Goiás tem sua pesquisa industrial reformulada pelo IBGE.
Sobre a reformulação a nova Pesquisa Industrial Mensal de Goiás
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE divulgou hoje a Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) reformulada. A Pesquisa tem abrangência geográfica em dezesseis localidades, incluindo o Brasil. A nova PIM-PF dará informações para todas as Unidades da Federação que, segundo a PIA – Empresa, respondiam por pelo menos 1,0% do Valor da Transformação Industrial (VTI) no ano de 2010. Considerando esse critério, foram selecionadas as seguintes Unidades da Federação: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso (incluído na nova série, a partir de 2012) e Região Nordeste.
Vale lembrar que a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física é calculada mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – produz indicadores de curto prazo para o setor em Goiás, desde janeiro de 2003, relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação.
Em Goiás, mensalmente passam a ser investigados pela PIM-PF 73 produtos com uma cobertura de 67,4% em termos do valor da transformação industrial. Sendo que a indústria extrativa está coberta em 97,6% e a de transformação 65,1%. Em termos de produtos, a extrativa investiga cinco (5) produtos e a indústria de transformação 68 produtos. No que tange a indústria de transformação, a fabricação de produtos alimentícios se destaca como o segmento com maior número de produtos pesquisados, seguido por fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com 19 produtos. Com essa nova reformulação, a indústria goiana ganha muito em termos de cobertura pois, antes, a pesquisa cobria apenas 46% do valor do VTI.
Em Goiás, na antiga estrutura eram investigados cinco setores industriais e 49 produtos. Na nova PIM-PF, o número de produtos e serviços industriais selecionados passou para 73. Assim, passou-se a publicar indicadores, além da Indústria Geral, Indústrias Extrativas e Indústrias de Transformação, para os segmentos de Fabricação de produtos alimentícios, Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, Fabricação de outros produtos químicos, Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, Fabricação de produtos de minerais não metálicos, Metalurgia, Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos e Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias.
A série reformulada tem início em janeiro de 2012 e sua implantação não implicou ruptura das séries históricas iniciadas em 2002, ano que Goiás passou a ser contemplado no painel de pesquisa da indústria. As atividades pesquisadas antes da reformulação foram encadeadas à nova. Portanto, revisa a anterior, que tinha como referência as informações das pesquisas industriais do período 1998-2000, trazendo o marco de referência para o ano de 2010, mesmo ano que servirá de base para a nova Série de Contas Nacionais e Regionais. Com isso, Goiás terá um retrato mais atual de sua dinâmica industrial, a qual tem ocorrido com mais intensidade nos últimos anos.
Quanto ao sistema de ponderação, a construção de indicadores está articulada por meio de um sistema, para cada nível geográfico selecionado, que reflete a estrutura da produção industrial local, elaborada a partir da importância relativa de cada produto no VTI do ano de 2010. Foram escolhidos os produtos que garantiram uma cobertura de cerca de 80,0%.
Tipos de Índices que são publicados
Número-índice: compara a produção do mês de referência do índice com a média mensal produzida no ano base da pesquisa (2012=100); índice mensal: compara a produção do mês de referência do índice em relação a igual mês do ano anterior; (m/m-12) índice acumulado no ano: compara a produção acumulada no ano, de janeiro até o mês de referência do índice, em relação a igual período do ano anterior; índice acumulado nos últimos 12 meses: compara a produção acumulada nos últimos 12 meses de referência do índice em relação a igual período imediatamente anterior.
Os índices de produção industrial que resultam da pesquisa mensal (PIM-PF) visam refletir as alterações das quantidades de bens e serviços produzidos ao longo do tempo. O principal objetivo dos índices é servir como uma medida aproximada da evolução de curto prazo do valor adicionado da indústria, dado um determinado período de referência. Esses indicadores são importantes para a economia goiana, como subsídios para o Sistema de Contas Regionais do Brasil, na evolução do PIB Trimestral e como indicadores de curto prazo para avaliar o desempenho Industrial goiano.
Em termos de estrutura do VTI, a atividade de transformação representa 93,0% e a da extrativa 7,0%. No recorte setorial, alimentos e bebidas continua sendo o segmento de maior peso, com 48,3%, fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, juntos representam 71,1% da indústria de transformação de Goiás. Isso só vem confirmar que já era apontado pelos analistas do setor, que a indústria goiana está se diversificando, onde outros segmentos, exceto alimentos, ganham importância na indústria goiana.
No recorte da indústria, a produção de álcool etílico não desnaturado, com teor alcoólico em volume >= 80% (anidro ou hidratado), liderou em termos de peso, representando 7,9%, seguido pela produção de tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, com 6,3%, a produção de automóveis, jipes, camionetas foi o terceiro segmento em ordem de importância na indústria goiana, representando 5,4%. Com a nova pesquisa, o complexo soja passou representar 15,3% da indústria de Goiás e o complexo da carne, 10,3%.
Resultados da Pesquisa em março de 2014
Segundo a Pesquisa Industrial Mensal–Produção Física (PIM-PF)/IBGE, a produção industrial goiana (de transformação e extrativa mineral) apresentou elevação de 1,0% no mês de março/14, na comparação com o mês anterior – série com ajuste sazonal. Nessa base de comparação, a produção nacional registrou queda de 0,5%. Contribuíram para este resultado da indústria nacional as demais unidades pesquisadas, especialmente pelo recuo no estado de São Paulo (-0,9%). Sete localidades apresentaram taxas positivas, com destaque para o estado do Pernambuco, com 2,8% e Amazonas com 1,6%, conforme Tabela 1.
Na comparação março 14 / março 13, a produção industrial goiana apresentou queda de 4,4% (das nove atividades, sete tiveram quedas). O estado de Mato Grosso registrou a maior queda entre as unidades pesquisadas, -9,6% (influenciado pela queda em produtos alimentícios). Os maiores crescimentos ocorreram no Pará (13,5%) e no estado de Pernambuco (12,5%), no primeiro, influenciados pela maior produção de minérios de ferro em bruto; no segundo pelo aumento na fabricação de produtos alimentícios. Ainda nessa base de comparação, a indústria brasileira apresentou redução na produção, variação de -1,0%, vide Tabela 1.
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria Resultados Regionais – Março de 2014 |
|||
Locais |
Variação (%) |
||
Março/ Fevereiro* |
Março 14 / Março 13 |
Acumulado no ano |
|
Brasil |
-0,5 |
-1,0 |
0,4 |
Nordeste |
0,3 |
8,5 |
3,6 |
Amazonas |
1,6 |
1,4 |
8,1 |
Pará |
1,5 |
13,5 |
6,2 |
Ceará |
-0,5 |
-0,4 |
1,1 |
Pernambuco |
2,8 |
12,5 |
9,9 |
Bahia |
-2,0 |
1,5 |
-2,5 |
Minas Gerais |
-0,2 |
3,0 |
4,0 |
Espírito Santo |
1,3 |
-2,0 |
-4,0 |
Rio de Janeiro |
-1,0 |
-2,5 |
-1,9 |
São Paulo |
-0,9 |
-4,1 |
-2,9 |
Paraná |
-2,1 |
-3,3 |
3,3 |
Santa Catarina |
1,1 |
6,2 |
4,0 |
Rio Grande do Sul |
-3,0 |
1,0 |
3,2 |
Mato Grosso |
– |
-9,6 |
-0,8 |
Goiás |
1,0 |
-4,4 |
-1,9 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2014. *Ajustado sazonalmente. |
O Gráfico 1 mostra o comportamento da média móvel com o índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. O gráfico apresenta as oscilações na produção industrial, sendo que em setembro de 2013 o índice alcançou o pico na base fixa. No índice de média móvel trimestral, percebe-se o pico no mês de maio/12. Nas duas curvas houve processos de oscilação, com trajetórias ascendentes e descendentes.
No recorte setorial da indústria de transformação goiana, comparativo de março de 2014 / março 2013, o setor de fabricação de outros produtos químicos foi o único que apresentou variação positiva (13,3%), impulsionado pela produção de adubos e os demais setores apresentaram resultado negativo. Entre os resultados negativos destacam-se a fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-20,0%), a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-13,0%), a fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-11,8%) e a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-9,5%).
Com relação ao acumulado nos dois meses de 2014, o setor industrial goiano registrou retração de 1,9%. Contribuíram para este resultado as quedas nos dois maiores pesos da estrutura industrial, os segmentos de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-11,7%), fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-10,1%) e fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-9,5%), houve também queda na fabricação de produtos alimentícios (-3,0%). As atividades com resultados positivos mais representativos foram: fabricação de outros produtos químicos (32,7%) e metalurgia (4,0%), conforme Gráfico 2.
Dessa forma, a nova Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) reformulada é um marco que permite uma visão mais ampla do desempenho dos setores industriais goianos, porque ampliou a cobertura para aproximadamente 70,0% do VTI da indústria. Com essa nova PIM-PF ficou evidente a diversificação que vem ocorrendo na indústria goiana, com uma melhor evidência de distribuição dos pesos. Adicionalmente, essas novas informações subsidiarão a evolução do sistema de contas regionais, possibilitando uma apuração mais próxima da realidade da indústria goiana.
Equipe de Conjuntura do IMB:
Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves
Millades de Carvalho Castro