Indústria goiana em 2010 obteve o melhor resultado da série, 17,1%.


Os dados da produção industrial divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmaram um quadro positivo para Goiás em diversas bases de comparação, dando sinal de consolidação e que a crise ficou no passado. Na comparação dezembro em relação ao mesmo mês do ano anterior, Goiás registrou a segunda melhor taxa 10,3% entre os diversos locais pesquisados. Na análise trimestral a produção goiana liderou, com 15,0%, apoiada, sobretudo na maior produção de alimentos e bebidas e produtos químicos. No fechamento do ano, acompanhando a expansão verificada na indústria nacional (10,5%) e nos quatorzes locais pesquisados, Goiás atingiu a segunda maior taxa (17,1%), com destaque para o desempenho de produtos químicos, alimentos e bebidas e minerais não metálicos. O índice de média móvel trimestral recuou 1,4% entre os trimestres encerrados em novembro e dezembro, após avançar 1,0% no mês anterior. Ainda na série com ajuste sazonal, na comparação trimestre contra trimestre imediatamente anterior, o setor industrial de Goiás apontou queda de 1,0% no último trimestre do ano e reverteu a expansão de 4,8% registrada no terceiro trimestre do ano.

Gráfico 1 Produção Industrial – Goiás
Índices de Base Fixa (2002=100)
Série com Ajuste Sazonal Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
Em 2009, ano bastante afetado pela crise, o comportamento da produção industrial goiana foi bastante irregular, com cinco taxas negativas e sete positivas, com destaque para novembro com 11,0% de expansão. Em dezembro de 2010 recuou 3,8% na comparação com o mês anterior, devolvendo parte dos 4,3% de expansão registrada em novembro. O resultado para o fechamento de 2010 pode ser considerado favorável na média do ano, com algumas considerações, teve crescimento pujante nos meses de janeiro, fevereiro, abril, julho e setembro e quedas mais expressivas em março, junho e outubro de 2010, ou seja, o comportamento oscilou bastante no decorrer do ano, deteriorando-se ao seu final.

 

Tabela 1
Estado de Goiás: Indústria Geral (%)
(Base: Igual período do ano anterior =100)

 

Meses

Mês/Mês (com ajuste sazonal)

Mensal (base igual período anterior)

2008

2009

2010

2008

2009

2010

Janeiro

4,8

-1,8

3,9

6,6

-7,3

19,7

Fevereiro

4,0

-1,3

11,9

18,7

-10,4

37,1

Março

-6,3

0,8

-6,6

5,3

-3,3

23,1

Abril

3,2

1,7

3,5

15,8

-4,2

26,8

Maio

-0,1

-0,3

-2,2

7,9

-4,5

22,6

Junho

1,4

8,6

-10,1

18,5

1,2

1,6

Julho

3,5

5,2

12,8

17,7

4,4

8,9

Agosto

-6,1

-6,0

-0,7

6,7

3,2

13,8

Setembro

-2,5

1,7

3,4

4,2

7,3

15,7

Outubro

3,4

-8,4

-4,4

4,2

-5,1

19,9

Novembro

-5,1

11,0

4,3

-1,4

10,9

14,4

Dezembro

1,6

0,6

-3,8

1,8

9,2

10,3

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

Em dezembro de 2010, base igual período do ano anterior, a expansão foi de 10,3%. No mesmo mês do ano anterior o crescimento foi de 9,2%, já dando sinais favoráveis que estava saindo da crise. Nesse tipo de comparação, o indicador para 2010 cresceu em média 17,8%, apresentou taxas a dois dígitos praticamente em todos os meses, exceto nos meses de junho e julho. O bom desempenho foi impulsionado em grande parte pelos resultados positivos observados nos ramos de alimentos e bebidas (14,5%) e de produtos químicos (17,0%). Nesses setores, sobressaíram a maior fabricação de refrigerantes, derivados de soja e cervejas e chope, no primeiro ramo, e de medicamentos e adubos e fertilizantes, no segundo. Por outro lado, a principal pressão de queda foi registrada em metalurgia básica (-23,9%), pressionada pela menor fabricação de ferroníquel, ouro em barras e ferronióbio.

Tabela 2
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – Índice mensal (%)
(Base: Igual período do ano anterior =100)
 

Meses

Indústria geral

Indústria extrativa

Indústria de transformação

Alimentos e bebidas

Produtos químicos

Minerais não metálicos

Metalurgia básica

2009

2010

2009

2010

2009

2010

2009

2010

2009

2010

2009

2010

2009

2010

Janeiro

-7,3

19,7

7,4

0,0

-8,7

21,9

-1,7

1,6

-28,6

145,3

0,5

20,7

-33,8

12,5

Fevereiro

-10,4

37,1

-1,6

5,3

-11,3

40,5

-4,2

16,0

-43,6

250,9

-2,7

19,5

-14,0

14,9

Março

-3,3

23,1

4,4

-4,2

-4,1

26,1

-2,0

15,0

-18,6

135,8

-3,2

17,3

-1,2

-4,0

Abril

-4,2

26,8

-3,1

14,5

-4,3

28,0

-2,0

12,4

-18,6

185,4

-6,0

23,0

-4,5

-6,2

Maio

-4,5

22,6

-5,3

6,7

-4,4

24,1

-5,5

7,3

-1,5

189,9

-7,7

22,1

5,6

-20,9

Junho

1,2

1,6

5,7

3,4

0,8

1,4

-10,0

-4,3

68,7

15,7

-8,5

17,8

6,6

-1,1

Julho

4,4

8,9

0,3

-1,9

4,7

9,8

-5,4

5,5

72,7

36,5

2,9

-1,2

-1,5

-13,8

Agosto

3,2

13,8

-0,9

7,4

3,5

14,4

-0,8

5,0

26,9

64,7

2,8

18,4

3,1

-16,1

Setembro

7,3

15,7

-6,5

6,6

8,6

16,4

-2,0

13,6

49,9

34,3

16,6

26,2

24,4

-20,4

Outubro

-5,1

19,9

-1,0

4,3

-5,5

21,4

-6,9

17,4

-16,4

75,8

4,6

16,4

30,9

-29,1

Novembro

10,9

14,4

-0,4

19,8

11,9

14,0

-6,0

15,1

108,3

28,1

15,0

-1,7

20,6

-27,3

Dezembro

9,2

10,3

7,5

6,7

9,3

10,5

-9,5

14,5

137,8

16,9

5,6

-0,9

9,4

-23,9

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

Os índices em bases trimestrais mostraram que o setor industrial, ao crescer 15,0% no quarto trimestre de 2010, manteve a sequência de resultados positivos iniciada no terceiro trimestre de 2009, ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Vale destacar que a produção industrial goiana registrou ganho de ritmo entre o terceiro (12,8%) e quarto trimestres de 2010, explicado especialmente pelo maior dinamismo do setor de alimentos e bebidas, que passou de 8,0% para 15,8% entre os dois períodos. Por outro lado, entre os três setores que reduziram o ritmo entre o 3º e 4º trimestres de 2010, as principais reduções ficaram com os setores de produtos químicos (de 43,8% para 34,5%) e de metalurgia básica (de -16,8% para -26,7%).

 Tabela 3
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial
(Base: Igual Trimestre do Ano Anterior = 100)

Segmentos

2009

2010

1º tri

2º tri

3º tri

4º tri

1º tri

2º tri

3º tri

4º tri

Indústria geral

-6,9

-2,4

4,9

4,4

26,5

21,0

12,8

15,0

Indústria extrativa

3,4

-1,0

-2,3

1,5

0,2

4,1

3,9

10,4

Indústria de transformação

-7,9

-2,5

5,6

4,6

29,4

22,7

13,5

15,4

Alimentos e bebidas

-2,6

-6,0

-2,8

-7,4

11,1

7,9

8,0

15,8

Produtos químicos

-31,3

20,5

48,9

62,6

173,8

127,0

43,8

34,5

Minerais não metálicos

-1,8

-7,5

6,9

8,3

19,1

20,0

14,0

4,6

Metalurgia básica

-16,5

2,6

7,6

19,4

6,7

-2,5

-16,8

-26,7

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
 

A produção acumulada no ano fechou 2010 com crescimento de 17,1%, impulsionada principalmente pelos setores de produtos químicos (69,6%), refletindo em grande parte o aumento na produção de medicamentos; e de alimentos e bebidas (9,8%), por conta do avanço na fabricação dos itens refrigerantes, maionese e farinhas e “pellets” de óleo de soja. Por outro lado, o único setor que mostrou queda na produção foi o de metalurgia básica (-12,9%), pressionado principalmente pelos itens ferronióbio e ferroníquel.

 

Tabela 4
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – dezembro/2010
(Base: Igual período do ano anterior =100)

(%)

Segmentos

Mensal

Acumulado no ano

Últimos 12 meses

Indústria geral

10,3

17,1

17,1

Indústria extrativa

6,7

5,6

5,6

Indústria de transformação

10,5

18,2

18,2

Alimentos e bebidas

14,5

9,8

9,8

Produtos químicos

16,9

69,5

69,5

Minerais não metálicos

-0,9

14,2

14,2

Metalurgia básica

-23,9

-12,9

-12,9

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

 
O resultado da indústria goiana em 2010 confirmou o padrão de crescimento observado para o total da indústria brasileira no ano, uma vez que na estrutura industrial goiana há forte presença de segmentos tipicamente exportadores, particularmente os de commodities. Ainda na base dessa expansão se encontram o comportamento positivo do mercado interno, apoiado principalmente na manutenção das condições favoráveis do crédito e do mercado de trabalho, a recuperação dos investimentos e da confiança dos agentes econômicos, além da maior demanda por insumos industriais para a produção de bens finais, juntamente com a recuperação em parte da demanda internacional por commodities.

As perspectivas para a produção industrial goiana para 2011 são as melhores. A indústria alimentícia, segmento com maior importância na cadeia produtiva da indústria de transformação, continuará a crescer, com a recuperação da renda dos trabalhadores nos últimos anos. O segmento de produtos químicos também deverá alavancar a indústria do estado, com a incorporação de novas linhas de produção, principalmente de medicamentos vinda de outros estados e também pela ampliação de novos investimentos no setor.

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