Indústria goiana cresce 27,9% em abril, terceira maior taxa do País.



Conforme dados da Pesquisa Mensal da Indústria (PIM/IBGE), a produção industrial brasileira recuou 0,7% na passagem de março para abril, deste ano, na série com ajuste sazonal. Sete locais apresentaram queda, um com crescimento nulo e seis assinalando expansão na produção. Entre os locais que apontaram recuo, a perda mais acentuada foi registrada pelo Paraná (-14,7%), eliminando parte do crescimento de (18,7%) verificado em março. Amazonas (-4,2%), Rio de Janeiro (-3,4%), Pernambuco (-2,6%), Espírito Santo (-1,9%) e Rio Grande do Sul (-1,1%) também registraram perdas superiores à média global (-0,7%), enquanto Bahia (-0,3%) completou o conjunto de locais com taxas negativas. Por outro lado, entre os locais que aumentaram a produção, o crescimento mais elevado ficou com Goiás (4,5%), recuperando parte do recuo de 6,6% do mês anterior, seguido por Ceará (2,5%), Pará (1,3%), Minas Gerais (0,8%), São Paulo (0,5%) e Santa Catarina (0,1%). A região Nordeste (0,0%) repetiu o patamar do mês anterior.
No confronto com abril de 2009, todos os locais pesquisados mostraram crescimento na produção, influenciados não só pela baixa base de comparação, decorrente dos efeitos da crise econômica internacional, mas também pelo incremento no ritmo produtivo observado nos primeiros meses do ano. As expansões mais acentuadas e acima da média nacional (17,4%) foram registradas no Amazonas (34,1%), Espírito Santo (29,8%), Goiás (27,9%), Minas Gerais (25,0%), Bahia (24,0%), Pernambuco (23,6%), região Nordeste (20,5%) e São Paulo (17,5%). Ainda com taxas de dois dígitos, mas abaixo do índice global figuram Santa Catarina (15,0%), Pará (14,6%) e Ceará (14,4%), enquanto Rio Grande do Sul (8,8%), Paraná (8,7%) e Rio de Janeiro (6,5%) apontaram expansões mais moderadas. (Tabela 1)

Tabela 1
Indicadores Conjunturais da Indústria
Resultados Regionais
Abril/2010
(%)
Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação
Mês/mês*
Mesmo mês ano anterior
Acumulado jan a abril
Doze meses
Brasil
-0,7
17,4
18,0
2,3
Nordeste
0,0
20,5
13,7
3,0
Amazonas
-4,2
34,1
32,7
6,8
Pará
1,3
14,6
9,3
-2,4
Ceará
2,5
14,4
15,3
2,8
Pernambuco
-2,6
23,6
17,7
6,0
Bahia
-0,3
23,9
15,9
4,1
Minas Gerais
0,8
24,9
25,1
0,9
Espírito Santo
-1,9
29,8
40,3
5,7
Rio de Janeiro
-3,4
6,5
11,5
2,8
São Paulo
0,5
17,4
18,0
1,3
Paraná
-14,7
8,7
11,7
2,0
Santa Catarina
0,1
15,0
13,4
1,0
Rio Grande do Sul
-1,1
8,8
14,1
2,3
Goiás
4,5
27,9
26,9
10,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
* com ajuste sazonal
 
Os números da indústria regional em abril em relação a março de 2010 mostraram desaceleração na produção, nos estados que têm peso significativo na indústria brasileira, na série com ajuste sazonal. A indústria carioca amargou um resultado tão negativo que praticamente eliminou o crescimento ocorrido nos dois meses imediatamente anteriores. Outro estado cuja indústria tem participação significativa na produção industrial total do País e que também apresentou desempenho mais fraco em abril foi Minas Gerais, a variação da produção foi de 1,7% em fevereiro, subiu para 2,7% em março e perdeu fôlego em abril (0,8%).
 A análise do desempenho da indústria de: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e mesmo Minas Gerais, onde é mais estruturada e complexa (mais representativa) mostra que, na margem – mês contra mês imediatamente anterior –, a atividade industrial começa a dar sinais de desaceleração, o que leva a entender que o padrão de crescimento mais forte do início do ano provavelmente não valerá para o ano de 2010 como um todo. Isso não significa que a indústria brasileira não terá um bom desempenho neste ano.
 Em abril de 2010, a produção industrial de Goiás ajustada sazonalmente avançou 4,5% frente ao mês de março, após recuar 6,6% no mês anterior. Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral cresceu 2,9% entre os trimestres encerrados em março e abril e permaneceu com a sequência de taxas positivas iniciada em novembro do ano passado. Nos quatro primeiro meses do ano, os índices também mostraram acréscimo: 26,9% frente à igual período do ano anterior. Nos últimos doze meses acelerou bastante o ritmo de crescimento na passagem de março (7,6%) para abril (10,1%).

Gráfico 1
Produção Industrial – Goiás
Índices de Base Fixa (2002=100)
Série com Ajuste Sazonal

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
 
No confronto com abril do ano passado, a indústria goiana cresceu 27,9%, apoiada nas expansões tanto da indústria de transformação (29,2%) como do setor extrativo (14,5%). Neste último segmento, sobressai o avanço no item amianto. Na indústria de transformação, três dos quatro ramos assinalaram taxas positivas, com destaque para produtos químicos (186,5%) e alimentos e bebidas (13,8%), impulsionados pelos itens medicamentos, no primeiro setor, e refrigerantes e maionese no segundo. Por outro lado, metalurgia básica, com queda de 6,2%, apontou o único resultado negativo. (Tabela 2)
                                                                                 

Tabela 2
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – abril/2010
(Base: Igual período do ano anterior =100)

  

(%)
Segmentos
Mensal
Acumulado no ano
Últimos 12 meses
Indústria geral
27,9
26,9
10,1
Indústria extrativa
14,5
3,7
1,0
Indústria de transformação
29,2
29,3
11,0
 Alimentos e bebidas
13,8
11,8
-0,5
Produtos químicos
186,5
176,7
83,9
Minerais não metálicos
23,0
20,1
8,4
Metalurgia básica
-6,2
3,1
8,9
 
 
 
 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
 
 
 
 
A produção acumulada nos quatro primeiros meses do ano cresceu 26,9%, ritmo bem superior aos 5,1% observados no último quadrimestre do ano passado, ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Na formação do resultado de 26,9%, todos os setores apontaram taxas positivas, com destaque para produtos químicos (176,8%) e alimentos e bebidas (11,8%), influenciados novamente pelos avanços nos itens medicamentos e maionese e refrigerantes. (Tabela 2)
Na evolução do índice quadrimestral, o setor industrial goiano mostrou aceleração no seu ritmo produtivo na passagem do último quadrimestre do ano passado (5,1%) para os primeiros quatro meses de 2010 (26,9%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Por segmento esse comportamento foi observado, principalmente, em produtos químicos que passou de 58,8% para 176,7% e alimentos e bebidas que saiu de -6,0% para 11,8%. (Tabela 2)
 
Tabela 3
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – abril/2010
(Base: Igual período do ano anterior =100)

 

Segmentos

1º Quadrimestre

 de 2009

1º Quadrimestre

de 2010

Indústria geral

5,1

26,9

Indústria extrativa

-0,7

3,7

Indústria de transformação

5,7

29,3

  Alimentos e bebidas

-6,0

11,8

Produtos químicos

58,8

176,7

Minerais não metálicos

10,3

20,1

Metalurgia básica

20,6

3,1

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

A indústria goiana vive um bom momento, com destaque para o segmento de produtos químicos, que cresce pelo sexto mês consecutivo a uma taxa média mensal de 160,7%. Deste o final do ano passado a indústria de produtos químicos está aquecida, devido, principalmente, ao ramo de produtos farmacêuticos, com o aumento da produção e diversificação de medicamentos genéricos.
Goiás foi o Estado brasileiro menos afetado pela crise financeira no ano passado e agora em 2010 continua com forte crescimento. A produção industrial goiana é de produtos que são sempre demandados  pelo mercado interno e externo como, alimentos, produtos farmacêuticos e minérios.
 
Equipe de Conjuntura da Seplan:
Dinamar Ferreira Marques
Marcos Fernando Arriel
Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha
Daniela Vieira de Oliveira
Eduiges Romanatto
 

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