Indústria goiana mantém o ritmo de queda em junho, 4,3 %.


A Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), manteve-se estável (0,0%) para a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) comparativo de junho/15 com maio/15, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional apresentou queda de 0,3%. As maiores variações positivas ocorreram nos Estados do Pará (2,9%), Ceará (2,6%), Bahia (2,2%) e Pernambuco (1,4%). Por outro lado, as quedas mais acentuadas ocorreram no Rio Grande do Sul (-2,3%), Amazonas (-1,1%), Santa Catarina (-1,0%) e São Paulo (-0,8%), vide Tabela 1.

Na comparação junho 15 / junho 14, a indústria goiana apresentou queda de 4,3%, ficando em 11º lugar no ranking entre as unidades pesquisadas, em um cenário em que sete localidades apresentaram taxas positivas. Nessa base de comparação oito localidades registraram queda na produção e Santa Catarina manteve-se estável, conforme Tabela 1. O Estado do Espírito Santo liderou o crescimento industrial, com 13,3%, explicado em grande parte, pelo comportamento positivo vindo dos setores extrativos (minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo) e de metalurgia (bobinas de aços e lingotes). Ainda nessa comparação, a maior queda entre as unidades pesquisadas foi verificada no Estado do São Paulo (-9,2%), ocasionada pelo recuo na fabricação de veículos automotores (automóveis e caminhões), produtos alimentícios (açúcar, produtos gelados comestíveis e suco de laranja) e de máquinas e equipamentos em geral. Além disso, as atividades de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, biocombustíveis, de metalurgia, de outros produtos químicos, borracha e material plástico apresentaram pressões negativas para este Estado.

 

Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais – Junho de 2015

Locais

Variação (%)

Com Ajuste Sazonal

Sem Ajuste Sazonal

Junho 15 / Maio 15

Junho 15 / Junho 14

Acumulado no ano

Acumulado nos últimos 12 meses

Brasil

-0,3

-3,2

-6,3

-5,0

Nordeste

-1,1

1,3

-5,0

-2,4

Amazonas

-1,1

1,0

-14,8

-11,9

Pará

2,9

6,6

6,8

5,2

Ceará

2,6

-0,4

-8,0

-5,6

Pernambuco

1,4

-1,1

-2,1

-2,4

Bahia

2,2

4,1

-8,6

-4,7

Minas Gerais

-0,5

-4,4

-6,9

-5,6

Espírito Santo

1,1

13,3

17,2

15,1

Rio de Janeiro

-0,2

-4,3

-4,7

-3,6

São Paulo

-0,8

-9,2

-8,7

-8,1

Paraná

0,8

5,9

-6,5

-6,4

Santa Catarina

-1,0

0,0

-6,2

-4,4

Rio Grande do Sul

-2,3

-8,4

-10,9

-7,7

Mato Grosso

0,0

6,0

0,0

2,3

Goiás

0,0

-4,3

-2,1

0,7

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

 

 

 

O Gráfico 1 apresenta o comportamento da média móvel e do índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. Nesse gráfico é possível verificar as oscilações na produção industrial, sendo que em 2015 o comportamento da média móvel até abril apresentou alta, apresentando leve queda em junho, diferentemente do que ocorreu no ano de 2014, que apresentou comportamento de alta. No índice de base fixa, de dezembro de 2014 a março de 2015 ocorre um processo de expansão, porém vem apresentando leve queda desde abril, mantendo-se estável em junho de 2015.

 

 

 

Na comparação de junho /15 com junho /14, o setor industrial goiano apresentou queda, 4,3%. No indicador acumulado nos últimos doze meses houve variação de 0,7% e no ano queda de 2,1%.

Em âmbito setorial, comparação de junho /15 com junho /14, seis atividades das nove atividades tiveram queda, conforme Tabela 2. As atividades com variação positiva foi fabricação de outros produtos químicos (13,9%), Metalurgia (10,1%) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (3,8%), pela maior fabricação de biodiesel.

Na contramão, tiveram retração fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-31,9%), pressionados especialmente pela menor produção de automóveis e veículos para o transporte de mercadorias; fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-18,9%), ocasionados pela queda na produção de cimentos “Portland”, misturas para asfalto e chapas, painéis, ladrilhos e outros artefatos de fibrocimento; de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-12,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,2%), devido a menor produção de medicamentos e fabricação de produtos alimentícios (-2,6%), explicados, em grande parte, pela queda na produção de açúcar cristal e carnes de bovinos frescas ou refrigeradas.

Com relação ao primeiro semestre de 2015, o setor industrial goiano registrou queda de 2,1%. Contribuíram para que o resultado não fosse pior, as altas nos segmentos de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (16,9%), metalurgia (4,1%) e fabricação de produtos alimentícios (0,4%).

 

Tabela 2 – Produção Industrial goiana por atividade – Junho 2015 (%)

Segmentos

Mensal

Acumulado no ano

Últimos 12 meses

Indústria geral

-4,3

-2,1

0,7

Indústrias extrativas

-0,4

-4,5

-2,4

Indústrias de transformação

-4,6

-1,9

0,9

Fabricação de produtos alimentícios

-2,6

0,4

3,1

Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

3,8

16,9

14,1

Fabricação de outros produtos químicos

13,9

-17,2

-8,1

Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos

-8,2

-24,3

-22,0

Fabricação de produtos de minerais não-metálicos

-18,9

-14,3

-11,6

Metalurgia

10,1

4,1

5,2

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos

-12,9

-21,0

-15,9

Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias

-31,9

-0,9

4,4

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores  2015.

 

Nessa base de comparação, tanto a indústria extrativa, quanto a de transformação apresentaram recuo, 4,5% e 1,9%, respectivamente. Na transformação, os produtos farmoquímicos e farmacêuticos apresentaram a maior variação negativa, especialmente na fabricação de medicamentos. Dificuldades ainda relacionadas à depreciação da moeda nacional e conseqüente encarecimento nos custos de importação de matérias-primas, além do arrefecimento da economia, são fatores que tem inibido a expansão dessa atividade em Goiás.

Por outro lado, a produção de biocombustíveis (álcool etílico) sobressaiu aos demais segmentos, devido à competitividade nos preços em comparação com a gasolina. Adicionalmente, houve a decisão das usinas em voltar sua produção para o álcool etílico e reduzindo a produção de açúcar.

 

Fabricação de produtos alimentícios, segmento de maior representatividade na indústria goiana, teve expansão de 0,4% nos primeiros seis meses do ano. Os destaques foram na produção de óleo de soja, em decorrência da boa safra de soja, que acontece no primeiro semestre. Nessa direção, a soja e seus derivados lideraram a lista de produtos exportados por Goiás em junho, dados da balança comercial de Goiás.

 

A produção industrial goiana em junho continuou apresentando queda. Em termos conjunturais, os fatores explicativos para a queda continuam: o baixo nível de confiança do empresário, do consumidor, a evolução mais lenta da demanda doméstica, o mercado de trabalho menos favorável do que era no passado, os preços dos bens e serviços mais elevados (inflação), redução real na renda das famílias, além de um cenário internacional instável.

 

 

Equipe de Conjuntura do IMB:

Alex Felipe Rodrigues Lima

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Millades de Carvalho Castro

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