Indústria goiana fecha o ano de 2009 com crescimento nulo


A produção industrial regional ao longo de 2009 apontou queda em todas as localidades pesquisadas, à exceção de Goiás (0,0%) que mostrou estabilidade, para o fechamento de 2009 frente ao acumulado em 2008, acompanhando o desempenho nacional (-7,4%). Espírito Santo (-14,6%), Minas Gerais (-13,1%), Amazonas (-8,9%), São Paulo (-8,4%) e Santa Catarina (-7,7%) registraram os maiores recuos, influenciados pela queda do dinamismo dos produtos tipicamente de exportação, particularmente as commodities (minérios de ferro e produtos siderúrgicos) e o forte ajuste na produção de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos) e de máquinas e equipamentos.

Gráfico-1- Produção Industrial
Janeiro a dezembro 2009
(Base: igual período do ano anterior) (%)
Fonte: IBGE
 
Os indicadores regionais mostraram desaceleração no ritmo produtivo da indústria no ano de 2009, um ano marcado pela crise financeira internacional. A economia brasileira como um todo não foi tão afetada pela crise, mas a indústria foi bastante afetada. A crise teve forte impacto no crédito, deteriorando as expectativas dos agentes econômicos. Vale lembrar que os níveis de produção industrial ocorrido no último trimestre de 2008 e primeiro trimestre de 2009 foram extraordinários e a indústria, em geral, demorou mais para reagir à crise. De fato, os três trimestres seguintes foram de recuperação na margem, mas, devido ao forte impacto inicial, tais avanços não foram suficientes para neutralizar os resultados ruins anteriores. A desaceleração ocorreu basicamente em todas as localidades, exceto Goiás, onde a taxa foi nula.
 Em dezembro, a produção industrial de Goiás, na série livre de influências sazonais, apresentou variação negativa de 3,1% em relação a novembro, após ter avançado 11,6% no mês imediatamente anterior. O índice de média móvel trimestral, entre novembro e dezembro, apontou queda (-0,9%). Ainda na série com ajuste sazonal, na comparação trimestre contra trimestre imediatamente anterior, o índice para o período outubro-dezembro recuou 4,8%, após avançar por dois trimestres consecutivos: 4,0% no segundo trimestre e 7,0% no terceiro. Nos demais indicadores, os resultados foram: aumento de 6,2% em relação a dezembro de 2008, avanço de 3,5% no quarto trimestre de 2009 em relação ao mesmo período do ano anterior, e estabilidade no acumulado no ano de 2009, resultado bem abaixo dos 8,5% do fechamento de 2008.
Gráfico 1
Produção Industrial – Goiás
Índices de Base Fixa (2002=100)
Série com Ajuste Sazonal
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
 
Na comparação dezembro/09 com dezembro/08, a atividade industrial goiana cresceu 6,2%, com quatro dos cinco setores pesquisados apontando taxas positivas. As principais influências sobre a média global vieram de produtos químicos (112,6%), metalurgia básica (9,4%) e indústrias extrativas (7,5%), em que sobressaíram, respectivamente: medicamentos, ouro em barras, e amianto. Em contraposição, alimentos e bebidas (-10,3%) foi o único que reduziu a produção, pressionado principalmente pelo decréscimo nos itens farinhas e “pellets” da extração do óleo de soja. (tabela1)

Tabela 1
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – dezembro/2009
(Base: Igual período do ano anterior =100)
(%)
Segmentos
Mensal
Acumulado no ano
Últimos 12 meses
Indústria geral
6,17
-0,01
-0,01
Indústria extrativa
7,54
0,30
0,30
Indústria de transformação
6,07
-0,03
-0,03
 Alimentos e bebidas
-10,27
-4,76
-4,76
Produtos químicos
112,63
23,83
23,83
Minerais não metálicos
5,88
1,56
1,56
Metalurgia básica
9,44
3,02
3,02
 
 
 
 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
 
 
 
 
 
Em bases trimestrais, a indústria goiana apontou redução no ritmo de crescimento na passagem do terceiro trimestre de 2009 (4,9%) para o quarto (3,5%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. Esse movimento foi unicamente impulsionado por alimentos e bebidas, setor de maior peso na estrutura industrial do estado, que passou de -2,8% em julho setembro para -7,6% em outubro-dezembro. Por outro lado, metalurgia básica foi o ramo que apresentou o maior ganho, ao passar de 7,6% para 19,4% nesses dois períodos. (tabela 2)

Tabela 2
Produção Industrial – Goiás
Indicador trimestral
(Base: igual período do ano anterior)
(%)
Segmentos
2008
2009
1º Trim
2º Trim
3º Trim
4º Trim
1º Trim
2º Trim
3º Trim
4º Trim
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Indústria geral
9,9
13,9
9,3
1,6
-6,9
-2,4
4,9
3,5
Indústria extrativa
19,9
9,0
18,5
6,4
3,4
-1,0
-2,3
1,5
Indústria de transformação
9,0
14,4
8,6
1,2
-7,9
-2,5
5,6
3,6
 Alimentos e bebidas
10,1
16,2
8,6
5,3
-2,6
-6,0
-2,8
-7,6
 Produtos químicos
17,7
21,6
17,8
-14,8
-31,3
20,5
48,9
56,3
 Minerais não metálicos
0,6
7,7
8,9
9,7
-1,8
-7,5
6,9
8,4
 Metalurgia básica
-6,0
-3,2
-6,4
-10,5
-16,5
2,6
7,6
19,4
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
 
No indicador acumulado no ano de 2009 observa-se crescimento nulo, com quatro dos cinco segmentos apresentando taxas positivas nessa comparação. Os setores de produtos químicos (23,8%) e de metalurgia básica (3,0%) exerceram os principais impactos na média global, impulsionados, sobretudo pelo aumento na fabricação de medicamentos e de ferronióbio, respectivamente. Por outro lado, somente o segmento de alimentos e bebidas fechou o ano com resultado negativo (-4,8%), pressionado principalmente pela menor fabricação de leite em pó. (gráfico 2)
O resultado da indústria goiana para 2009 confirmou o que já era previsto, que a produção não ficaria imune aos efeitos da crise mundial. O setor de alimentos e bebidas, com maior peso na indústria goiana, recuou de janeiro a dezembro de 2009, impedindo que a produção industrial fechasse com crescimento. Por outro lado produtos químicos e metalurgia básica regiram, mas não foi suficiente para fechar o ano com taxa positiva. Vale ressaltar que os segmentos da produção industrial goiana mais voltada para mercado interno, como de medicamentos e a que produz insumo para atender a construção civil, não foram tão afetados pela crise financeira internacional.

Gráfico 2
Produção Industrial – Goiás
Acumulado 2009
(Base: igual período do ano anterior)
(%)
 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
 

Equipe de Conjuntura da Seplan:
Dinamar Ferreira Marques
Marcos Fernando Arriel
Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha
Lucelena Fátima de Melo
Rafael Marques de Camargos
Daniela Vieira de Oliveira
Eduiges Romanatto

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