Indústria goiana dá sinais de recuperação, cresceu 4,1% na comparação com janeiro.


A pesquisa industrial mensal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)aponta alta de 4,1% para a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) na comparação fevereiro/16 com janeiro/16, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional apresentou queda de2,5%.O destaque para a maior variação positiva foi para o Estado do Pará, com 6,2% e a queda mais acentuada ocorreu na Bahia, com -7,9%, vide Tabela 1.

Na comparação fevereiro 16 / fevereiro 15, a indústria goiana apresentou redução de 0,5% em um cenário em que apenas três localidades apresentaram taxas positivas, conforme Tabela 1. O indicador positivo foi liderado pelo Estado do Mato Grosso, com 18,0% de expansão. A indústria do estado foi impulsionada pela expansão da indústria alimentícia, madeira, outros produtos químicos (adubos) e de biocombustíveis (álcool etílico). A maior queda entre as unidades pesquisadas ocorreu no estado de Pernambuco, com -26,3%, pressionada principalmente pelo recuo na produção de produtos alimentícios (açúcar).

De modo geral, a crise continua afetando a indústria dos estados de maior relevância nessa atividade. Porém, na região Sul o quadro está dando sinais de melhora. Já na região Sudeste, os resultados são bastante negativos, como revelou a Pesquisa do IBGE. Em todos os estados as maiores contribuições negativas vieram fabricação de produtos associados à indústria automobilística, de bens de capital e metalurgia.

 

Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais – Fevereiro de 2016

Locais

Variação (%)

Com Ajuste Sazonal

Sem Ajuste Sazonal

Fevereiro16/ Janeiro16

Fevereiro16 /Fevereiro15

Acumulado no ano

Acumulado nos últimos 12 meses

Brasil

-2,5

-9,8

-11,7

-9,0

Nordeste

-3,6

-3,3

-3,2

-2,2

Amazonas

-4,7

-25,0

-28,0

-18,7

Pará

6,2

15,3

12,7

4,4

Ceará

-2,8

-10,3

-10,0

-10,2

Pernambuco

-2,5

-26,3

-28,0

-10,1

Bahia

-7,9

11,0

10,6

-2,9

Minas Gerais

-0,7

-11,6

-15,2

-9,1

Espírito Santo

5,3

-18,6

-22,5

-2,6

Rio de Janeiro

-1,9

-3,2

-9,2

-7,4

São Paulo

-2,1

-12,4

-14,2

-12,0

Paraná

-1,6

-9,0

-11,2

-9,3

Santa Catarina

-3,3

-4,8

-8,0

-7,9

Rio Grande do Sul

-1,3

-5,5

-4,9

-10,4

Mato Grosso

18,0

8,1

3,0

Goiás

4,1

-0,5

-6,8

-1,5

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016.

 

 
           

 

O Gráfico 1 apresenta os resultados da indústria goiana em cada mês do ano. Percebe-se um descolamento em relação à média nacional, que vinha ocorrendo desde o ano passado e que apresentou uma aproximação em janeiro/16. Em fevereiro/16 percebeu-se recuperação da economia goiana, tendo em vista que ela mostrou desempenho diferenciado, impulsionada principalmente pela fabricação de outros produtos químicos. Já o setor automobilístico apresentou leve recuperação, porém ainda apresentou queda, tendo em vista que, tradicionalmente no início de ano a produção é menor em relação aos outros meses, em razão de feriados como o Carnaval, concessão de férias coletivas e paradas estratégicas de produção das empresas.

 

Gráfico 1 – Produção Industrial Mensal (Base: igual mês do ano anterior)

 

 

Em âmbito setorial, comparação de fevereiro/16 com fevereiro/15, o setor extrativo mantém resultado positivo, com 8,3%, impulsionado, em grande parte, pela maior extração de minério de cobre, conforme Tabela 2. Além disso, na indústria de transformação, o setor de produtos alimentícios apresentou recuperação, com alta de 8,8%, impulsionado pela maior produção de óleo de soja refinado, extrato, purês e polpas de tomate, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja e óleo de soja bruto. Vale mencionar também os avanços vindos de outros produtos químicos (28,2%), pela maior produção de adubos ou fertilizantes; de metalurgia (10,5%), pelo avanço na produção de ouro.

Nos demais setores, as maiores quedas ocorreram em produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-43,6%), pressionados pela queda na produção de latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos e esquadrias de ferro, aço e alumínio; de veículos automotores, reboques e carrocerias (-43,0%), pela menor produção de automóveis e veículos para transporte de mercadorias e de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-11,8%), devido a queda na produção de biodiesel.

 

Tabela 2 – Produção Industrial Mensal por atividades (Base: igual mês do ano anterior)

Atividades de Indústria

Variação Percentual (%)

Fevereiro16/

Fevereiro15

Acumulado

no ano

Acumulado

em 12 meses

Brasil

Goiás

Brasil

Goiás

Brasil

Goiás

Indústria geral

-9,8

-0,5

-11,7

-6,8

-9,0

-1,5

Indústrias extrativas

-12,1

8,3

-14,6

7,3

-0,6

-3,9

Indústrias de transformação

-9,5

-1,2

-11,3

-7,8

-10,2

-1,4

Fabricação de produtos alimentícios

1,1

8,8

-2,1

1,8

-2,2

1,0

Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

0,5

-11,8

0,2

-17,8

-5,1

20,5

Fabricação de outros produtos químicos

-0,7

28,2

-2,9

5,5

-4,6

-5,7

Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos

2,6

-0,2

-0,4

-14,7

-9,3

-13,0

Fabricação de produtos de minerais não metálicos

-9,6

-7,1

-12,9

-10,8

-8,8

-11,4

Metalurgia

-12,1

10,5

-13,6

2,2

-10,2

1,8

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos.

-12,6

-43,6

-14,0

-36,0

-12,0

-22,0

Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias.

-29,2

-43,0

-30,1

-45,6

-26,7

-32,6

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016.

 

Diante desses resultados, verifica-se que em fevereiro a economia goiana apresentou recuperação em seus principais setores, diferentemente do ocorrido em janeiro/16 em que todos os setores apresentaram recuo, apesar do momento de crise política e econômica com o mercado doméstico ainda retraído. Pelo segundo mês consecutivo o Índice de Confiança do Empresariado Industrial (ICEI) aumentou, demonstrando que o empresariado continua apostando na recuperação da economia.

Esta trajetória em curso demonstra o crescimento do índice, porém, não se pode afirmar que haverá uma reversão no quadro de confiança diante do cenário político atual, pois ainda se nota níveis muito baixos na confiança do consumidor e do empresário, principalmente das indústrias de: automóveis, de máquinas e equipamentos e também de insumos para a construção civil.

Por outro lado, tem-se observado que os segmentos industriais destinados ao mercado externo estão começando a se beneficiar com a taxa de câmbio mais depreciada. Com isso, a produção de alimentos é impulsionada, principalmente a do complexo da soja, do milho e derivados e do complexo da carne. Também as exportações de produtos da mineração têm aumentado, estimulando a produção da indústria extrativa. Uma boa notícia é a melhora significativa da produção do setor de medicamentos, impulsionado pela valorização do Real, assim beneficiando a importação de insumos, principalmente no município de Anápolis, onde está situado um polo de medicamentos.

 

Equipe de Conjuntura doIMB:

Alex Felipe Rodrigues Lima

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Sérgio Borges Fonseca Júnior

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