Fabricação de outros produtos químicos alavanca a indústria goiana
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial goiana (de transformação e extrativa mineral) apresentou alta de 3,3% no mês de agosto/14, na comparação com o mês anterior – série com ajuste sazonal. A produção nacional registrou alta de 0,7%, no mesmo período. No tocante as unidades pesquisadas, a indústria cresceu em dez localidades, destaque para o Estado do Rio Grande do Sul, com 4,2% e Goiás com 3,3%. Apenas três unidades apresentaram queda: Amazonas (-4,5%), Bahia (-4,2%) e Rio de Janeiro (-1,6%), conforme Tabela 1.
Na comparação junho de 2014 / junho de 2013, a produção industrial de Goiás apresentou alta de 3,7%. O Estado do Paraná registrou a maior queda entre as unidades pesquisadas, (-10,3%), influenciado, em grande parte, pela queda na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias e produtos alimentícios. Os maiores crescimentos ocorreram no Espírito Santo (13,7%), pelo comportamento positivo vindo do setor extrativo (minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo) e no Pará (6,0%) devido ao setor extrativo, impulsionado, sobretudo pela maior extração de minérios de ferro. Ainda nessa base de comparação, a indústria brasileira apresentou redução na produção, variação de -5,4%, vide Tabela 1.
Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria Resultados Regionais – Agosto de 2014 |
||||
Locais |
Variação (%) |
|||
Agosto/Julho* |
Agosto14 / Agosto13 |
Acumulado no ano |
Acumulado nos últimos 12 meses |
|
Brasil |
0,7 |
-5,4 |
-3,1 |
-1,7 |
Nordeste |
-1,2 |
-4,1 |
-0,8 |
-0,8 |
Amazonas |
-4,5 |
-8,0 |
1,7 |
4,4 |
Pará |
2,0 |
6,0 |
10,6 |
8,5 |
Ceará |
2,8 |
-1,3 |
-1,5 |
2,2 |
Pernambuco |
2,7 |
-1,1 |
2,1 |
1,2 |
Bahia |
-4,2 |
-9,8 |
-5,3 |
-3,1 |
Minas Gerais |
0,1 |
-5,6 |
-1,9 |
-2,1 |
Espírito Santo |
3,2 |
13,7 |
1,6 |
0,3 |
Rio de Janeiro |
-1,6 |
-0,7 |
-3,1 |
-2,4 |
São Paulo |
0,8 |
-8,5 |
-5,7 |
-3,6 |
Paraná |
2,1 |
-10,3 |
-5,6 |
-2,3 |
Santa Catarina |
0,5 |
-6,0 |
-2,4 |
-0,8 |
Rio Grande do Sul |
4,2 |
-7,4 |
-5,3 |
-1,0 |
Mato Grosso |
– |
0,1 |
1,1 |
4,3 |
Goiás |
3,3 |
3,7 |
0,5 |
3,2 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. *Ajustado sazonalmente. |
O Gráfico 1 mostra o comportamento da média móvel e do índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. Nesse gráfico é possível verificar as oscilações na produção industrial, sendo que a partir de fevereiro de 2014 o índice de base fixa segue em ascensão. No índice de média móvel trimestral, nota-se a tendência de crescimento iniciada em março de 2014.
No âmbito setorial da indústria de transformação goiana, comparativo de agosto de 2014 / agosto de 2013, os setores que apresentaram crescimento foram: fabricação de outros produtos químicos (36,9%), impulsionados, especialmente na produção de fosfatos e adubos ou fertilizantes (NPK); Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (15,4%), impulsionados pela produção de biodiesel e álcool; Fabricação de produtos alimentícios (4,7%), devido ao aumento na produção de extratos, purês e polpas de tomate, leite condensado, açúcar, os demais setores apresentaram resultado negativo.
Entre os resultados negativos houve forte queda na fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-19,6%), pela menor fabricação de latas de ferro e aço para embalagens de produtos diversos e estrutura de ferro e aço em chapas; de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-13,0%), pela menor fabricação de medicamentos e de produtos de minerais não-metálicos (-7,3%), pela redução na fabricação de massa de concreto preparada para a construção e ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica.
Com relação ao acumulado do ano, o setor industrial goiano registrou leve alta de 0,5%. Contribuíram para este resultado as altas verificadas na indústria de transformação nos segmentos de fabricação de outros produtos químicos (22,9%) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (7,8%) e Fabricação de produtos alimentícios (1,8%). As indústrias extrativas contribuíram com expansão de 1,5%, conforme Gráfico 2.
A produção industrial goiana apresentou crescimento na comparação agosto/2014 em relação a agosto/2013, em quatro segmentos dos oito. Esse dinamismo foi influenciado pelo aumento na fabricação de produtos químicos, insumos químicos para a agricultura (adubos e fertilizantes) e produção de álcool, dada a predominância da colheita da cana-de-açúcar nesse período.
Ressalta-se que a fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos vêm apresentando quedas na maioria dos meses deste ano, os insumos da indústria de medicamentos são importados e os dados da balança comercial apontam para a redução nas importações deste tipo de insumos.
No caso da produção de veículos automotores, nos últimos dois meses o setor apresentou quedas na produção. Este resultado se deve ao excesso de estoques existentes, às paradas feitas por montadoras, com medidas como férias coletivas e desligamentos temporários de linhas de montagem, em adequação a redução no consumo interno e nas exportações.
Apesar dos resultados negativos em segmentos relevantes na estrutura industrial goiana, os resultados apontaram o segundo melhor desempenho para Goiás, entre os quatorzes locais pesquisados, antecedido somente pelo Rio Grande, na passagem de julho para agosto, na série com ajuste sazonal.
Equipe de Conjuntura do IMB:
Alex Felipe Rodrigues Lima
Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves
Millades de Carvalho Castro