Indústria goiana foi a única do País a apresentar taxa positiva em agosto, cresceu 3,2%
Na passagem de julho a agosto, a produção física industrial brasileira registrou alta de 1,2%, descontados os efeitos da sazonalidade. Para esse resultado contribuiu a elevação da produção em quinze dos vinte e sete ramos pesquisados, com destaque para veículos (3,2%) e de refino de petróleo e produção de álcool (3,5%). Com esse oitavo aumento consecutivo, a indústria se manteve em trajetória de expansão, acumulando crescimento de 13,5% frente a dezembro nessa base de comparação.
No corte por categorias de uso, há um claro destaque para bens de consumo duráveis, que entre julho e agosto avançou 3,1%, seguido por bens intermediários (0,7%). Desde janeiro deste ano, ambas vêm registrando aumento na produção, acumulando até agosto taxas de 82,9% e 11,3%%, respectivamente. A produção de bens capital (0,4%), associada ao nível de investimento, exibe aumento desde abril, acumulando 7,6% de expansão até agosto. A produção de bens de consumo semi e não duráveis avançou 0,6% na passagem de julho para agosto, segundo resultado positivo consecutivo, o que levou a um ganho de 1,8% no confronto agosto 09/ junho 09. (tabela1)
Na comparação com agosto de 2008, todos os quatro segmentos da indústria por categoria de uso registraram variação negativa. Uma vez mais o segmento produtor de bens de capital foi o que apresentou a queda mais expressiva (-22,3%), se bem que ligeiramente menor do que verificada em julho na mesma base de comparação. (tabela1)
Tabela 1
Indicadores da Produção Industrial por Categorias de Uso – Brasil – agosto/2009
(%) |
||||
Categorias de Uso |
Mês/mês* |
Mensal |
Acumulado no ano |
Acumulado 12 meses |
Bens de Capital |
0,43 |
-22,33 |
-23,10 |
-10,13 |
Bens Intermediários |
0,73 |
-8,05 |
-15,14 |
-10,46 |
Bens de Consumo |
1,28 |
-1,91 |
-6,09 |
-4,94 |
Duráveis |
3,10 |
-3,72 |
-15,62 |
-15,13 |
Semiduráveis e não duráveis |
0,62 |
-1,33 |
-2,83 |
-1,58 |
Indústria Geral |
1,16 |
-7,19 |
-12,11 |
-8,85 |
|
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|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria Série com ajuste sazonal |
A produção em agosto foi muito dependente de dois setores: automóveis e refino de petróleo e álcool, neste último caso devido, sobretudo, ao segmento de refino de petróleo. No caso do setor automotivo, o aumento de produção está diretamente associado ao início da retirada, em 1º de outubro, das reduções de impostos que o governo vem concedendo ao setor desde o final do ano passado. A indústria produziu mais em agosto prevendo vendas maiores em setembro, o último mês do desconto que teve o desconto de impostos, enquanto no caso do setor de petróleo, predomina uma empresa estatal, que vem atuando como forte promotora de investimentos e produção na área de petróleo e derivados. Esses dois fatores foram basicamente os responsáveis pelo crescimento da indústria do país.
Os resultados da indústria brasileira em agosto ainda retratam o impacto da crise internacional na produção industrial, que está se recuperando de forma lenta. Se mantiver o ritmo de expansão observado em agosto, nos próximos quatros meses finais deste ano, a indústria voltará ao seu nível máximo alcançado em setembro de 2008 somente em maio de 2010.
Entre julho e agosto deste ano, na série ajustada sazonalmente, entre as áreas com aumento de produção, seis obtiveram taxas superiores à média nacional (1,2%): Pernambuco (7,4%), Espírito Santo (6,0%), Bahia (5,7%), região Nordeste (3,9%), São Paulo (2,5%) e Rio Grande do Sul (1,9%). Com aumento de produção figura, ainda, Amazonas (1,2%), ficando as indústrias de Minas Gerais e do Paraná com crescimento nulo (0,0%). Já, Goiás (-6,5%), Pará (-2,8%), Santa Catarina (-1,7%), Ceará (-1,1%) e Rio de Janeiro (-0,9%) registraram queda nessa comparação. (tabela 2)
Ao longo de
Frente ao igual mês do ano anterior, os resultados de agosto foram negativos nos quatorze locais pesquisados, à exceção de Goiás (3,2%). A maioria (8) registrou quedas menos intensas que a média nacional (-7,2%): Paraná (-0,9%), Pernambuco (-1,3%), Rio de Janeiro (-2,8%), Amazonas (-3,8%), região Nordeste (-4,8%), Rio Grande do Sul (-5,7%), Bahia (-6,1%) e São Paulo (-6,9%). Os recuos mais elevados foram registrados
Tabela 2
Indicadores Conjunturais da Indústria
Resultados Regionais
Agosto/2009
(%) |
||||
Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação |
Mês/mês* |
Mesmo mês ano anterior |
Acumulado no ano |
Doze meses |
Brasil |
1,16 |
-7,19 |
-12,11 |
-8,85 |
Nordeste |
3,84 |
-4,80 |
-8,88 |
-6,61 |
Amazonas |
1,15 |
-3,82 |
-14,09 |
-9,32 |
Pará |
-2,84 |
-11,01 |
-7,91 |
-4,33 |
Ceará |
-1,07 |
-9,11 |
-7,07 |
-4,49 |
Pernambuco |
7,38 |
-1,32 |
-7,52 |
-4,54 |
Bahia |
5,73 |
-6,15 |
-9,54 |
-6,88 |
Minas Gerais |
0,03 |
-13,71 |
-19,62 |
-15,69 |
Espírito Santo |
5,97 |
-10,93 |
-25,58 |
-20,76 |
Rio de Janeiro |
-0,93 |
-2,79 |
-6,95 |
-4,78 |
São Paulo |
2,51 |
-6,94 |
-13,06 |
-9,15 |
Paraná |
-0,02 |
-0,85 |
-5,24 |
-1,93 |
Santa Catarina |
-1,71 |
-9,87 |
-11,75 |
-9,21 |
Rio Grande do Sul |
1,86 |
-5,74 |
-11,75 |
-8,70 |
Goiás |
-6,46 |
3,16 |
-2,26 |
-0,77 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
||||
* com ajuste sazonal |
O indicador acumulado janeiro-agosto, frente a igual período de 2008, mostrou queda na produção em todas as regiões, com quatro recuando em ritmo mais acentuado que a média nacional (-12,1%): Espírito Santo (-25,6%),Minas Gerais (-19,6%), Amazonas (-14,1%) e São Paulo (-13,1%), este último com a estrutura industrial mais diversificada e de maior peso. A perda de dinamismo nesses locais está relacionada à redução das vendas externas e ao intenso ajuste de produção, especialmente no setor de bens duráveis (automóveis e eletroeletrônicos). As demais taxas variaram entre os -2,3% em Goiás e -11,8% no Rio Grande do Sul.
Os dados da pesquisa industrial regional de agosto mostraram um quadro positivo para a indústria em poucas localidades do País, na série com ajuste sazonal. São Paulo está entre os locais onde a indústria cresceu 2,5% em agosto ante 1,8%
Em agosto, a produção industrial de Goiás recuou 6,5% frente a julho, na série livre de influências sazonais, após avançar 13,9% nos dois últimos meses. O índice de média móvel trimestral mostra crescimento de 2,0% entre julho e agosto e mantém a sequência de cinco resultados positivos, com ganho de 10,6% no período. Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção aumentou 3,2%. No indicador acumulado no ano, a redução foi de –2,3%. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, que permanece em trajetória descendente desde agosto do ano passado, atingiu –0,8% em agosto deste ano.
No confronto com agosto de 2008 (3,2%), três dos cinco ramos investigados assinalaram acréscimo, com destaque para a contribuição de produtos químicos (26,9%) e, em menor medida, de metalurgia básica (3,1%) e minerais não metálicos (2,9%). Os produtos que mais influenciaram no aumento destas atividades foram respectivamente: medicamentos; ferroníquel; e cimento. Por outro lado, os dois impactos negativos vieram de alimentos e bebidas (-0,8%) e da indústria extrativa (-0,9%), em que sobressaíram os recuos na fabricação de leite em pó; e de amianto.
No índice acumulado do ano, a taxa geral da indústria foi negativa (–2,3%), com três segmentos reduzindo a produção. Nessa comparação, as pressões negativas foram exercidas por alimentos e bebidas (-4,1%), metalurgia básica (-4,8%) e minerais não metálicos (-2,7%), onde sobressaíram os decréscimos nos itens leite em pó, no primeiro ramo; ouro em barras, no segundo; e ladrilhos e cerâmicas, no último. Em sentido contrário, produtos químicos (7,5%) e a indústria extrativa (0,8%) foram os dois ramos que cresceram neste confronto, com destaque, respectivamente, para a maior fabricação de medicamentos e amianto.
A indústria goiana em agosto de 2009 comparada a agosto do ano passado teve o melhor desempenho entre as localidades pesquisadas. O crescimento de 3,2% foi influenciado em grande medida pela maior produção de produtos químicos e metalurgia básica. O primeiro é explicado, principalmente pela maior produção de medicamentos. O segmento farmacêutico em agosto de 2008 estava desaquecido e apresentou uma recuperação muito significativa a partir de junho de 2009 (68,7%, 72,7% e 26,9%), puxado pelo aumento nas vendas de medicamentos genéricos e similares. Outro fato que tem contribuído para o crescimento da atividade é a baixa cotação do dólar, contribuindo para o aumento das importações de matérias-primas para a fabricação de medicamentos. Metalurgia básica apresentou expansão de 3,1%, devido à expansão na produção de ferroníquel e ferronióbio.
Tabela 3
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – agosto/2009
(Base: Igual período do ano anterior =100)
(%) |
|||
Segmentos |
Mensal |
Acumulado no ano |
Últimos 12 meses |
Indústria geral |
3,16 |
-2,26 |
-0,77 |
Indústria extrativa |
-0,87 |
0,76 |
3,56 |
Indústria de transformação |
3,52 |
-2,55 |
-1,16 |
Alimentos e bebidas |
-0,79 |
-4,05 |
-1,15 |
Produtos químicos |
26,91 |
7,47 |
0,84 |
Minerais não metálicos |
2,85 |
-2,73 |
1,16 |
Metalurgia básica |
3,13 |
-4,84 |
-6,82 |
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Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
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Equipe de Conjuntura da Seplan:
Dinamar Ferreira Marques
Marcos Fernando Arriel
Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha