Indústria goiana aumenta o ritmo de produção em março, 6,3%
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria goiana (de transformação e extrativa mineral) apresentou crescimento de 0,7%, no comparativo de março/15 com fevereiro/15, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional recuou 0,8%, sendo que, dos locais pesquisados, as maiores variações ocorreram na Bahia com 22,1%, Nordeste com 8,1% e Rio de Janeiro com 4,8%. Por outro lado, as quedas mais acentuadas ocorreram no Ceará (-3,1%), Minas Gerais (-2,5%) e Paraná (-2,3%), vide Tabela 1.
Na comparação março 15 / março / 14, a indústria de Goiás teve expansão de 6,3%, o terceiro maior crescimento entre as unidades pesquisadas. Nessa base de comparação onze localidades registraram queda na produção, ao passo que quatro tiveram variação positiva, conforme Tabela 1. O Estado do Espírito Santo liderou o crescimento industrial, com 19,7%, explicado em grande parte, pelo comportamento positivo vindo dos setores extrativos (minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo) e de metalurgia (bobina a quente de aços ao carbono, lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono e tubos flexíveis e trefilados de ferro e aço). Ainda nessa comparação, a maior queda entre as unidades pesquisadas foi verificada no Estado da Amazonas (-20,6%), pressionados, em grande parte, pela redução na produção dos setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (televisores e computadores pessoais portáteis) e bebidas (preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais).
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria |
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Resultados Regionais – Março de 2015 |
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Locais |
Variação (%) |
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Com Ajuste Sazonal |
Sem Ajuste Sazonal |
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Março 15 / Fevereiro 15 |
Março 15 / Março 14 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
|
Brasil |
-0,8 |
– 3,5 |
– 5,9 |
– 4,7 |
Nordeste |
8,1 |
-1,1 |
-5,9 |
-2,2 |
Amazonas |
0,5 |
-20,6 |
-17,8 |
-10,9 |
Pará |
3,2 |
11,7 |
8,7 |
8,8 |
Ceará |
-3,1 |
-2,4 |
-5,9 |
-4,3 |
Pernambuco |
-2,2 |
-0,7 |
2,0 |
-1,0 |
Bahia |
22,1 |
-3,1 |
-12,5 |
-5,4 |
Minas Gerais |
-2,5 |
-9,8 |
-8,0 |
-5,5 |
Espírito Santo |
1,2 |
19,7 |
20,9 |
11,8 |
Rio de Janeiro |
4,8 |
-5,1 |
-6,3 |
-4,1 |
São Paulo |
-0,8 |
-2,8 |
-5,5 |
-6,8 |
Paraná |
-2,3 |
-5,2 |
-10,5 |
-8,4 |
Santa Catarina |
0,3 |
-4,0 |
-7,0 |
-4,3 |
Rio Grande do Sul |
1,1 |
-2,1 |
-8,8 |
-7,1 |
Mato Grosso |
– |
6,1 |
3,9 |
3,3 |
Goiás |
0,7 |
6,3 |
-0,8 |
1,9 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. |
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O Gráfico 1 apresenta o comportamento da média móvel e do índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. Nesse gráfico é possível verificar as oscilações na produção industrial, sendo que em 2015 o comportamento da média móvel até março apresentou alta, comportamento similar ao do ano anterior, 2014. No índice de base fixa, desde dezembro de 2014 ocorre um processo de retomada de expansão para o índice.
Na comparação março 2015 com março 2014, o setor industrial goiano apresentou expansão de 6,3%, sendo o primeiro resultado mensal positivo do ano. No indicador acumulado nos últimos doze meses houve variação de 1,9%.
Em âmbito setorial, comparação de março /15 com março /14, cinco atividades das nove atividades tiveram queda, conforme Tabela 2. As maiores variações positivas na indústria foram observadas nos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (39,3%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (34,1%), impulsionados pela maior produção de automóveis e veículos para o transporte de mercadorias e de biodiesel e álcool etílico, respectivamente.
Por outro lado, em relação às influências negativas, os recuos de produção ocorreram nos produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-24,0%) e da fabricação de outros produtos químicos (-19,3%), no primeiro, pela menor produção de medicamentos e no segundo, pela queda na produção de superfosfatos, fosfatos de monoâmonio e adubos ou fertilizantes com nitrogênio. Ainda com taxa negativa vieram os produtos de metal (-16,8%), em decorrência da queda na produção de latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos; indústrias extrativas (-4,5%) com minérios de cobre e fosfatos de cálcio naturais e de produtos de minerais não-metálicos (-5,8%), pela menor produção de cimentos “Portland”, misturas betuminosas fabricadas com asfalto ou betumes e telhas de cerâmica.
Tabela 2 – Produção Industrial goiana por atividade – março 2015 (%)
Segmentos |
Mensal |
Acumulado no ano |
Últimos 12 meses |
Indústria geral |
6,3 |
-0,8 |
1,9 |
Indústrias extrativas |
-4,5 |
-7,3 |
-0,4 |
Indústrias de transformação |
7,0 |
-0,3 |
2,1 |
Fabricação de produtos alimentícios |
6,8 |
2,9 |
4,6 |
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
34,1 |
50,0 |
13,9 |
Fabricação de outros produtos químicos |
-19,3 |
-20,3 |
-4,0 |
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
-24,0 |
-34,6 |
-20,2 |
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos |
-5,8 |
-12,1 |
-9,2 |
Metalurgia |
9,0 |
2,7 |
0,9 |
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos |
-16,8 |
-25,4 |
-15,6 |
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias |
39,3 |
17,7 |
6,6 |
Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2015.
No primeiro trimestre de 2015, a economia goiana registrou queda de 0,8%, na comparação com o mesmo trimestre de 2014. Tanto a indústria extrativa quanto a de transformação apresentaram recuo, 7,3% e 0,3%, respectivamente. Na transformação, os produtos farmoquímicos e farmacêuticos nos três primeiros meses do ano tiveram variação negativa, especialmente na fabricação de medicamentos. Dificuldades relacionadas a depreciação da moeda nacional e conseqüente encarecimento no custo de importação de matérias-primas, além da incerteza com relação a economia, inibiram a expansão dessa atividade.
Por outro lado, no acumulado de janeiro a março de 2015, a produção de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis sobressaíram aos demais segmentos. A produção biodiesel foi o destaque, o maior volume reflete a maior demanda vinda do modal rodoviário, adicionalmente, houve a decisão do governo federal em aumentar de 25% para 27% do percentual de etanol na gasolina.
Não menos importante, dada a representatividade na formação da taxa global da indústria, a fabricação de produtos alimentícios teve expansão de 2,9% no primeiro trimestre. Os destaques foram na extração de óleo de soja e de óleo de soja em bruto.
Embora o cenário para a indústria nacional seja de queda, acumulando queda de 5,9% no primeiro trimestre de 2015, especialmente em bens duráveis e de capitais, devido ao enfraquecimento da demanda pelos níveis de endividamento e pelo custo do crédito, estoques indesejados e vendas externas em queda. Porém a produção industrial goiana sinalizou recuperação no mês de março de 2015 (6,3%), na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Entretanto, o crescimento no acumulado do ano ainda é baixo, os resultados negativos na fabricação de produtos farmacêuticos e outros produtos químicos refletem as alterações na conjuntura macroeconômica, em especial a elevação da taxa de câmbio, o que encarece os produtos importados necessários à produção goiana.
Equipe de Conjuntura do IMB:
Alex Felipe Rodrigues Lima
Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves
Millades de Carvalho Castro