Indústria goiana cresce 21,1% no primeiro semestre de 2010, quarta maior taxa do País.


Na passagem de maio para junho, a maior parte (nove) dos quatorze locais pesquisados registraram taxas negativas, já descontadas as influências sazonais, acompanhando a queda observada na média do país (-1,0%). Os recuos mais acentuados foram registrados por Goiás (-9,2%) e Bahia (-6,0%), seguidos por região Nordeste (-3,5%), Minas Gerais (-3,3%), Pernambuco (-2,3%), Santa Catarina (-2,1%) e Paraná (-1,7%). Com queda abaixo da média nacional ficaram São Paulo (-0,6%) e Pará (-0,3%), enquanto Rio de Janeiro (0,0%) repetiu o patamar do mês anterior. Por outro lado, as quatro áreas que registraram avanço na produção foram Espírito Santo (4,9%), Amazonas (2,4%, Rio Grande do Sul (1,5%) e Ceará (0,7%). (Tabela 1)

Nos índices de junho frente a igual mês de 2009 o quadro também foi positivo, uma vez que todos os locais pesquisados apontaram expansão. As taxas positivas oscilaram entre os 41,3% do Paraná e o 1,9% da Bahia. Acima da média nacional (11,1%), além do Paraná, destacaram-se Espírito Santo (35,2%), Amazonas (22,8%), Ceará (20,6%), Pernambuco (17,6%) e Minas Gerais (12,9%). Os demais resultados positivos foram: região Nordeste e São Paulo (ambos com 9,9%), Rio de Janeiro (8,7%), Rio Grande do Sul (7,8%), Santa Catarina (6,8%), Pará (2,2%) e Goiás (2,0%). (Tabela 1)

Tabela 1

Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais

Junho/2010 

 

(%)

Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação

Mês/mês*

Mesmo mês ano anterior

Acumulado jan a abril

Doze meses

Brasil

-1,0

11,1

16,2

6,5

Nordeste

-3,5

9,9

14,1

6,5

Amazonas

2,4

22,8

28,2

12,0

Pará

-0,3

2,2

8,8

0,3

Ceará

0,7

20,6

17,0

7,2

Pernambuco

-2,3

17,6

18,0

9,3

Bahia

-6,0

1,9

13,7

6,7

Minas Gerais

-3,3

12,9

22,4

7,2

Espírito Santo

4,9

35,2

36,9

16,3

Rio de Janeiro

0,0

8,7

10,8

5,4

São Paulo

-0,6

9,9

15,3

5,5

Paraná

-1,7

41,3

19,6

10,1

Santa Catarina

-2,1

6,8

12,3

4,2

Rio Grande do Sul

1,5

7,8

11,3

5,0

Goiás

-9,2

2,0

21,1

12,4

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

* com ajuste sazonal

 

Os resultados de junho mostraram um quadro positivo para a produção industrial regional no fechamento do primeiro semestre de 2010. A expansão da atividade em nível nacional nos primeiros seis meses de 2010 (16,2%) alcançou os quatorze locais pesquisados, com oito registrando avanços acima da média do país. Os destaques, em termos de magnitude da taxa, foram Espírito Santo (36,9%) e Amazonas (28,2%), seguidos por Minas Gerais (22,4%), Goiás (21,1%), Paraná (19,6%), Pernambuco (18,0%) e Ceará (17,1%). (Tabela 2)

Tabela 2

Índice semestral (Base: igual período do ano anterior)

Locais

2009

2010

1º semestre

2º semestre

1º semestre

Brasil

-13,4

-1,6

16,2

Nordeste

-9,7

0,0

14,1

Amazonas

-16,8

-1,0

28,2

Pará

-7,6

-6,9

8,8

Ceará

-6,8

-1,0

17,0

Pernambuco

-8,7

2,3

18,0

Bahia

-10,2

0,5

13,7

Minas Gerais

-21,4

-4,8

22,4

Espírito Santo

-29,3

1,0

36,9

Rio de Janeiro

-8,2

0,5

10,8

São Paulo

-14,5

-2,6

15,3

Paraná

-6,0

1,7

19,6

Santa Catarina

-12,9

-2,7

12,3

Rio Grande do Sul

-13,5

-0,6

11,3

Goiás

-4,6

4,7

21,1

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

Os resultados da pesquisa industrial do IBGE revelaram que a desaceleração do crescimento industrial no segundo trimestre deste ano foi generalizada em todas as bases industriais do País. Vale dizer que o primeiro trimestre de 2010 foi marcado por fatores pontuais, como, por exemplo, a antecipação das compras de veículos e outros bens duráveis diante da data final dos incentivos fiscais a esses bens. Já em junho de 2010 comparado a maio, a queda de 1%, teve forte influência de fatores pontuais – como, por exemplo, a redução, da jornada de trabalho, devido aos jogos do Brasil na Copa em três dias úteis do mês. A expectativa é de que a indústria retome sua trajetória de crescimento positiva no segundo semestre, a taxas menores do que aquelas registradas no primeiro trimestre, com taxas mais condizente com sua capacidade sua produtiva.

Em junho de 2010, a produção industrial de Goiás recuou 9,2% na comparação com o mês anterior, na série livre dos efeitos sazonais, repetindo assim o desempenho negativo observado em maio (-3,3%). Na comparação com igual mês do ano passado, o setor industrial goiano cresceu 2,0%%, ritmo bem abaixo do observado nos dois últimos meses: 26,8% em abril e 22,6% em maio. Com isso, o indicador acumulado para o primeiro semestre do ano ficou em 21,1%, reduzindo a magnitude da expansão frente aos últimos meses.

Gráfico 1

Produção Industrial – Goiás

Índices de Base Fixa (2002=100)

Série com Ajuste Sazonal

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

O índice de média móvel trimestral apresentou redução de 3,0% na passagem de maio para junho, prosseguindo assim com a trajetória descendente iniciada em abril último. Ainda na série com ajuste sazonal, índice trimestre contra trimestre imediatamente anterior, a indústria goiana recuou 2,9% no período abril-junho, com clara perda de ritmo frente ao resultado do primeiro trimestre do ano (13,7%). (Gráfico 1)

No confronto com junho de 2009, a indústria geral cresceu 2,0%, com expansão na produção em três dos cinco setores investigados. O principal impacto positivo sobre a média geral ficou com o setor de produtos químicos (15,7%), pressionado em grande parte pelo avanço na fabricação de medicamentos. Vale destacar também os resultados positivos vindos de minerais não metálicos (17,8%) e do setor extrativo (3,4%), influenciados principalmente pelos itens cimento portland e amianto. Por outro lado, a maior contribuição negativa veio de alimentos e bebidas (-3,5%), pressionada, sobretudo pela menor produção de maionese. (Tabela 3)

Tabela 3

Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – junho/2010

(Base: Igual período do ano anterior =100)

(%)

Seções e atividades industriais

Mensal

Acumulado no ano

Últimos 12 meses

Indústria geral

2,0

21,1

12,4

Indústria extrativa

3,4

4,1

1,8

Indústria de transformação

1,9

22,8

13,4

  Alimentos e bebidas

-3,5

8,0

1,1

Produtos químicos

15,7

127,0

87,5

Minerais não metálicos

17,8

20,0

13,5

Metalurgia básica

-1,1

-2,5

5,5

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

 

Em termos trimestrais, a produção do segundo trimestre do ano (abril-junho) avançou 16,4% frente a igual trimestre do ano anterior, mas recuou 2,9% na comparação com o trimestre imediatamente anterior – série com ajuste sazonal. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, ao crescer 12,4% em junho, praticamente repetiu o resultado de maio (12,3%).

Na análise por trimestres, o setor industrial goiano, ao crescer 16,4% no segundo trimestre do ano, sustenta resultados positivos há quatro trimestres consecutivos, mas com redução na magnitude de expansão frente ao índice do primeiro trimestre do ano (26,5%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Para este movimento contribuíram os setores de produtos químicos, que passou de 173,8% no primeiro trimestre do ano para 93,8% no segundo, e alimentos e bebidas (de 11,1% para 5,3%). (Tabela 4)

Tabela 4

Índice trimestral (Base: Igual Trimestre do Ano Anterior = 100)

Seções e atividades industriais

2009

2010

1º Trim

2º Trim

3º Trim

4º Trim

1º Trim

2º Trim

Indústria geral

-6,9

-2,4

4,9

4,4

26,5

16,4

Indústria extrativa

3,4

-1,0

-2,3

1,5

0,2

8,1

Indústria de transformação

-7,9

-2,5

5,6

4,6

29,4

17,1

Alimentos e bebidas

-2,6

-6,0

-2,8

-7,4

11,1

5,3

Produtos químicos

-31,3

20,5

48,9

62,6

173,8

93,8

Minerais não metálicos

-1,8

-7,5

6,9

8,3

19,1

20,9

Metalurgia básica

-16,5

2,6

7,6

19,4

6,7

-9,7

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

A indústria goiana fechou o primeiro semestre com taxa de 21,1%, superior a do Brasil 16,1% na comparação com o primeiro semestre de 2009. Foi o quarto melhor resultado do País, atrás apenas do Espírito Santo, Amazonas e Minas Gerais. Essa forte recuperação foi puxada por um forte crescimento na fabricação de produtos químicos (127%), principalmente medicamentos, com a recuperação dos efeitos da crise financeira iniciada no último trimestre de 2008. Segundo analista do setor, foram feitos vários investimentos na produção de medicamentos, com a inserção de novos produtos, o que resultou na ampliação da capacidade instalada da indústria farmacêutica goiana.

Nos outros ramos: alimentos e bebidas (8,0%) e minerais não metálicos (20,0%), sobressaíram-se, respectivamente, a maior fabricação de refrigerantes e cimento portland. Por outro lado, o único resultado negativo foi assinalado pelo setor de metalurgia básica (-2,5%), pressionado em grande parte pelo recuo do item ferronióbio.

 

 

Equipe de Conjuntura da Seplan:
Dinamar Ferreira Marques
Marcos Fernando Arriel
Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha
Daniela Vieira de Oliveira
Eduiges Romanatto

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