Indústria goiana mantém o ritmo de queda em maio, 3,4 %.
A Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou queda de 0,6% para a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) comparativo de maio/15 com abril/15, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional apresentou crescimento de 0,6%, as maiores variações positivas ocorreram nos Estados do Ceará (3,6%), Amazonas (2,6%), Pernambuco (1,4%) e Minas Gerais (1,3%). Por outro lado, as quedas mais acentuadas ocorreram no Rio Grande do Sul (-1,6%), Pará (-1,5%), Bahia (-1,0%) e Goiás (-0,6%), vide Tabela 1.
Na comparação maio 15 / maio 14, a indústria goiana apresentou queda de 3,4%, ficando em 4º lugar no ranking entre as unidades pesquisadas, em um cenário em que apenas duas localidades apresentaram taxas positivas. Nessa base de comparação doze localidades registraram queda na produção, conforme Tabela 1. O Estado do Espírito Santo liderou o crescimento industrial, com 14,1%, explicado em grande parte, pelo comportamento positivo vindo dos setores extrativos (minérios de ferro pelotizados) e de metalurgia (bobinas de aços e lingotes). Ainda nessa comparação, a maior queda entre as unidades pesquisadas foi verificada no Estado do Ceará (-13,8%), pelo recuo na fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, produtos têxteis e bebidas.
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria |
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Resultados Regionais – Maio de 2015 |
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Locais |
Variação (%) |
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Com Ajuste Sazonal |
Sem Ajuste Sazonal |
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Maio 15 / Abril 15 |
Maio 15 / Maio 14 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
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Brasil |
0,6 |
-8,9 |
-6,9 |
-5,3 |
Nordeste |
-2,2 |
-5,5 |
-6,0 |
-3,1 |
Amazonas |
2,6 |
-13,7 |
-17,3 |
-13,1 |
Pará |
-1,5 |
2,7 |
6,8 |
5,2 |
Ceará |
3,6 |
-13,8 |
-9,4 |
-6,1 |
Pernambuco |
1,4 |
-6,2 |
-1,3 |
-2,4 |
Bahia |
-1,0 |
-5,4 |
-10,9 |
-6,0 |
Minas Gerais |
1,3 |
-7,2 |
-7,5 |
-5,8 |
Espírito Santo |
0,6 |
14,1 |
18,0 |
14,3 |
Rio de Janeiro |
0,2 |
-2,0 |
-4,6 |
-3,4 |
São Paulo |
0,5 |
-13,7 |
-8,5 |
-7,8 |
Paraná |
0,3 |
-10,0 |
-8,8 |
-7,9 |
Santa Catarina |
0,7 |
-9,9 |
-7,4 |
-5,0 |
Rio Grande do Sul |
-1,6 |
-13,2 |
-11,5 |
-8,1 |
Mato Grosso |
0,0 |
-4,9 |
-0,7 |
1,7 |
Goiás |
-0,6 |
-3,4 |
-1,3 |
1,4 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. |
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O Gráfico 1 apresenta o comportamento da média móvel e do índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. Nesse gráfico é possível verificar as oscilações na produção industrial, sendo que em 2015 o comportamento da média móvel até abril apresentou alta, mantendo-se praticamente o mesmo índice em maio, diferentemente do que ocorreu no ano de 2014, que apresentou comportamento de alta. No índice de base fixa, de dezembro de 2014 a março de 2015 ocorre um processo de expansão, porém vem apresentando leve queda desde abril de 2015.
Na comparação de maio /15 com maio /14, o setor industrial goiano apresentou queda, 3,4%. No indicador acumulado nos últimos doze meses houve variação de 1,4% e no ano queda de 1,3%.
Em âmbito setorial, comparação de maio /15 com maio /14, oito atividades das nove atividades tiveram queda, conforme Tabela 2. A única atividade com variação positiva foi fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (6,6%), pela maior fabricação de álcool etílico.
Na contramão, tiveram retração de produção os setores de outros produtos químicos (-27,4%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-21,9%), no primeiro, pela redução na produção de adubos e fertilizantes e no segundo, pela menor produção de medicamentos. Ainda com taxa negativa vieram os produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-20,3%), em decorrência da queda na produção de latas de ferro e aço; fabricação de produtos de minerais não metálicos (-19,0%) influenciada pela redução na produção de cimentos, misturas betuminosas fabricadas com asfalto e telhas de cerâmica. A contração na indústria extrativa (-10,6%) foi ocasionada pela menor produção de fosfatos de cálcio naturais, amianto e minérios de cobre.
Tabela 2 – Produção Industrial goiana por atividade – maio 2015 (%)
Segmentos |
Mensal |
Acumulado no ano |
Últimos 12 meses |
Indústria geral |
-3,4 |
-1,3 |
1,4 |
Indústrias extrativas |
-10,6 |
-5,5 |
-3,0 |
Indústrias de transformação |
-3,0 |
-1,0 |
1,8 |
Fabricação de produtos alimentícios |
-0,9 |
1,6 |
4,3 |
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
6,6 |
22,9 |
15,0 |
Fabricação de outros produtos químicos |
-27,4 |
-22,9 |
-9,6 |
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
-21,9 |
-27,3 |
-23,2 |
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos |
-19,0 |
-13,5 |
-10,6 |
Metalurgia |
-0,6 |
3,0 |
2,5 |
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos |
-20,3 |
-22,4 |
-16,2 |
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias |
-0,7 |
6,3 |
8,9 |
Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2015.
No acumulado do ano, a economia goiana registrou queda de 1,3%. Tanto a indústria extrativa quanto a de transformação apresentaram recuo, 5,5% e 1,0%, respectivamente. Na transformação, os produtos farmoquímicos e farmacêuticos apresentaram a maior variação negativa, especialmente na fabricação de medicamentos. Dificuldades ainda relacionadas à depreciação da moeda nacional e conseqüente encarecimento nos custos de importação de matérias-primas, além do arrefecimento da economia, são fatores que tem inibido a expansão dessa atividade.
Por outro lado, a produção de biocombustíveis (álcool etílico) sobressaiu aos demais segmentos, devido à competitividade nos preços em comparação com a gasolina. Adicionalmente, houve a decisão das usinas em voltar sua produção para o álcool etílico e reduzindo a produção de açúcar.
Fabricação de produtos alimentícios, segmento de maior representatividade na indústria goiana, teve expansão de 1,6% nos primeiros cinco meses do ano. Os destaques foram na extração de óleo de soja e de óleo de soja em bruto, em decorrência do auge da safra de soja que acontece no primeiro semestre. Nessa direção, soja e seus derivados lideraram a lista de produtos exportados por Goiás em junho.
A produção industrial goiana em maio continuou apresentando queda. Em termos conjunturais, os fatores explicativos para a queda continuam: o baixo nível de confiança do empresário, do consumidor, a evolução mais lenta da demanda doméstica, o mercado de trabalho menos favorável do que era no passado, os preços dos bens e serviços mais elevados (inflação), redução real na renda das famílias, além de um cenário internacional instável.
Equipe de Conjuntura do IMB:
Alex Felipe Rodrigues Lima
Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves
Millades de Carvalho Castro