Indústria goiana cresce 1,2% em março
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM/IBGE), Goiás teve alta de 1,2% na indústria na série com ajuste sazonal, ou seja na comparação de março com fevereiro de 2018. Nesta mesma base de comparação, o Brasil registrou queda de 0,1%. Das quinze Unidades da Federação pesquisadas, apenas sete apresentaram resultado positivo. Pará (9,0%) e Mato Grosso (4,7%) registraram as maiores variações do período, enquanto Bahia (-4,5%) e Rio de Janeiro (-3,7%) registraram os maiores recuos.
Na comparação com março de 2017, na série sem ajuste sazonal, Goiás apresentou retração de 2,5%. A indústria nacional, por sua vez apresentou, nesta mesma métrica, aumento de 1,3%. Desta forma, o estado goiano acumulou taxa negativa de 1,0% no ano de 2018 e taxa positiva de 2,3% no acumulado dos últimos 12 meses. O país apresenta taxas de 3,1% e 2,9% nas mesmas comparações. Os dados estão apresentados na Tabela 1 e nos Gráficos 1, 2, 3 e 4
Na Tabela 2 é apresentado o desenvolvimento de cada atividade analisada em Goiás e suas respectivas comparações com o Brasil. O principal destaque no mês de março na indústria goiana foi na fabricação de produtos minerais não metálicos (11,1%), impulsionado pela fabricação de cimento Portland, elementos pré-fabricados para construção civil de cimento ou concreto e massa de concreto. Contudo, esse segmento não tem peso muito significativo na indústria geral do estado, representa apenas 3,2% do total. Por outro lado, a indústria alimentícia, com peso de aproximadamente 55,0% é a maior responsável pelo impacto na indústria geral. Desta forma, a retração de 5,5% nessa atividade explica em grande parte o resultado da indústria geral goiana, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O recuo na fabricação de produtos alimentícios, deu-se principalmente pela queda na produção de óleo de soja refinado, milho preparado ou conservado, resíduos da extração de soja e leite em pó.
Outro setor que contribuiu para a retração da indústria de Goiás foi fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-11,6%), com peso na indústria geral em torno de 1,4%, tendo como principais responsáveis, fabricações de latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos, esquadrias de alumínio, esquadrias de ferro e aço e estruturas de ferro e aço em chapas ou em outras formas.
Entretanto, o segmento de metalurgia, que possui peso significante na indústria (cerca de 5,6%), apresentou crescimento de 2,5% e contribuiu positivamente para o resultado geral. Essa variação positiva é percebida nas exportações goianas de produtos metalúrgicos, como o ferroníquel, que apresentou variação de 8,0% nas exportações de abril de 2018 comparado a abril 2017.
A indústria brasileira apresentou crescimento expressivo na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (17,6%) que acumula, nesse segmento, alta de 20,0% no período de janeiro a março e 19,2% nos últimos 12 meses. Essa atividade contribuiu com 1,5% para o resultado da indústria geral.
Desta forma, observa-se que a indústria goiana apresenta sinais de recuperação, uma vez que março apresentou a segunda variação positiva consecutiva na série livre de efeitos sazonais. Espera-se ainda que esse crescimento se mantenha tanto em Goiás quanto em nível nacional, considerando a inflação de 2017 (2,9%) e a esperada para 2018 (em torno de 3,4%), além da retomada do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado, que foi de 1,8% em Goiás e 1,0% no Brasil, após dois anos de retração. Além disso, a queda na taxa básica de juros (que hoje está em 6,5%, mas que chegou a um patamar de 14,1% em 2016), pode sinalizar um aumento dos investimentos, o que provavelmente impulsionará ainda mais o setor industrial.
Tabela 1 – Indicadores Regionais da Indústria – fevereiro/2018 |
||||
Local |
Taxa de Variação (%) |
|||
Com Ajuste Sazonal |
Sem Ajuste Sazonal |
|||
março 18/ março 18 |
março 18/ março 17 |
Acumulado março 18 * |
Acumulado 12 meses ** |
|
Brasil |
-0,1 |
1,3 |
3,1 |
2,9 |
Nordeste |
-3,6 |
-3,6 |
-0,3 |
-0,2 |
Amazonas |
2,6 |
24,3 |
24,4 |
9,7 |
Pará |
9,0 |
10,1 |
8,1 |
10,1 |
Ceará |
-0,2 |
2,4 |
3,3 |
3,4 |
Pernambuco |
0,2 |
0,9 |
1,0 |
-2,0 |
Bahia |
-4,5 |
-5,3 |
0,9 |
0,3 |
Minas Gerais |
-0,5 |
-4,6 |
-2,5 |
0,1 |
Espírito Santo |
2,8 |
-2,4 |
-6,0 |
-0,8 |
Rio de Janeiro |
-3,7 |
-0,3 |
3,0 |
3,6 |
São Paulo |
2,0 |
4,0 |
5,4 |
4,6 |
Paraná |
-0,9 |
-2,0 |
-1,2 |
2,6 |
Santa Catarina |
-1,2 |
2,0 |
5,9 |
4,7 |
Rio Grande do Sul |
-0,9 |
-4,9 |
0,3 |
-0,2 |
Goiás |
1,2 |
-2,5 |
-1,0 |
2,3 |
Mato Grosso |
4,7 |
3,4 |
0,5 |
3,8 |
Fonte: IBGE
Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2018.
*Base: Igual período do ano anterior
**Base: últimos doze meses anteriores
Tabela 2 – Produção Industrial (Goiás e Brasil – Taxa de Crescimento (%) – fevereiro/2018
Atividades |
Taxa de Variação (%) |
|||||
Sem Ajuste Sazonal |
||||||
março 18/ março 17 |
Acumulado janeiro-março 18* |
Acumulado 12 meses |
||||
Brasil |
||||||
Indústria Geral |
1,3 |
3,1 |
2,9 |
|
||
Indústria Extrativa |
-1,3 |
-2,2 |
1,8 |
|
||
Indústria de Transformação |
1,6 |
3,9 |
3,1 |
|
||
Fabricação de produtos alimentícios |
0,1 |
2,5 |
1,9 |
|
||
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
-6,0 |
-6,0 |
-3,2 |
|
||
Fabricação de outros produtos químicos |
-6,8 |
-2,1 |
-0,3 |
|
||
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
9,5 |
7,9 |
-3,6 |
|
||
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos |
-3,0 |
-0,6 |
-2,2 |
|
||
Metalurgia |
6,1 |
8,1 |
5,9 |
|
||
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos |
-4,8 |
0,7 |
-0,1 |
|
||
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias |
17,6 |
20,0 |
19,2 |
|
||
Goiás |
||||||
Indústria Geral |
-2,5 |
-1,0 |
2,3 |
|
||
Indústria Extrativa |
3,7 |
3,5 |
2,4 |
|
||
Indústria de Transformação |
-2,9 |
-1,3 |
2,3 |
|
||
Fabricação de produtos alimentícios |
-5,5 |
-2,0 |
-0,3 |
|
||
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
-8,6 |
-4,2 |
5,5 |
|
||
Fabricação de outros produtos químicos |
8,4 |
-12,3 |
-7,8 |
|
||
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
4,0 |
0,6 |
15,4 |
|
||
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos |
11,1 |
5,5 |
-10,1 |
|
||
Metalurgia |
2,5 |
0,8 |
5,9 |
|
||
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos |
-11,6 |
-19,1 |
-13,6 |
|
||
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias |
-1,4 |
18,3 |
17,4 |
|
||
Fonte: IBGE
Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2018.
*Base: Igual período do ano anterior
Produtos de maior influência por atividade- Goiás – março de 2018 |
||||
Atividades de Indústria |
março 2018/ março 2017 |
Acumulado janeiro-março |
||
Descrição do produto |
Sinal |
Descrição do produto |
Sinal |
|
Indústrias extrativas |
minérios de cobre em bruto ou beneficiados |
+ |
minérios de cobre em bruto ou beneficiados |
+ |
amianto em fibras ou em pó |
– |
amianto em fibras ou em pó |
– |
|
fosfatos de cálcio naturais, fosfatos aluminocálcicos e cré fosfatado |
+ |
castinas e pedras calcárias |
+ |
|
castinas e pedras calcárias |
+ |
pedras britadas |
+ |
|
pedras britadas |
+ |
fosfatos de cálcio naturais, fosfatos aluminocálcicos e cré fosfatado |
+ |
|
Produtos alimentícios |
óleo de soja refinado |
– |
óleo de soja refinado |
– |
milho preparado ou conservado |
– |
milho preparado ou conservado |
– |
|
resíduos da extração de soja |
– |
resíduos da extração de soja |
– |
|
leite em pó |
– |
extratos, purês e polpas de tomate |
+ |
|
leite esterilizado |
+ |
leite esterilizado |
+ |
|
Coque, Produtos Derivados do Petróleo e Biocombustíveis |
biodiesel |
+ |
álcool etílico |
– |
álcool etílico |
– |
biodiesel |
+ |
|
Outros produtos químicos |
adubos ou fertilizantes com fósforo e potássio- |
+ |
adubos ou fertilizantes com fósforo e potássio- |
– |
|
superfosfatos |
+ |
superfosfatos |
+ |
|
adubos ou fertilizantes minerais ou químicos (com nitrogênio e potássio) |
+ |
adubos ou fertilizantes minerais ou químicos (com nitrogênio e potássio) |
– |
|
fosfatos de monoamônio |
+ |
adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) |
– |
|
adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) |
– |