Indústria goiana dá sinais de recuperação, registra taxa positiva de 7,39% em junho.


Índices da produção industrial brasileira em junho confirmam que a atividade fabril está se recuperando. A produção industrial já descontada as influências sazonais, avançou 0,24% frente a maio, sexta taxa positiva no ano, com este resultado a expansão de dezembro a maio deste ano alcançou 7,93%, conforme pesquisa do IBGE

 

Em relação a junho de 2008, o recuo foi de 10,93%, o que mantém uma sequência de oito meses de taxas negativas neste tipo de comparação. O comportamento da atividade industrial neste mês continuou reduzindo o ritmo de queda, no indicador acumulado janeiro-junho, passa de -13,90% em maio para -13,38% em junho.  No acumulado dos últimos doze meses (-6,47%), acentuou a queda, perdendo 1,4 pontos percentuais frente ao resultado de maio (-5,03%).

Por categorias de uso, ainda na comparação junho 09/ maio 09, a expansão na produção foi mais intensa no setor de bens de capital (2,11%), que assinalou a terceira taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 5,49% entre março e junho. Os demais acréscimos ficaram com bens intermediários (0,74%) e bens de consumo duráveis (0,41%), que permanecem com índices positivos em 2009, acumulando respectivamente 7,82% e 65,49%. Os bens de consumo semi e não duráveis registraram queda na produção (-2,62%), interrompendo seqüência de quatro meses de taxas positivas, período que acumulou 4,85% de expansão.

 

 

Tabela 1

Indicadores da Produção Industrial por Categorias de Uso – Brasil – junho/2009

 (%)

Categorias de Uso

Mês/mês*

Mensal

Acumulado no ano

Acumulado 12 meses

Bens de Capital

2,11

-24,37

-22,95

-6,22

Bens Intermediários

0,74

-11,76

-15,77

-8,80

Bens de Consumo

-2,19

-6,21

-7,20

-3,66

Duráveis

0,41

-12,70

-19,14

-12,27

Semiduráveis e não duráveis

-2,62

-3,97

-3,05

-0,85

Indústria Geral

0,24

-10,93

-13,38

-6,47

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

        Série com ajuste sazonal

 

 

 

Com a manutenção dos resultados positivos ao longo de 2009, o desempenho de junho confirmou a expansão da atividade industrial, com o índice de média móvel trimestral avançando 0,89% na passagem de maio para junho, quarta taxa positiva nesse tipo de comparação. Nessa comparação, por categoria de uso, o destaque ficou por conta de bens de capital, que com o terceiro acréscimo consecutivo frente ao mês anterior, reverteu sete meses de queda no índice de média móvel trimestral e avançou 1,79% entre maio e junho. Bens de consumo duráveis (2,24%) e bens intermediários (1,06%) mantiveram a trajetória ascendente, enquanto a produção de bens de consumo semi e não duráveis interrompeu sequência de três taxas positivas e registrou queda de 0,45% entre maio e junho.  

Em relação a junho de 2008, a produção industrial recuou 10,93% mantendo a seqüência de oito meses de taxas negativas. Vale ressaltar que a magnitude desse resultado explica-se, em grande parte, pela base de comparação ascendente, já que a atividade cresceu ao longo de todo primeiro semestre de 2008. A maioria (22) dos vinte e sete setores pesquisados exibiu índices negativos, sendo que veículos automotores foi o que teve o maior impacto na formação da taxa global, seguido por máquinas e equipamentos, metalurgia básica e material eletrônico e equipamentos de comunicações.

A produção industrial brasileira continua em um processo de ajuste positivo e permanece a perspectiva de que, no segundo semestre, a indústria entre numa trajetória de recuperação. A queda em bens de consumo chama atenção, pois está ligado ao desempenho do nível de emprego e do rendimento médio real da população brasileira, os quais têm se mantido relativamente estáveis. Os dados da pesquisa mostraram uma retração muito generalizada nos mais representativos ramos desse segmento, variações em junho com relação a maio, com ajuste sazonal: bebidas (-1,29%), têxtil (-0,96%), vestuário (-1,15%), calçados e artigos de couro (-3,44%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-2,98%) e, sobretudo, devido a seu peso relativo, o ramo de alimentos, cuja produção recuou 5,38%.

O resultado da produção industrial de junho reforça os sinais de recuperação no ritmo da atividade fabril, que marca a sexta taxa consecutiva de acréscimo na série ajustada sazonalmente. Tudo leva a crer que a indústria está reagindo positivamente, apoiada principalmente na demanda interna. Há sinais de que a indústria está se ajustando, o que deve abrir caminho para uma recuperação em ritmo que poderá ser mais forte no segundo semestre deste ano. As medidas anticíclicas recém-anunciadas pelo governo – prorrogação da desoneração de impostos para automóveis, motos, linha branca, material de construção e caminhões, farinha de trigo e pão e a redução de imposto para bens de capital, e, sobretudo, a redução do custo dos financiamentos do BNDES para a compra de máquinas e equipamentos – devem favorecer essa reação da indústria.

 Os resultados de junho mostraram um quadro negativo para a produção industrial regional frente aos primeiros seis meses de 2008. A retração da atividade em nível nacional no fechamento do primeiro semestre de 2009 (-13,38%) alcançou os quatorze locais pesquisados, com cinco registrando recuos acima da média nacional. O destaque, em termos de magnitude da taxa, foi o Espírito Santo (-29,26%), seguido por Minas Gerais (-21,34%), Amazonas (-16,82%), São Paulo (-14,42%) e Rio Grande do Sul (-13,52%). No desempenho negativo destes locais confirma-se o menor dinamismo das exportações e dos setores produtores de bens de consumo duráveis (automóveis, telefones celulares, eletrodomésticos) e de bens de capital, confrontados com uma base elevada de comparação, quando a indústria nacional registrou 6,30% no fechamento do primeiro semestre de 2008. Os demais resultados negativos foram: Santa Catarina (-12,86%), Bahia (-10,15%), região Nordeste (-9,70%), Pernambuco (-8,86%), Rio de Janeiro (-8,46%), Pará (-7,62%), Ceará (-6,80%), Paraná (-5,92%) e Goiás (-4,59%). 

 

 

Na passagem de maio para junho, oito dos quatorze locais pesquisados assinalaram taxas positivas, já descontadas as influências sazonais. Pará (10,16%), Goiás (7,39%) e Bahia (7,15%) apontaram os avanços mais acentuados. Minas Gerais (3,28%), região Nordeste (2,93%), Santa Catarina (1,38%), Rio Grande do Sul (1,12%) e Rio de Janeiro (0,46%) foram os outros locais que avançaram acima da média nacional (0,24%). Entre as seis áreas que registraram queda na produção, as maiores perdas ficaram com Paraná (-9,04%) e São Paulo (-1,96%). 

 

 

 

Nos índices de junho, frente a igual mês de 2008, o quadro também foi negativo, uma vez que doze dos quatorze locais pesquisados apontaram recuo. As taxas negativas oscilaram entre os -25,24% no Espírito Santo e -3,21% na região Nordeste. Com redução acima da média nacional (-10,93%), além do Espírito Santo, destacaram-se Paraná (-16,53%), Minas Gerais (-15,11%), São Paulo (-13,40%) e Amazonas (-11,75%). Os demais resultados negativos foram: Rio Grande do Sul (-9,59%), Ceará (-9,15%), Rio de Janeiro (-7,35%), Santa Catarina (-6,72%), Pernambuco (-5,31%) e Pará (-4,27%). Os locais que registraram acréscimo na produção neste tipo de comparação foram: Bahia (2,39%) e Goiás (1,14%), ambos refletindo o desempenho do setor de produtos químicos, no primeiro, por conta de uma paralisação para manutenção em junho de 2008, e o segundo impulsionado por encomendas especiais no mês de junho deste ano.

 

 

Tabela 2

Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais

junho/2009 

(%)

Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação

Mês/mês*

Mesmo mês ano anterior

1º semestre

Doze meses

Brasil

0,24

-10,93

-13,38

-6,47

Nordeste

2,93

-3,21

-9,70

-5,44

Amazonas

-1,33

-11,75

-16,82

-7,97

Pará

10,16

-4,27

-7,62

-1,18

Ceará

-1,67

-9,15

-6,80

-2,12

Pernambuco

-1,05

-5,31

-8,86

-3,66

Bahia

7,15

2,39

-10,15

-4,90

Minas Gerais

3,28

-15,11

-21,34

-12,06

Espírito Santo

-1,23

-25,24

-29,26

-16,55

Rio de Janeiro

0,46

-7,35

-8,46

-3,85

São Paulo

-1,96

-13,40

-14,42

-6,40

Paraná

-9,04

-16,53

-5,92

0,05

Santa Catarina

1,38

-6,72

-12,86

-7,55

Rio Grande do Sul

1,12

-9,59

-13,52

-6,93

Goiás

7,39

1,14

-4,59

0,52

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

* com ajuste sazonal

 

 

 

Os dados da pesquisa industrial neste primeiro semestre de 2009 mostram um quadro negativo em todas as localidades pesquisadas, sendo que algumas regiões foram mais afetadas pela crise, devido às características de suas estruturas industriais. Em linhas gerais, a produção em alguns estados começa a melhorar. O destaque na série com ajuste sazonal foi o comportamento das indústrias mineira, gaúcha e dos estados do Pará e Goiás, exportadores de commodities agrícolas e minerais. A queda de -1,96% na indústria paulista é preocupante, pois poderá comprometer os resultados da indústria do país no segundo semestre. A indústria de São Paulo tem participação relevante no parque industrial brasileiro e é um grande demandante de bens e serviços de outras regiões, ou seja, ela “puxa” fortemente outras atividades econômicas que não estão no seu próprio estado.

 

 

Tabela 3

Variação da Produção Industrial

Com relação ao ano anterior

 2008 e 2009

 

Locais

2008

2009

junho

1º semestre

junho

1º semestre

Brasil

6,5

6,3

-10,93

-13,38

Nordeste

-0,77

4,62

-3,21

-9,7

Amazonas

3,21

7,49

-11,75

-16,82

Pará

7,31

6,14

-4,27

-7,62

Ceará

3,96

2,95

-9,15

-6,8

Pernambuco

1,79

7,79

-5,31

-8,86

Bahia

-1,19

4,57

2,39

-10,15

Minas Gerais

6,09

6,57

-15,11

-21,34

Espírito Santo

11,39

16,12

-25,24

-29,26

Rio de Janeiro

4,23

2,28

-7,35

-8,46

São Paulo

9,76

9,61

-13,4

-14,42

Paraná

12,44

11,23

-16,53

-5,92

Santa Catarina

-2,03

1,26

-6,72

-12,86

Rio Grande do Sul

7,02

4,84

-9,59

-13,52

Goiás

18,51

11,94

1,14

-4,59

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

Em junho, a produção industrial de Goiás avançou 7,39% na comparação com o mês anterior, na série livre dos efeitos sazonais, após ter recuado 0,97% em maio. Com isso, o índice de média móvel cresceu 2,90% em junho, terceiro aumento consecutivo, acumulando ganho de 4,19%. Ainda na série com ajuste sazonal, em relação ao trimestre imediatamente anterior, a indústria goiana cresceu 4,19% na passagem do primeiro para o segundo trimestre, após dois trimestres em queda, quando acumulou perda de 5,30%.

 

Na comparação com junho de 2008, a produção aumentou 1,14% após cinco meses de taxas negativas. No segundo trimestre de 2009, o recuo foi de 2,41% frente a igual período do ano anterior e no indicador acumulado no ano, -4,59%. O índice acumulado nos últimos doze meses permanece em trajetória descendente desde agosto de 2008, atingindo 0,52% em junho.

No confronto com junho de 2008, a indústria geral cresceu 1,14%, com três dos cinco ramos com desempenho positivo. A principal contribuição para a formação da taxa global veio de produtos químicos (68,75%), impulsionado em grande parte pela fabricação de medicamentos. Em seguida, destacaram-se extrativa mineral (5,67%) e metalurgia básica (6,55%), onde sobressaíram os acréscimos de amianto; e ferroníquel. Por outro lado, a pressão negativa mais relevante veio de alimentos e bebidas (-10,05%), principalmente devido à queda na produção de maionese e leite em pó.

Na análise por trimestres, na passagem do primeiro (-6,95%) para o segundo trimestre de 2009 (-3,99%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior, a indústria goiana reduziu significativamente a intensidade do ritmo de queda, contribuindo para este movimento a recuperação da produção em produtos químicos, que passou de -31,26% para 20,50%, e em menor medida, metalurgia básica (de -16,54% para 2,63%).

No fechamento do primeiro semestre do ano, o recuo de 4,59% foi influenciado em grande parte pelas retrações em quatro atividades. Nesta comparação, os principais destaques negativos foram alimentos e bebidas (-4,43%) e produtos químicos (-8,16%), em que sobressaíram os decréscimos de leite em pó; e de adubos ou fertilizantes, respectivamente. Em sentido contrário, a extrativa mineral (1,14%) exerceu a única pressão positiva.

 

 

 

A indústria goiana em junho começa dar sinais de recuperação, após cinco meses de quedas consecutivas, na comparação com junho de 2008. Na série com ajuste sazonal, saiu de uma queda de 0,97% em maio, para uma taxa positiva de 7,39%, sendo a segunda melhor taxa entre as localidades pesquisadas, ficando atrás somente do Pará que foi de 10,16%. Este desempenho da indústria goiana é justificado pela maior produção e beneficiamento de minérios, devido à recuperação da demanda nos mercados externos e interno. A atividade de produtos químicos teve uma variação bastante elevada, puxada pela queda do dólar, as indústrias do setor voltaram a importar. A moeda americana estava muito elevada inviabilizando a importação de matérias-primas, somados a isso as empresas do setor de medicamentos estão exportando mais.

 

 

 

Tabela 4

Estado de Goiás: Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – junho/2009

(Base: Igual período do ano anterior =100)

(%)

Segmentos

Mensal

Acumulado jan a junho

Últimos 12 meses

Indústria geral

1,14

-4,59

0,52

Indústria extrativa

5,67

1,14

6,55

Indústria de transformação

0,75

-5,13

-0,02

  Alimentos e bebidas

-10,05

-4,43

1,33

Produtos químicos

68,75

-8,16

-3,83

Minerais não metálicos

-8,35

-4,88

2,10

Metalurgia básica

6,55

-6,83

-7,63

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

 

Equipe de Conjuntura da Seplan:

Dinamar Ferreira Marques

Marcos Fernando Arriel

Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

 

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