Fabricação de produtos químicos contribui para a taxa positiva da indústria goiana (4,1%)
De acordo com os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial goiana no mês de agosto recuou 6,6%, na comparação com o mês de julho desse ano, na série com ajuste sazonal. Em temos regionais, apenas quatro localidades apresentaram taxas positivas e dez recuaram. A taxa média Brasil foi negativa em 0,2%.
Na comparação agosto 2011 / agosto 2010, o Paraná liderou a produção nacional com expansão de 24,0%, Goiás nesta comparação cresceu 4,1%. O setor industrial nacional mostrou variação positiva de 1,8%, sendo que oito locais apresentaram taxas positivas e seis, taxas negativas.
Tabela 1
Indicadores Conjunturais da Indústria
Resultados Regionais
Agosto de 2011
Locais
|
Variação (%)
|
|||
Agosto/Julho*
|
Agosto 11/ Agosto10
|
Acumulado no Ano
|
Acumulado nos Últimos 12 Meses
|
|
Brasil
|
-0,2
|
1,8
|
1,4
|
2,3
|
Nordeste
|
-0,9
|
-3,7
|
-5,6
|
-3,7
|
Amazonas
|
-4,5
|
8,1
|
2,0
|
2,6
|
Pará
|
-1,2
|
4,5
|
2,5
|
5,3
|
Ceará
|
1,5
|
-13,8
|
-14,4
|
-10,3
|
Pernambuco
|
-3,0
|
4,5
|
-2,4
|
-0,7
|
Bahia
|
-1,9
|
-1,5
|
-4,2
|
-3,5
|
Minas Gerais
|
-1,1
|
-0,5
|
1,7
|
3,7
|
Espírito Santo
|
-6,4
|
-1,4
|
9,2
|
8,7
|
Rio de Janeiro
|
4,3
|
1,7
|
1,5
|
2,7
|
São Paulo
|
-0,1
|
1,5
|
2,3
|
2,9
|
Paraná
|
7,0
|
24,0
|
4,8
|
5,8
|
Santa Catarina
|
1,9
|
-1,6
|
-4,6
|
-2,7
|
Rio Grande do Sul
|
-1,5
|
3,6
|
1,7
|
1,4
|
Goiás
|
-6,6
|
4,1
|
5,0
|
8,2
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
* Ajustado sazonalmente
A produção industrial de Goiás ajustada sazonalmente recuou 6,6%, frente ao mês imediatamente anterior, quarta taxa negativa neste ano, acumulando nesse período expansão de 5,5%. A leitura feita no gráfico abaixo demonstra o comportamento da média móvel com o índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. Tanto o índice de média móvel quanto o índice de base fixa apontaram queda em agosto, embora este último com queda mais acentuada (-6,6%).
Gráfico 1
Produção Industrial – Goiás
Índices de Base Fixa (2002=100)
Série com Ajuste Sazonal
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
A produção industrial de Goiás (indústria extrativa mineral e transformação) em agosto de 2011, na série livre dos efeitos sazonais, recuou 6,6% frente ao mês imediatamente anterior, após sustentar por três meses seguidos taxas positivas, acumulando nesse período expansão de 19,1%. Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral apontou queda de 0,9% na passagem dos trimestres encerrados em julho e agosto, interrompendo a trajetória ascendente iniciada em abril último. Em relação a igual mês do ano passado, o setor industrial goiano mostrou expansão de 4,1% em agosto de 2011. No índice acumulado dos oito primeiros meses do ano, a indústria goiana avançou 5,0% frente a igual período do ano anterior. A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, ao crescer 8,2% em agosto de 2011, mostrou perda de ritmo frente ao resultado de julho (9,1%).
Analisando setorialmente a indústria goiana, entre as cinco atividades pesquisadas, duas apontaram avanço na produção, com destaque para a influência positiva vinda do setor de produtos químicos (32,0%), impulsionado em grande parte pelo aumento na produção de medicamentos. Por outro lado, entre os três ramos que mostraram recuo na produção, alimentos e bebidas (-4,3%) exerceu o principal impacto negativo, pressionado principalmente pela menor fabricação dos itens maionese, óleo de soja refinado, tortas, bagaços e farelos da extração de óleo de soja e molhos de tomates.
A produção acumulada nos primeiros oito meses do ano atingiu expansão de 5,0%, apoiada, sobretudo no crescimento de três das cinco atividades investigadas. A principal influência positiva sobre o total da indústria ficou com o ramo de produtos químicos (35,3%), impulsionado pela maior fabricação de medicamentos. Em sentido contrário, o setor de alimentos e bebidas (-3,6%) permaneceu exercendo o impacto negativo mais relevante, pressionado em grande parte pelos itens maionese, óleo de soja refinado, leite em pó, cervejas e chope.
Tabela 2
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – agosto/2011
(Base: Igual período do ano anterior =100)
(%)
Segmentos
|
Mensal
|
Acumulado no ano
|
Últimos 12 meses
|
Indústria geral
|
4,1
|
5,0
|
8,2
|
– Indústria extrativa
|
-4,1
|
0,5
|
3,3
|
– Indústria de transformação
|
4,8
|
5,4
|
8,6
|
. Alimentos e bebidas
|
-4,3
|
-3,6
|
2,4
|
. Produtos químicos
|
32,0
|
35,3
|
35,0
|
. Minerais não metálicos
|
0,0
|
1,1
|
3,9
|
. Metalurgia básica
|
-3,8
|
-10,8
|
-16,2
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
Na evolução dos índices quadrimestrais, o setor industrial goiano perde fôlego na passagem do primeiro quadrimestre para o segundo (12,9% para -3,7%). As maiores reduções aconteceram em metalurgia básica e alimentos e bebidas, todas as comparações contra igual período do ano anterior. No contraponto, o segmento de produtos químicos perdeu fôlego neste segundo quadrimestre, ainda assim registrou ganho de 5,2%. Conforme tabela abaixo.
Tabela 3
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – agosto/2011
(Base: Igual período do ano anterior =100)
(%)
Segmentos
|
2011
|
|
1º quadrimestre
|
2º quadrimestre
|
|
Indústria geral
|
12,9
|
-3,7
|
Indústria extrativa
|
0,7
|
0,3
|
Indústria de transformação
|
13,9
|
-4,0
|
Alimentos e bebidas
|
-0,6
|
-6,8
|
Produtos químicos
|
61,6
|
5,2
|
Minerais não metálicos
|
5,1
|
-3,6
|
Metalurgia básica
|
-11,8
|
-9,7
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
A produção industrial goiana dá sinal de desaceleração, após três meses de taxas positivas, na série com ajuste sazonal, porém no indicador anual doze meses, o resultado ainda é favorável 8,2%. Os dados da pesquisa de janeiro a agosto de 2011 mostraram um quadro positivo (5,0%), puxado basicamente pela maior produção de produtos químicos, em especial medicamentos. O segmento de produtos químicos vem de uma trajetória de crescimento de dois dígitos, desde maio deste ano, evitando um pior resultado na taxa global.
Para a indústria, as perspectivas são de desaceleração, com a valorização do real neste ano e o aumento da inflação, as vendas tendem a diminuir o que afetaria a indústria goiana, dado o seu perfil, onde a produção de alimentos e bebidas com maior peso na formação da taxa ser mais voltada para o mercado interno.
Pelo lado da demanda doméstica, não há indícios de expansão do consumo. A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) tanto a versão restrita quanto a ampliada (inclui vendas de automóveis, partes e peças e material de construção) também dá sinal de recuo. Esse movimento é compatível com a adoção de uma política econômica mais apertada, sobretudo para moderar a velocidade de expansão das vendas de automóveis, setor que atualmente enfrenta níveis de estoques elevados.
Um fato positivo para a economia goiana, o mercado de trabalho formal, importante fator de dinamismo da demanda, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – do Ministério do Trabalho e Emprego (CAGED), entre janeiro e agosto deste ano, Goiás gerou 92.396 novos postos de trabalho, o melhor de toda a série histórica do CAGED para o período, representando um acréscimo de 9,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, sinalizando recuperação da produção industrial para os próximos meses.
Equipe de Conjuntura da Segplan:
Dinamar Ferreira Marques
Eduiges Romanatto
Fernanda Cristina Gomide Pereira
Juliana Dias Lopes
Luciano Ferreira da Silva
Marcos Fernando Arriel
Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha