Indústria Goiana interrompe ciclo de 14 meses de taxas positivas em novembro e recua 1,85%.
A indústria brasileira continuou recuando pelo segundo mês
consecutivo 5,16% na passagem de outubro para novembro, ante uma queda de 2,83%
no mês anterior, acumulando perda de 7,85% na série com ajuste sazonal. Este
resultado confirma que nossa indústria não está imune aos efeitos da crise
mundial. As quatro categorias de uso registraram queda, com maior intensidade em
bens de consumo (-4,90%), com destaque para bens duráveis (-20,40%), este
segmento registrou a maior redução desde dezembro de 1997 (21,19%) e bens de
capital (-4,00%), refletindo a sensibilidade destes segmentos às condições do
crédito. Dos 27 ramos pesquisados, 21 tiveram comportamento negativo, sendo o
segmento da indústria de veÃculos automotores o principal impacto negativo no
resultado global, com queda de 22,57%, seguido por máquinas e equipamentos com
(-11,93%), edição e impressão (-14,80%), indústrias extrativas (-10,91%) e
metalurgia básica (-10,23%). Vale mencionar que, em novembro, esse grupo de indústrias
acentuou sensivelmente o ritmo de queda registrado em outubro de,
respectivamente: -1,63%, -5,13%, -5,09%, -0,33% e -0,26%.
Tabela
1
Indicadores
da Produção Industrial por Categorias de Uso Brasil – Novembro 2008
(%)
Categorias
|
Mês/mês*
|
Mensal
|
Acumulado
|
Acumulado
|
Bens
|
-4,00
|
3,59
|
16,95
|
17,15
|
Bens
|
-3,85
|
-7,51
|
3,28
|
3,54
|
Bens
|
-4,90
|
-7,41
|
3,01
|
3,02
|
Duráveis
|
-20,40
|
-22,11
|
7,29
|
7,49
|
Semiduráveis
|
-0,66
|
-2,74
|
1,67
|
1,65
|
Indústria
|
-5,16
|
-6,18
|
4,67
|
4,79
|
|
|
|
|
|
Fonte:
IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
*
série com ajuste sazonal
Em novembro de 2008, os Ãndices regionais da produção
industrial ajustados sazonalmente recuaram frente a outubro nos quatorze locais
pesquisados, com destaque para as perdas de dois dÃgitos registradas no EspÃrito
Santo (-17,18%) e
de locais com recuos mais acentuados que a média nacional (-5,16%). Os demais
locais assinalaram taxas entre -0,17%, observada em Pernambuco, e -4,74%
estrutura industrial nacional, mostrou recuo menos intenso que a média
nacional. Vale destacar que este perfil tão amplo de queda como o observado
neste mês não tinha ocorrido desde novembro de 1991, quando os onze locais
investigados mostraram taxas negativas.
No confronto novembro 08/ novembro 07 também
se observou um quadro generalizado de taxas negativas, uma vez que doze entre
quatorze locais pesquisados apontaram queda. Esse movimento evidencia o
aprofundamento e a ampliação do ritmo de queda da atividade industrial. Nessa
comparação as quedas mais agudas foram registradas no EspÃrito Santo
(-22,02%), Minas Gerais (-13,84%), Santa Catarina (-10,34%) e Rio Grande do Sul
(-10,06%). Por outro lado, os únicos locais com crescimento frente a novembro
de 2007 foram: Paraná (5,70%) e Pará (3,98%).
No indicador mensal de novembro 2008 comparado
ao mesmo perÃodo de 2007, as maiores taxas vieram dos estados do Paraná e Pará.
No Ãndice mensal a produção paranaense aumentou 5,70%, com sete das
quatorze atividades pesquisadas assinalando crescimento. Refino de petróleo e
produção de álcool, celulose e papel e edição e impressão exerceram os
principais impactos positivos sobre a média global. Por outro lado, as pressões
negativas mais significativas vieram de outros produtos quÃmicos, mobiliário e
madeira. A atividade industrial paraense avançou 3,98%, resultado mais baixo
desde junho último (7,31%), apoiada na expansão de quatro dos seis ramos
investigados. Os destaques foram metalurgia básica e setor extrativo, que
experimentou forte redução frente os resultados dos últimos meses. Por outro
lado, a queda mais expressiva foi assinalada por madeira, fruto da retração na
fabricação de madeira serrada e compensada.
Os indicadores regionais mostram que a desaceleração no
ritmo produtivo refletiu a forte reversão no ambiente econômico mundial a
partir de meados de setembro, e seu impacto imediato sobre o crédito, que por
sua vez vem deteriorando as expectativas dos agentes econômicos. A desaceleração
ocorreu basicamente em todas as localidades, exceto Paraná e Pará.
Tabela
2
Pesquisa
Industrial Mensal Produção FÃsica Regional – novembro/2008
(%)
Brasil,
|
Mês/mês
|
Mesmo
|
Acumulado
|
Doze
|
Brasil
|
-5,16
|
-6,18
|
4,67
|
4,79
|
Nordeste
|
-0,43
|
-4,07
|
2,53
|
3,11
|
Amazonas
|
-7,84
|
-8,12
|
4,92
|
5,59
|
Pará
|
-3,24
|
3,98
|
6,91
|
6,84
|
Ceará
|
-3,37
|
-3,41
|
3,11
|
3,02
|
Pernambuco
|
-0,17
|
-2,62
|
5,43
|
5,61
|
Bahia
|
-1,49
|
-3,17
|
3,80
|
4,15
|
Minas
|
-13,42
|
-13,84
|
4,15
|
4,41
|
EspÃrito
|
-17,18
|
-22,02
|
9,33
|
9,87
|
Rio
|
-3,15
|
-1,98
|
2,47
|
2,59
|
São
|
-3,16
|
-2,67
|
6,98
|
7,03
|
Paraná
|
-1,74
|
5,70
|
9,87
|
9,34
|
Santa
|
-4,74
|
-10,34
|
0,12
|
0,24
|
Rio
|
-7,19
|
-10,06
|
3,97
|
4,06
|
Goiás
|
-4,41
|
-1,85
|
9,04
|
8,61
|
Fonte:
IBGE.
Em novembro, a produção industrial de Goiás, na série
livre de influências sazonais, recuou 4,41% em relação a outubro, após ter
crescido 2,52% no mês imediatamente anterior. O Ãndice de média móvel
trimestral, entre outubro e novembro, prosseguiu apontando queda (-1,29%),
terceira taxa negativa consecutiva, acumulando perda de 5,16%%. Na comparação
com outubro do ano passado, o setor industrial goiano também recuou 1,85%. Nos
demais confrontos, os resultados foram os seguintes: 9,04% no acumulado do ano e
8,61% nos últimos doze meses, este último apontando ligeira desaceleração na
sua trajetória positiva.
A atividade industrial goiana ficou 1,85% abaixo da
registrada em novembro de 2007, primeira taxa negativa desde agosto de 2007
(-0,15%), impactada pelo desempenho negativo de duas das cinco atividades
pesquisadas, com destaque para produtos quÃmicos (-13,01%), seguida por
metalurgia básica (-15,02%), sob o impacto, respectivamente, da redução em
adubos e fertilizantes e ferronióbio. Entre as três atividades em expansão, o
desempenho de alimentos e bebidas (0,76%), puxado pelo aumento da produção de
farinhas e â€pellets†e óleo, ambos derivados da soja, exerceu o principal
impacto sobre a taxa global.
De janeiro a novembro a expansão ficou em 9,04% apontando
menor ritmo de crescimento frente aos meses anteriores: 10,99% até setembro e
10,20% até outubro. Todas as atividades investigadas, à exceção da
metalurgia básica (-7,70%), registraram taxas positivas nessa comparação, com
alimentos e bebidas (10,53%) exercendo o principal impacto no resultado global,
devido ao aumento da produção de maionese e leite em pó.
Os resultados da indústria goiana de novembro refletem os
efeitos da crise mundial em setores como a indústria quÃmica, que sofre os
efeitos da desvalorização do real sobre o custo da matéria-prima importada.
Na Metalurgia básica queda na produção de ferronÃquel e ferronióbio, devido
a diminuição do ritmo de produção de setores voltados para exportação.
Entretanto,
o segmento de alimento e bebidas não foi tão afetado, pois são destinados
basicamente para atender o mercado interno. Também a atividade de minerais não
metálicos cresceu, puxada pelo crescimento da construção civil.
Tabela
3
Estado
de Goiás: Pesquisa Industrial Mensal Produção FÃsica – novembro/2008
(Base:
Igual perÃodo do ano anterior =100)
Segmentos
|
Mensal
|
Acumulado
|
Últimos
|
Indústria
|
-1,85
|
9,04
|
8,61
|
Indústria
|
3,34
|
14,38
|
15,67
|
Indústria
|
-2,32
|
8,57
|
8,01
|
|
0,76
|
10,53
|
9,97
|
Produtos
|
-13,01
|
9,61
|
9,06
|
Minerais
|
3,23
|
6,11
|
5,20
|
Metalurgia
|
-15,02
|
-7,70
|
-7,87
|
Fonte:
IBGE.
Equipe
de Conjuntura da Seplan:
Dinamar
Ferreira Marques
Marcos
Fernando Arriel
Maria
de Fátima Mendonça Faleiro Rocha