Indústria goiana em julho segue em ritmo de queda,3,4%.
A Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta alta de 0,6% para a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) comparativo de julho/15 com junho/15, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional apresentou queda de 1,5%. As maiores variações positivas ocorreram nos Estados do Rio Grande do Sul (6,8%), Bahia (5,2%), Pernambuco (3,3%) e Goiás (0,6%). Por outro lado, as quedas mais acentuadas ocorreram no Paraná (-6,3%), Ceará (-5,2%), Santa Catarina (-2,4%) e São Paulo (-1,8%), vide Tabela 1.
Na comparação julho 15 / julho14, a indústria goiana apresentou queda de 3,4%, ficando em 6º lugar no ranking entre as unidades pesquisadas, em um cenário em que apenas quatro localidades apresentaram taxas positivas. Nessa base de comparação dez localidades registraram queda na produção, conforme Tabela 1. O Estado do Pará liderou o crescimento industrial, com 6,7%, explicado em grande parte, pelo comportamento positivo vindo de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto ou beneficiado). Ainda nessa comparação, a maior queda entre as unidades pesquisadas foi verificada no Estado do Amazonas (-18,2%), ocasionada principalmente pelo recuo na fabricação de produtos de informática, eletrônicos e ópticos.
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria |
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Resultados Regionais – Julho de 2015 |
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Locais |
Variação (%) |
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Com Ajuste Sazonal |
Sem Ajuste Sazonal |
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Julho 15 / Junho 15 |
Julho 15 /Julho 14 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
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Brasil |
-1,5 |
-9,0 |
-6,6 |
-5,4 |
Nordeste |
3,3 |
-4,2 |
-5,0 |
-2,6 |
Amazonas |
-1,5 |
-18,2 |
-15,2 |
-12,9 |
Pará |
0,4 |
6,7 |
6,8 |
5,9 |
Ceará |
-5,2 |
-13,7 |
-8,9 |
-6,6 |
Pernambuco |
3,3 |
-2,5 |
-2,1 |
-2,2 |
Bahia |
5,2 |
0,5 |
-7,2 |
-4,1 |
Minas Gerais |
-1,3 |
-7,7 |
-7,0 |
-5,9 |
Espírito Santo |
-1,4 |
3,4 |
15,0 |
14,3 |
Rio de Janeiro |
-0,9 |
-8,4 |
-5,3 |
-4,4 |
São Paulo |
-1,8 |
-12,0 |
-8,9 |
-8,5 |
Paraná |
-6,3 |
-11,5 |
-7,1 |
-6,7 |
Santa Catarina |
-2,4 |
-9,7 |
-6,7 |
-5,1 |
Rio Grande do Sul |
6,8 |
-4,8 |
-9,8 |
-7,0 |
Mato Grosso |
0,0 |
0,6 |
0,3 |
2,3 |
Goiás |
0,6 |
-3,4 |
-2,6 |
0,5 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. |
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No Gráfico 1 é apresentadoo comportamento da média móvel e do índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. Nesse gráfico é possível verificar as oscilações na produção industrial, sendo que em 2015 o comportamento da média móvel até abril apresentou alta e para o mês julho manteve-se praticamente estável em relação a junho, diferentemente do que ocorreu no ano de 2014, que apresentou comportamento de alta. No índice de base fixa, de dezembro de 2014 a março de 2015 ocorre um processo de expansão, porém vem apresentando leve queda desde abril, mantendo-se estável em julho de 2015.
Na comparação de julho/15 com julho/14, o setor industrial goiano apresentou queda, 3,4%. No indicador acumulado nos últimos doze meses houve variação positiva de 0,5% e no ano queda de 2,6%.
Em âmbito setorial, comparação de julho/15 com julho/14, a queda foi generalizada, oito das nove atividades tiveram queda, conforme Tabela 2. A atividade que apresentou variação positiva foi fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (13,8%), impulsionado, em grande medida, pela maior fabricação de álcool e biodiesel.
As demais quedas foram verificadas na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-22,3%), pela menor produção de automóveis; fabricação de produtos de minerais não metálicos (-20,4%), ocasionados pela queda na produção de cimentos, produtos de cerâmica e revestimento e mistura para asfalto; de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-17,9%), explicado em grande parte pela queda na produção de esquadrias de ferro, alumínio e aço; Outros produtos químicos (-16,0%), explicados pela queda na produção de adubos e fertilizantes; produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,0%), devido a menor produção de medicamentos e fabricação de produtos alimentícios (-1,9%), explicados, em grande parte, pela queda na produção de carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, açúcar cristal e leite em pó.
Tabela 2 – Produção Industrial goiana por atividade – Julho 2015(%)
Segmentos |
Mensal |
Acumulado no ano |
Últimos 12 meses |
Indústria geral |
-3,4 |
-2,6 |
0,5 |
Indústrias extrativas |
-5,5 |
-4,7 |
-1,8 |
Indústrias de transformação |
-3,3 |
-2,5 |
0,6 |
Fabricação de produtos alimentícios |
-1,9 |
-0,1 |
2,8 |
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
13,8 |
14,7 |
13,5 |
Fabricação de outros produtos químicos |
-16,0 |
-15,7 |
1,7 |
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
-6,0 |
-21,7 |
-21,6 |
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos |
-20,4 |
-15,3 |
-13,4 |
Metalurgia |
-9,9 |
1,9 |
4,0 |
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos |
-17,9 |
-20,5 |
-17,0 |
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias |
-22,3 |
-4,1 |
0,9 |
Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2015.
Os resultados da pesquisa do IBGE apontaram recuo na indústria goiana, tanto na extrativa, quanto na transformação, 4,7% e 2,5%, respectivamente. Na transformação, a produção de veículos automotores exerceu o principal impacto negativo na taxa global. Essa atividade vem apresentando queda desde abril de 2015. A desvalorização do câmbio tem contribuído para o recuo do setor, pois no caso de Goiás as matérias-primas para fabricação de veículos são todas importadas.
Por outro lado, a produção de biocombustíveis (álcool etílico) em Goiás sobressaiu aos demais segmentos. A atividade vem apresentando altas desde abril de 2014 (16 meses consecutivos), devido à ampliação no percentual de mistura do álcool à gasolina, o qual passou a vigorar desde novembro de 2014. A boa oferta de matéria-prima, cana-de-açúcar, tem favorecido o crescimento do setor, além da desistência da Petrobrás em construir novas refinarias, com isso abrindo mais espaço para o etanol.
O resultado da indústria goiana reforça a expectativa de continuidade do enfraquecimento do setor diante da manutenção do cenário de elevação dos estoques a taxas crescentes, juntamente com a queda da confiança do empresariado industrial. O que se percebe é que a crise na indústria não está somente o Estado de Goiás, ela é generalizada entre todos os Estados brasileiros, afetando com maior intensidade os mais industrializados, caso de São Paulo, queda de -12,0%, Amazonas -18,2% e Minas Gerais, -7,7%.
Equipe de Conjuntura doIMB:
Alex Felipe Rodrigues Lima
Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves