42

7,42

2,22

5,75

Rio Grande do Sul

5,99

5,99

13,56

Goiás

-0,15

0,04

-0,17

2,91

-23,64

19,25

0,84

Fonte: IBGE

No mês
de agosto de 2007, a atividade industrial de Goiás cresceu (1,32%) frente a julho, na série com ajuste
sazonal, após crescimento de (4,29%) em julho. No confronto agosto 07/agosto
06, a indústria goiana recuou (0,15%), mostrando o seu quinto resultado
negativo consecutivo nessa comparação. Já no índice acumulado no período de
janeiro-agosto, a taxa de expansão foi de (1,05%). No indicador acumulado dos
últimos doze meses, o crescimento foi de (1,69%).

O
resultado negativo deve-se, basicamente, pela queda em produtos químicos
(-23,64%), influenciada pelo recuo na produção de medicamentos e sabões para
uso doméstico. Os demais ramos da indústria de transformação apontaram taxas
positivas, com destaque para alimentos e bebidas (2,91%), setor de maior peso na
estrutura fabril de Goiás, influenciado, sobretudo pelo aumento da produção
de maionese.

A
atividade de produtos químicos tem revelado perda de dinamismo, registrando
decréscimo pela quinta vez desde abril de 2007. Conforme relato dos analistas
do segmento, essa queda contínua pode ser explicada pela elevação dos preços
em dólar dos insumos básicos, utilizados na fabricação de medicamentos,
levando as empresas a reduzirem a produção. Mas as perspectivas para os próximos
meses são boas, as indústrias estão revendo seus portfólios de produtos,
priorizando a fabricação de medicamentos de maior demanda.

O
indicador acumulado, nestes oito meses do ano, cresceu (1,05%) frente ao mesmo
período do ano passado, mostrando pouca diferença em relação aos resultados
anteriores: junho (1,50%) e julho (1,26%). A expansão de (12,92%) na indústria
extrativa, impulsionada pelo aumento da produção de amianto, contribuiu com o
maior impacto na formação da taxa. Na indústria de transformação (0,10%), o
destaque positivo coube ao segmento de minerais não-metálicos (11,39%),
explicado pelo aumento da produção de cimento, painel, ladrilho e telhas de
fibrocimento. Por outro lado, os ramos de produtos químicos (-3,65%) e de
alimentos e bebidas (-0,56%) pressionaram negativamente.

A expectativa
para a produção industrial goiana para os próximos meses é favorável, pois
as proximidades das datas festivas de fim do ano levam as indústrias a
aumentarem a produção para atender o crescimento da demanda nesse período do
ano e também pela fraca base de comparação, justificada pelas quedas contínuas.

Tabela
2

Estado
de Goiás: Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – agosto –2007

(Base:
Igual período do ano anterior =100)

Segmentos

Mensal

Acumulado
no ano

Últimos
12 meses

Indústria geral

-0,15

1,05

1,69

Indústria extrativa

0,04

12,92

15,47

Indústria de
transformação

-0,17

0,10

0,65

Alimentos e bebidas

2,91

-0,56

-0,40

Produtos químicos

-23,64

-3,65

1,70

Minerais não metálicos

19,25

11,39

7,87

Metalurgia básica

0,84

2,64

2,70

Fonte: IBGE.

Equipe
de Conjuntura da Seplan:

Dinamar
Ferreira Marques

Eduiges
Romanatto

Marcos
Fernando Arriel

Maria
de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

Governo na palma da mão

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