Indústria goiana apresenta recuperação de 1,4% em junho
Pesquisa mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta recuperação de 1,4% para a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) na comparação de junho/16 com maio/16, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma base, a produção nacional apresentou alta de 1,1%. No ranking nacional (Tabela 1), o destaque positivo foi o Estado do Rio de Janeiro, com variação de 5,7%, e a queda mais acentuada ocorreu no Espírito Santo (-9,8%).
Na análise sem ajuste junho16/junho15, a indústria goiana apresentou queda de 4,5% em um cenário desfavorável em que apenas quatro unidades da Federação apresentaram taxas positivas (Tabela 1), sendo que o Pará apresentou a maior taxa, 14,7%, impulsionado pelo setor extrativo (extração de minérios de ferro em bruto ou beneficiado) e dos ramos de metalurgia e de papel e celulose; e a maior queda ocorreu no Espírito Santo (-27,9%), reflexo do recuo na produção da indústria extrativa mineral (minério de ferro pelotizado). Nessa comparação, verificou-se que os estados do Pará, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentaram taxas positivas no índice geral, sendo que nos demais estados a crise ainda persiste.
Os segmentos ligados à indústria automobilística apresentaram os maiores recuos, com destaque para o Paraná, Bahia, Santa Catarina e São Paulo. Com exceção das indústrias do Amazonas, de Pernambuco e do Rio de Janeiro, houve queda acentuada na produção de metal, exceto máquinas e equipamentos em todas as regiões produtoras, na comparação junho16/junho15.
A produção industrial nos principais centros manufatureiros do país apresenta redução significativas no mês de jun/16, constando na pesquisa que das 14 localidades em que é realizada, apenas 4 mostram sinais de recuperação.
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria Resultados Regionais – Junho de 2016 |
||||
Locais |
Variação (%) |
|||
Com Ajuste Sazonal |
Sem Ajuste Sazonal |
|||
Jun16/Maio16 |
Jun16/Jun15 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
|
Brasil |
1,1 |
-5,9 |
-9,1 |
-9,8 |
Nordeste |
-0,3 |
-2,8 |
-3,0 |
-2,8 |
Amazonas |
-0,3 |
-8,4 |
-16,8 |
-18,1 |
Pará |
4,9 |
14,7 |
10,3 |
5,6 |
Ceará |
2,0 |
-3,1 |
-5,4 |
-8,8 |
Pernambuco |
1,2 |
-7,5 |
-17,6 |
-11,2 |
Bahia |
-1,0 |
-6,8 |
0,0 |
-2,8 |
Minas Gerais |
0,0 |
-5,7 |
-8,7 |
-8,4 |
Espírito Santo |
-9,8 |
-27,9 |
-22,6 |
-14,4 |
Rio de Janeiro |
5,7 |
-2,8 |
-8,3 |
-9,0 |
São Paulo |
1,5 |
-3,1 |
-8,6 |
-11,0 |
Paraná |
3,5 |
-6,3 |
-8,2 |
-10,0 |
Santa Catarina |
5,4 |
0,6 |
-6,1 |
-8,0 |
Rio Grande do Sul |
4,6 |
3,2 |
-4,5 |
-9,3 |
Mato Grosso |
– |
12,1 |
11,9 |
9,0 |
Goiás |
1,4 |
-4,5 |
-7,0 |
-3,4 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016. |
Os resultados mensais da indústria (Gráfico 1), apresenta Goiás, à exceção de mar16, com resultados superiores à média nacional. Em de junho/16 o recuo foi de 4,5%, menor do que o registrado em mai16. Os setores que contribuíram para o resultado foram: a fabricação de outros produtos químicos, metalurgia e fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias.
Em âmbito setorial, na comparação de jun/16 com jun/15, observa-se, pela Tabela 2, que na indústria de transformação, o setor de outros produtos químicos manteve-se com variação positiva (22,9%), impulsionado especialmente pela maior produção de adubos ou fertilizantes, e de metalurgia com crescimento de 14,6%, devido à maior produção de ouro e ferronióbio. Convém ressaltar que, ainda que com variação negativa, o setor de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-8,5%), dá sinais de recuperação, em maio/16 a queda ficou acima de cinquenta por cento.
No setor de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos a variação foi de -41,6%, devido à queda na produção de latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos, esquadrias de ferro, aço e alumínio e estruturas de ferro e aço e na fabricação de coque; no setor de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-11,2%), resultado do recuo na produção de álcool e biodiesel. A indústria extrativa também seguiu a mesma tendência (-27,1%), situação que se observa desde mar/16, pela retração na produção de minérios de cobre, pedras britadas e amianto.
Tabela 2 – Produção Industrial Mensal por atividades (Base: igual mês do ano anterior) |
||||||
Atividades de Indústria |
Variação Percentual (%) |
|||||
Jun16 / Jun15 |
Acumulado no ano |
Acumulado em 12 meses |
||||
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
|
Indústria geral |
-5,9 |
-4,5 |
-9,1 |
-7,0 |
-9,8 |
-3,4 |
Indústrias extrativas |
-12,5 |
-27,1 |
-14,0 |
-16,7 |
-7,9 |
-11,7 |
Indústrias de transformação |
-5,0 |
-3,2 |
-8,3 |
-6,4 |
-10,1 |
-2,9 |
Fabricação de produtos alimentícios |
-3,3 |
1,0 |
2,0 |
-0,5 |
0,2 |
1,8 |
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
-13,2 |
-11,2 |
-5,9 |
-1,1 |
-6,1 |
13,3 |
Fabricação de outros produtos químicos |
2,3 |
22,9 |
-2,2 |
19,1 |
-4,7 |
5,2 |
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
2,2 |
-8,2 |
1,9 |
-9,5 |
-4,0 |
-10,0 |
Fabricação de produtos de minerais não metálicos |
-9,9 |
-9,0 |
-11,9 |
-11,4 |
-11,2 |
-11,5 |
Metalurgia |
-3,6 |
14,6 |
-11,9 |
-1,7 |
-11,1 |
-1,3 |
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos. |
-12,8 |
-41,6 |
-15,1 |
-39,2 |
-15,3 |
-30,0 |
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias. |
-4,3 |
-8,5 |
-21,2 |
-46,0 |
-26,8 |
-46,7 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016. |
Com os resultados apresentados na pesquisa, no primeiro semestre de 2016, observa-se que o estado de Goiás vem se recuperando gradativamente, à exemplo da melhora significativa na produção de veículos em jun/16, que saiu de um patamar de queda de dois dígitos em maio/16 (-56,0%), para -8,5% em junho/16, contribuindo assim para amenizar o indicador da indústria goiana. O que se observa é que a crise vem perdendo força, e que determinados setores vão mostrando alguma recuperação.
Equipe de Conjuntura doIMB:
Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves
Sérgio Borges Fonseca Júnior