Indústria goiana perde fôlego, com queda pelo terceiro mês consecutivo.
Os dados da produção industrial divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para Goiás, no mês de março voltaram a cair, apresentando taxa de -0,6% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre dos efeitos sazonais. Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral ficou estável, após três meses de queda consecutiva. Em relação a igual mês do ano passado, o setor industrial goiano também mostrou queda (-1,4%), terceiro resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto. No fechamento do primeiro trimestre do ano, observa-se recuo na produção tanto frente a igual período do ano passado (-1,5%) como na comparação com o trimestre imediatamente anterior (-2,6%) – série com ajuste sazonal. A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, permaneceu com resultados positivos de dois dígitos em março de 2011 (10,4%), mas com clara redução no ritmo de crescimento frente a fevereiro (12,5%).
O índice de média móvel trimestral ficou praticamente estável entre os trimestres encerrados em fevereiro e março (0,1%), após três meses consecutivos apontando taxas negativas nesse indicador. Ainda na série com ajuste sazonal, no índice trimestre contra trimestre imediatamente anterior, o setor industrial goiano recuou 2,6% nos três primeiros meses de 2011, acentuando a queda assinalada no quarto trimestre de 2010 (-1,3%).
Gráfico 1
Produção Industrial – Goiás
Índices de Base Fixa (2002=100)
Série com Ajuste Sazonal
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial goiana recuou 1,4% em março de 2011, com três dos cinco ramos investigados apontando taxas negativas. A principal pressão de queda foi observada no setor de alimentos (-13,3%), influenciado em grande parte pelo recuo na fabricação de maionese, refrigerantes, molhos de tomate, cervejas e chope. Por outro lado, entre as atividades que registraram taxas positivas, o segmento de produtos químicos (43,2%) exerceu o impacto mais relevante sobre a média global, impulsionado principalmente pelos itens medicamentos e adubos e fertilizantes.
Na análise trimestral, a indústria de Goiás, que havia permanecido com crescimento de dois dígitos em 2010, mostrou no primeiro trimestre do ano (-1,5%) o primeiro resultado negativo desde o segundo trimestre de 2009 (-2,4%) – todas as comparações contra igual período do ano anterior. Entre os períodos outubro-dezembro de 2010 e janeiro-março de 2011, quatro das cinco atividades pesquisadas mostraram perda de dinamismo, com destaque para o setor de alimentos, que passou de uma expansão de 15,8% para uma queda de 6,1%.
Tabela 1
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial
(Base: Igual Trimestre do Ano Anterior = 100)
(%)
Segmentos
|
2010
|
2011
|
|||
1º trimestre
|
2º trimestre
|
3º trimestre
|
4º trimestre
|
1º trimestre
|
|
Indústria geral
|
26,5
|
21,0
|
12,8
|
15,0
|
-1,5
|
Indústria extrativa
|
0,2
|
4,1
|
3,9
|
10,4
|
1,3
|
Indústria de transformação
|
29,4
|
22,7
|
13,5
|
15,4
|
-1,7
|
Alimentos e bebidas
|
11,1
|
7,9
|
8,0
|
15,8
|
-6,1
|
Produtos químicos
|
173,8
|
127,0
|
43,8
|
34,5
|
12,3
|
Minerais não metálicos
|
19,1
|
20,0
|
14,0
|
4,5
|
-3,7
|
Metalurgia básica
|
6,7
|
-2,5
|
-16,8
|
-26,7
|
-8,3
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
No índice acumulado do período janeiro-março de 2011, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial de Goiás recuou 1,5%, pressionado pela queda na produção em três dos cinco setores investigados. A principal influência negativa sobre a média global foi assinalada pela atividade de alimentos e bebidas (-6,1%), seguida por metalurgia básica (-8,3%) e minerais não metálicos (-3,7%). Nesses setores, sobressaíram os recuos na fabricação de maionese e óleo de soja refinado, no primeiro ramo, ferroníquel e ouro em barras, no segundo, e cimentos “portland” e ladrilhos e placas de cerâmica no último. Por outro lado, os dois resultados positivos foram observados em produtos químicos (12,4%) e indústrias extrativas (1,3%), impulsionados pelos itens medicamentos e amianto, respectivamente.
Tabela 2
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – março/2011
(Base: Igual período do ano anterior =100)
(%)
Segmentos
|
Mensal
|
Acumulado no ano
|
Últimos 12 meses
|
Indústria geral
|
-1,4
|
-1,5
|
10,4
|
Indústria extrativa
|
7,1
|
1,3
|
5,8
|
Indústria de transformação
|
-2,1
|
-1,7
|
10,8
|
Alimentos e bebidas
|
-13,3
|
-6,1
|
5,6
|
Produtos químicos
|
43,2
|
12,3
|
39,6
|
Minerais não metálicos
|
-7,4
|
-3,7
|
8,9
|
Metalurgia básica
|
-14,2
|
-8,3
|
-15,9
|
|
|
|
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
|
|
|
|
Com os resultados de março a indústria goiana vem confirmando uma tendência de desaceleração, com queda pelo terceiro mês consecutivo, na comparação com igual mês do ano anterior. O segmento industrial com maior peso local está determinando a evolução do indicador para taxas negativas, caso da indústria de alimentos e bebidas, cuja produção no quarto trimestre de 2010 atingiu 15,8%, caiu para 6,1% no primeiro trimestre deste ano. A indústria de metalurgia básica também vem perdendo peso, com taxas negativas desde o segundo trimestre de 2010, explicada pela redução na exportação, principalmente de ferroligas, conforme tabela 1. A expectativa para o ano é que prevaleça a recuperação observada nos trimestres de 2010, revertendo o comportamento de queda neste início de ano.
Equipe de Conjuntura da Seplan:
Dinamar Ferreira Marques
Eduiges Romanatto
Fernanda Cristina Gomide Pereira
Marcos Fernando Arriel
Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha
Dinamar Ferreira Marques
Eduiges Romanatto
Fernanda Cristina Gomide Pereira
Marcos Fernando Arriel
Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha