Indústria goiana apresenta recuperação de 1,4% em dezembro
Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM/IBGE), a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) apresentou expansão de 1,4%, na comparação de dezembro/16 com novembro/16 (série com ajuste sazonal), interrompendo uma série de quatro meses em queda nesse tipo de confronto, acumulando nesse período perda de 11,9%. Na mesma base de comparação, a produção nacional apresentou taxa de 2,3%. Apresentaram taxas positivas os seguintes estados; Ceará (12,4%), Rio Grande do Sul (6,3%), Espírito Santo (5,1%), Santa Catarina (3,6%), Minas Gerais (2,3%), Goiás (1,4%), Bahia (1,4%), Paraná (0,8%), Pernambuco (0,6%) e também a região Nordeste (4,9%). Por outro lado, as taxas negativas foram assinaladas por Amazonas (-2,0%), São Paulo (-1,5%), Rio de Janeiro (-0,9%) e Pará (-0,7%), conforme apresentado na Tabela 1.
Na comparação sem ajuste, dez16/dez15, o setor industrial brasileiro não sofreu alteração em dezembro de 2016, com seis dos quinze locais pesquisados apontando resultados negativos. Nesse confronto, a indústria goiana, com queda de 9,0%, assinalou o recuo mais intenso, pressionado, em grande parte, pela queda na produção dos setores de produtos alimentícios (-6,7%), que tem grande peso na indústria goiana, e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-60,1%). Por outro lado, tiveram taxas positivas o segmento de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (63,0%) e a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (117,9%), impulsionados pela produção de medicamentos e veículos de transporte de mercadorias, respectivamente.
No indicador acumulado para o período janeiro-dezembro de 2016, frente a igual período do ano anterior, a redução na produção nacional alcançou quatorze dos quinze locais pesquisados, com quatro recuando com intensidade superior à média nacional (-6,6%): Espírito Santo (-18,8%), Amazonas (-10,8%), Pernambuco (-9,5%) e Goiás (-6,7%). Minas Gerais (-6,2%), São Paulo (-5,5%), Ceará (-5,2), Bahia (-5,2), Paraná (-4,3%), Rio de Janeiro (-4,1%), Rio Grande do Sul (-3,8%), Santa Catarina (-3,3%), Região Nordeste (-3,1%) e Mato Grosso (-1,1%) completaram o conjunto de locais com resultados negativos no acumulado do ano. Por outro lado, Pará (9,5%) assinalou o único avanço no índice acumulado no ano, impulsionado, em grande parte, pelo comportamento positivo da atividade de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto).
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria Resultados Regionais – Novembro de 2016 |
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Locais |
Variação (%) |
|||
Com Ajuste Sazonal |
Sem Ajuste Sazonal |
|||
Dez16/Nov16/ |
Dez16/Dez15 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
|
Brasil |
2,3 |
0,0 |
-6,6 |
-6,6 |
Nordeste |
4,9 |
-0,9 |
-3,1 |
-3,1 |
Amazonas |
-2,0 |
3,0 |
-10,8 |
-10,8 |
Pará |
-0,7 |
10,1 |
9,5 |
9,5 |
Ceará |
12,4 |
3,4 |
-5,2 |
-5,2 |
Pernambuco |
0,6 |
5,5 |
-9,5 |
-9,5 |
Bahia |
1,4 |
-9,3 |
-5,2 |
-5,2 |
Minas Gerais |
2,3 |
2,2 |
-6,2 |
-6,2 |
Espírito Santo |
5,1 |
2,1 |
-18,8 |
-18,8 |
Rio de Janeiro |
-0,9 |
-0,5 |
-4,1 |
-4,1 |
São Paulo |
-1,5 |
-0,6 |
-5,5 |
-5,5 |
Paraná |
0,8 |
6,4 |
-4,3 |
-4,3 |
Santa Catarina |
3,6 |
6,3 |
-3,3 |
-3,3 |
Rio Grande do Sul |
6,3 |
3,3 |
-3,8 |
-3,8 |
Mato Grosso |
– |
-2,3 |
-1,1 |
-1,1 |
Goiás |
1,4 |
-9,0 |
-6,7 |
-6,7 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2017. |
Os resultados mensais da indústria goiana, referente ao ano de 2016, têm sido piores que à média nacional, com sequência de recuo mais acentuado a partir de julho/16 (Gráfico 1). Os setores que mais contribuíram para o recuo em dezembro foram os seguintes: fabricação de produtos de minerais não metálicos, coque, derivados do petróleo e de biocombustíveis e metalurgia.
No acumulado de janeiro-dezembro de 2016, comparado ao mesmo período do ano anterior, sete das nove atividades apresentaram queda. A retração de 6,7% da indústria goiana foi impactada, principalmente, pela queda no setor de veículos automotores, reboques e carrocerias (-39,7%), dada a diminuição na produção de automóveis e veículos para o transporte de mercadorias. Além disso, os recuos nos setores de produtos alimentícios (-3,8%), o de maior peso na estrutura industrial do estado, e de etanol (-6,8%), podem ser explicados, especialmente, pela menor produção de leite em pó, carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, óleo de soja em bruto e refinado, leite condensado, produtos embutidos ou de salamaria de carnes de suínos e de aves, açúcar VHP, leite 45 esterilizado/UHT/longa vida e rações, na primeira; de álcool etílico e biodiesel, na segunda. Em sentido oposto, o setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (10,7%) exerceu a principal contribuição positiva sobre o total da indústria no acumulado do ano, impulsionado, especialmente, pela maior produção de medicamentos, conforme Tabela 2.
Tabela 2 – Produção Industrial Mensal por atividades (Base: igual mês do ano anterior) |
||||||
Atividades de Indústria |
Variação Percentual (%) |
|||||
Dez16 / Dez15 |
Acumulado no ano |
Acumulado em 12 meses |
||||
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
Brasil |
Goiás |
|
Indústria geral |
0,0 |
-9,0 |
-6,6 |
-6,7 |
-6,6 |
-6,7 |
Indústrias extrativas |
6,9 |
-1,0 |
-9,5 |
-11,6 |
-9,5 |
-11,6 |
Indústrias de transformação |
-1,2 |
-9,8 |
-6,1 |
-6,4 |
-6,1 |
-6,4 |
Fabricação de produtos alimentícios |
-3,1 |
-6,7 |
0,6 |
-3,8 |
0,6 |
-3,8 |
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
-14,1 |
-60,1 |
-8,5 |
-6,8 |
-8,5 |
-6,8 |
Fabricação de outros produtos químicos |
2,1 |
-8,4 |
-0,9 |
7,6 |
-0,9 |
7,6 |
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
-27,5 |
63,0 |
-6,0 |
10,7 |
-6,0 |
10,7 |
Fabricação de produtos de minerais não metálicos |
-4,8 |
-15,1 |
-10,9 |
-13,1 |
-10,9 |
-13,1 |
Metalurgia |
-0,2 |
-12,8 |
-6,6 |
-0,5 |
-6,6 |
-0,5 |
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos |
-2,1 |
8,5 |
-9,8 |
-33,0 |
-9,8 |
-33,0 |
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias. |
19,9 |
117,9 |
-11,4 |
-39,7 |
-11,4 |
-39,7 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2017. |
O setor industrial goiano continua sentindo os efeitos da crise, assim como a maioria dos estados brasileiros. O acumulado de 2016 mostra que a crise no setor industrial atinge grande parte das atividades da indústria e reflete o carregamento estatístico dos fortes recuos do ano anterior e a contração acumulada no segundo semestre. A boa notícia é a recuperação de alguns setores importantes para a indústria goiana, como o de fabricação de medicamentos e de fertilizantes.
Equipe de Conjuntura do IMB:
Dinamar Maria Ferreira Marques
Rafael dos Reis Costa