Indústria goiana desponta como a segunda maior taxa no país, 6,3%.
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria goiana (de transformação e extrativa mineral) apresentou queda de 0,6%, na passagem de setembro para outubro, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma comparação, a produção nacional ficou nula, (0,0%), tendo sete locais pesquisados com variações positivas, com destaque para os Estados: da Bahia com 3,6%, do Rio de Janeiro, com 1,9%, Amazonas, com 1,7% e São Paulo (1,1%). Seis locais apresentaram queda: Ceará (-4,9%), Pernambuco (-4,6%), Minas Gerais (-3,3%), Rio Grande do Sul (-2,2%), Goiás (-0.6%) e Paraná (-0.4%) conforme Tabela 1.
Na comparação outubro 14 / outubro 13, a produção industrial de Goiás apresentou alta de 6,3%. O Estado do Amazonas registrou a maior queda entre as unidades pesquisadas, (-10,0%), influenciado, em grande parte, pela queda na produção dos setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e de outros equipamentos de transporte. Os maiores crescimentos ocorreram no Espírito Santo (11,7%), explicado principalmente pela expansão do setor extrativo, por conta, sobretudo do aumento na extração de minérios de ferro pelotizados ou sinterizados; e em Goiás (6,3%), as maiores contribuições para a formação do índice vieram dos setores de produtos alimentícios, de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e de veículos automotores, reboques e carrocerias, vide Tabela 1.
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria Resultados Regionais – Outubro de 2014 |
||||
Locais |
Variação (%) |
|||
Outubro/Setembro* |
Outubro14 / Outubro 13 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
|
Brasil |
0,0 |
-3,6 |
-3,0 |
-2,6 |
Nordeste |
-2,0 |
-1,1 |
-0,6 |
-0,7 |
Amazonas |
1,7 |
-10,0 |
-2,3 |
-0,9 |
Pará |
0,6 |
4,9 |
9,0 |
8,2 |
Ceará |
-4,9 |
-8,7 |
-2,0 |
-0,8 |
Pernambuco |
-4,6 |
-7,1 |
1,4 |
1,7 |
Bahia |
3,6 |
0,7 |
-4,8 |
-4,1 |
Minas Gerais |
-3,3 |
-5,3 |
-2,2 |
-2,6 |
Espírito Santo |
0,6 |
11,7 |
4,3 |
3,8 |
Rio de Janeiro |
1,9 |
-7,3 |
-3,9 |
-3,6 |
São Paulo |
1,1 |
-5,1 |
-5,7 |
-5,1 |
Paraná |
-0,4 |
-8,2 |
-6,1 |
-4,8 |
Santa Catarina |
0,8 |
-1,7 |
-1,9 |
-1,9 |
Rio Grande do Sul |
-2,2 |
-4,8 |
-4,5 |
-3,3 |
Mato Grosso |
0,0 |
4,0 |
1,9 |
3,4 |
Goiás |
-0,6 |
6,3 |
1,8 |
3,0 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. *Ajustado sazonalmente. |
O Gráfico 1 mostra o comportamento da média móvel e do índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. Nesse gráfico é possível verificar as oscilações na produção industrial, sendo que a partir de fevereiro de 2014 o índice de base fixa segue em ascensão. No índice de média móvel trimestral, nota-se a tendência de crescimento iniciada em março de 2014.
No contexto tendencial para a indústria goiana, observa-se que nos últimos dois anos, a partir do mês de outubro tem ocorrido desaceleração na produção pelo índice de base fixa com ajuste, sendo mais acentuado em 2012, Gráfico 2. Sendo assim, espera-se que no último trimestre de 2014, caso o comportamento da série seja próximo ao dos anos anteriores, apresente redução de ritmo de produção.
No âmbito setorial, a transformação goiana, comparativo de outubro de 2014 / outubro 2013, os setores que apresentaram crescimento foram: metalurgia (21,3%), pelo aumento na produção de ouro; fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (18,6%), devido a maior produção de automóveis; fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis (13,2%), pelo maior produção de álcool etílico. Também apresentaram taxas positivas a indústria extrativa mineral (10,9%) pelo aumento na extração de minérios de cobre em bruto ou beneficiados e de pedras britadas. A atividade de produtos alimentícios (7,1%) apresentou a maior contribuição na formação da taxa global, pela maior produção de carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, extrato, purês e polpas de tomate, açúcar VHP e açúcar cristal.
Em sentido oposto, os setores de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-11,5%) e de outros produtos químicos (-18,6%) assinalaram os principais impactos negativos sobre a média da indústria, no primeiro, pela menor fabricação de medicamentos; e no segundo, pelo recuo na produção de adubos ou fertilizantes.
Com relação ao acumulado do ano, os setores que mais contribuíram para o resultado foram as atividades de fabricação de outros produtos químicos (13,7%), fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (7,8%) e a indústria extrativa (4,4%), conforme Gráfico 3.
A produção industrial goiana apresentou crescimento na comparação outubro/2014 em relação a outubro/2013, em seis segmentos dos nove pesquisados. No tocante ao destaque setorial, percebe-se a manutenção no ritmo de produção de veículos automotores e na fabricação de coque e derivados do petróleo. Por fim, há expectativa de que o desempenho industrial não seja tão significativo em Goiás no último trimestre, visto existir uma tendência de desaceleração a partir de outubro.
Equipe de Conjuntura do IMB:
Alex Felipe Rodrigues Lima
Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves
Millades de Carvalho Castro