Indústria goiana lidera o crescimento no País, 7,9%
Depois de muito tempo, a indústria goiana voltou ao campo positivo. O resultado goiano foi bastante expressivo, registrou a maior taxa do País. Na comparação interanual, a alta foi de 7,9% em março de 2017. Esta certamente é uma boa notícia para o setor fabril goiano. No período de janeiro a março, Goiás também lidera no crescimento, acumulando taxa de 6,5%.
Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM/IBGE), a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) apresentou expansão de 0,5%, na comparação de março/17 com fevereiro/17 (série com ajuste sazonal), sendo a quarta taxa positiva consecutiva nesta comparação, acumulando no período 14,2%. Na mesma base de comparação, a produção nacional apresentou recuo de 1,8%. Apresentaram taxas positivas os seguintes estados: Amazonas (5,7%), Bahia (2,0%), Rio de Janeiro (0,7%), Goiás (0,5%) e a Região Nordeste (0,1%). Pernambuco ficou estável (0,0%). Por outro lado, as taxas negativas foram assinaladas por Espírito Santo (-0,7%), Rio Grande do Sul (-1,2%), São Paulo (-1,7%), Pará (-2,7%), Minas Gerais (-2,8%), Paraná (-2,9%), Ceará (-3,1%) e Santa Catarina ( -4,0%), conforme apresentado na Tabela 1.
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial basileiro mostrou expansão de 1,1% em março de 2017, com oito dos quinze locais pesquisados apontando resultados positivos. Nesse mês, Goiás (7,9%) e Rio Grande do Sul (7,4%) assinalaram os avanços mais intensos, impulsionados, principalmente pelo crescimento na produção vindo dos setores de produtos alimentícios, no primeiro, de bebidas e máquinas no segundo. Ainda nessa comparação, Rio de Janeiro (6,0%), Santa Catarina (5,9%), Paraná (4,9%), Espírito Santo (2,4%) e Minas Gerais (2,4%) também registraram taxas positivas mais elevadas do que a média da indústria (1,1%), enquanto São Paulo (0,9%) completou o conjunto de locais com expansão na produção nesse mês. Por outro lado, Amazonas (-7,3%) apontou o recuo mais acentuado em março de 2017. Os demais resultados negativos foram observados na Bahia (-4,3%), no Ceará (-3,8%), no Pará (-2,5%), na Região Nordeste (-2,4%), em Pernambuco (-0,9%) e no Mato Grosso (-0,3%).
No indicador acumulado do primeiro trimestre, janeiro-março de 2017, frente a igual período do ano anterior, Goiás acumulou a maior taxa entre os locais pesquisados, 6,5% e a taxa nacional ficou em 0,6%. Nesta mesma comparação, doze dos quinze locais pesquisados apresentaram resultados positivos: Santa Catarina (5,3%), Rio de Janeiro (4,8%), Paraná (4,6%), Pernambuco (4,2%), Espírito Santo (4,0%), Minas Gerais (3,6%), Rio Grande do Sul (1,9%), Amazonas (1,3%), Pará (0,7%), Mato Grosso (0,4%) e São Paulo (0,1%).
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria |
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Resultados Regionais – Março de 2017 |
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Locais |
Variação (%) |
|||
Com Ajuste Sazonal |
Sem Ajuste Sazonal |
|||
Março17 / Fevereiro17* |
Março17 / Março16 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
|
Brasil |
-1,8 |
1,1 |
0,6 |
-3,8 |
Nordeste |
0,1 |
-2,4 |
-2,4 |
-2,5 |
Amazonas |
5,7 |
-7,3 |
1,3 |
-5,2 |
Pará |
-2,7 |
-2,5 |
0,7 |
6,9 |
Ceará |
-3,1 |
-3,8 |
-2,2 |
-2,7 |
Pernambuco |
0,0 |
-0,9 |
4,2 |
-1,4 |
Bahia |
2,0 |
-4,3 |
-8,3 |
-7,8 |
Minas Gerais |
-2,8 |
2,4 |
3,6 |
-2,6 |
Espírito Santo |
-0,7 |
2,4 |
4,0 |
-13,0 |
Rio de Janeiro |
0,7 |
6,0 |
4,8 |
-0,7 |
São Paulo |
-1,7 |
0,9 |
0,1 |
-2,3 |
Paraná |
-2,9 |
4,9 |
4,6 |
-1,4 |
Santa Catarina |
-4,0 |
5,9 |
5,3 |
-0,1 |
Rio Grande do Sul |
-1,2 |
7,4 |
1,9 |
-1,9 |
Mato Grosso |
– |
-0,3 |
0,4 |
-3,3 |
Goiás |
0,5 |
7,9 |
6,5 |
-2,1 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. |
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*Ajustado sazonalmente. |
O ano de 2017 tem sido de recuperação para a aindústria goiana. A taxa de 6,5% nos três primeiros meses reflete o avanço das principais atividades industriais do setor fabril goiano. Os principais impactos positivos sobre o total da indústria foram observados nos setores de produtos alimentícios, produtos farmoquímicos, farmacêutico e metalurgia.
Em março/17, o setor industrial goiano mostrou expansão de 7,9%, terceira taxa positiva consecutiva neste tipo de confronto. O índice acumulado de janeiro a março de 2017 assinalou crescimento de 6,5% e reverteu a queda observada no último trimestre de 2016 (-9,7%), em comparação ao período anterior. Em relação aos últimos doze meses, a taxa de 2,1% em março de 2017 aponta redução do ritmo de queda, que se iniciou em dezembro de 2016.
O principal impacto positivo sobre o total da indústria foi observado no setor de produtos alimentícios (15,7%), impulsionado pela maior produção de carnes, de leite esterilizado, de tortas, de bagaços, de farelos e de outros resíduos da extração do óleo de soja, de óleo de soja refinado, de milho doce preparado ou conservado, de óleo de soja em bruto e de leite em pó. Ademais, há avanços nos produtos farmoquímicos e farmacêuticos (18,5%), nas indústrias extrativas (15,1%), na atividade de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,2%) e na metalurgia (6,9%), explicados, especialmente, pela maior produção de medicamentos, no primeiro ramo; de minérios de cobre, no segundo; de biodiesel e álcool etílico, no terceiro; e de ferronióbio, no último.
Em sentido oposto, a atividade de outros produtos químicos (-29,3%) exerceu a principal influência negativa sobre o total da indústria nesse mês, pressionada pela menor produção de adubos ou fertilizantes com fósforo e potássio. Os demais recuos vieram dos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,8%) e de produtos de minerais não metálicos (-17,7%), explicados, especialmente, pela menor produção de automóveis e veículos para o transporte de mercadorias; e de elementos pré fabricados para construção civil de cimento ou concreto, chapas, painéis, ladrilhos e outros artefatos de fibrocimento e cimentos, respectivamente.
No acumulado do primeiro trimestre de 2017 (janeiro- março), a indústria de Goiás avançou 6,5% frente a igual período do ano anterior. Em grande medida foram os setores de fabricação de produtos alimentícios (10,6%) e de fabricação de medicamentos (49,8%) que tiraram a indústria goiana do vermelho neste começo de ano, impulsionados, especialmente, pela maior produção de leite esterilizado, de milho doce preparado ou conservado, de tortas, de bagaços, de farelos e de outros resíduos da extração do óleo de soja, de óleo de soja em bruto e de carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, no primeiro; e de medicamentos, no segundo. Vale citar ainda o avanço vindo de metalurgia (6,9%), explicado pela maior produção de ferronióbio e ferroníquel. Em sentido oposto, o ramo de veículos automotores, reboques e carrocerias (-29,7%) exerceu a principal influência negativa sobre o total da indústria nesse mês, pressionado, em grande parte, pela menor produção de automóveis.
Tabela 2 – Produção Industrial Mensal por atividades (Base: igual mês do ano anterior) |
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Atividades de Indústria |
Variação Percentual (%) |
|||||
Mar17/ Mar16 |
Acumulado no ano |
Acumulado em 12 meses |
||||
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
|
Indústria geral |
1,1 |
7,9 |
0,6 |
6,5 |
-3,8 |
-2,1 |
Indústrias extrativas |
7,1 |
15,1 |
8,2 |
-0,2 |
-4,3 |
-12,5 |
Indústria de transformação |
0,2 |
7,6 |
-0,5 |
7,2 |
-3,7 |
-1,4 |
Fabricação de produtos alimentícios |
-2,2 |
15,7 |
-2,1 |
10,6 |
0,7 |
2,4 |
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
-7,1 |
7,2 |
-9,6 |
-2,7 |
-10,4 |
-6,1 |
Fabricação de outros produtos químicos |
2,4 |
-29,3 |
0,3 |
-10,4 |
0,0 |
1,4 |
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
-28,3 |
18,5 |
-15,3 |
49,8 |
-11,2 |
25,5 |
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos |
0,2 |
-17,7 |
-2,2 |
-13,3 |
-8,2 |
-13,2 |
Metalurgia |
3,6 |
6,9 |
1,9 |
6,9 |
-2,6 |
1,5 |
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos |
2,1 |
3,8 |
-1,8 |
-1,6 |
-7,1 |
-29,6 |
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias |
10,9 |
-17,8 |
11,5 |
-29,7 |
-2,0 |
-34,8 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2017.
Depois de uma trajetória de taxas negativas, motivadas pela crise que atingiu fortemente a indústria goiana no ano passado, o resultado começa a se reverter nesse primeiro trimestre de 2017. Além disso, reforça-se a expectativa de crescimento da produção industrial, em que os índices de confiança da indústria registraram ligeira alta em abril. A perspectiva de crescimento do consumo das famílias, a partir do segundo semestre, e a redução da taxa de juros também deverão favorecer a retomada da atividade industrial ao longo de 2017, que conta atualmente com a capacidade instalada em níveis de ociosidade elevados em diversos setores.
Equipe de Conjuntura do IMB:
Dinamar Maria Ferreira Marques
Jalda Claudino
Rafael dos Reis Costa