Em abril a indústria goiana recuou pelo quarto mês consecutivo, 11,1%
Os dados da produção industrial divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para Goiás, no mês de abril de 2011 voltaram a cair com mais intensidade, recuando 5,1% frente ao mês imediatamente anterior. Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral mostrou variação negativa de 0,3%, entre os trimestres encerrados em março e abril, quinta queda consecutiva, acumulando nesse período perda de 4,5%. Na análise do gráfico abaixo, a média móvel ficou acima do índice de base fixa, comportamento contrário foi observado nos meses de fevereiro e março, quando o índice de base fixa foi superior.
Gráfico 1
Produção Industrial – Goiás
Índices de Base Fixa (2002=100)
Série com Ajuste Sazonal
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
No confronto com abril do ano passado, a produção industrial goiana assinalou queda de 11,1%, refletindo as taxas negativas observadas em todas cinco atividades pesquisadas. As principais contribuições sobre o total da indústria foram observadas nos setores de alimentos e bebidas (-10,7%) e de produtos químicos (-17,5%), pressionados em grande parte pelos recuos nos itens leite em pó, maionese e refrigerantes, no primeiro ramo, e medicamentos no segundo. Os demais resultados negativos foram assinalados por metalurgia básica (-13,6%), minerais não metálicos (-3,6%) e indústrias extrativas (-2,6%).
O índice acumulado no primeiro quadrimestre do ano apontou queda de 4,0%, pressionado principalmente pelos recuos na produção em três dos cinco ramos investigados, com o setor de alimentos e bebidas (-7,3%) exercendo a maior contribuição negativa sobre o total da indústria. Nessa atividade sobressaiu a menor fabricação dos itens maionese, óleo de soja refinado e leite em pó. Por outro lado, entre os setores que assinalaram avanço na produção, produtos químicos (5,2%) apontou o impacto positivo mais relevante, impulsionado em grande parte pela maior produção de medicamentos e adubos e fertilizantes.
Na evolução dos índices quadrimestrais, o setor industrial goiano mostrou redução no seu ritmo produtivo na passagem do último quadrimestre do ano passado (+26,5%) para os primeiros quatro meses de 2011 (-4,0%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Esse comportamento foi observado em todos os segmentos da indústria goiana, com destaque para maior perda de ritmo vinda de alimentos e bebidas, que passou de 11,1% no último quadrimestre de 2010 para -7,3% nos quatro primeiros meses deste ano, produtos químicos que vinha de uma trajetória de crescimento a três dígitos saiu de 173,8% para 5,2%.
Tabela 1
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial
(Base: Igual Quadrimestre do Ano Anterior = 100)
(%)
Segmentos |
2010 |
2011 |
3º quadrimestre |
1º quadrimestre |
|
Indústria geral |
26,5 |
-4,0 |
Indústria extrativa |
0,2 |
0,3 |
Indústria de transformação |
29,4 |
-4,4 |
Alimentos e bebidas |
11,1 |
-7,3 |
Produtos químicos |
173,8 |
5,2 |
Minerais não metálicos |
19,1 |
-3,6 |
Metalurgia básica |
6,7 |
-9,7 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
No índice acumulado nos últimos doze meses, a indústria goiana acumula variação positiva de 7,4%, com praticamente todos os segmentos assinalando crescimento, exceto metalurgia básica, com taxa de -16,4%. As maiores variações foram verificadas em produtos químicos (29,7%) e no segmento de minerais não metálicos (6,7%).
Tabela 2
Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – abril/2011
(Base: Igual período do ano anterior =100)
(%) |
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Segmentos |
Mensal |
Acumulado no ano |
Últimos 12 meses |
Indústria geral |
-11,1 |
-4,0 |
7,4 |
Indústria extrativa |
-2,6 |
0,3 |
4,4 |
Indústria de transformação |
-11,9 |
-4,4 |
7,7 |
Alimentos e bebidas |
-10,7 |
-7,3 |
3,6 |
Produtos químicos |
-17,5 |
5,2 |
29,7 |
Minerais não metálicos |
-3,6 |
-3,6 |
6,7 |
Metalurgia básica |
-13,6 |
-9,7 |
-16,4 |
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Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
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Com os resultados de abril a indústria goiana segue tendência de desaceleração, com queda pelo quarto mês consecutivo, na comparação com igual mês do ano anterior. Os segmentos industriais com maior peso local estão determinando a evolução do indicador para taxas negativas, o de alimentos e bebidas e produtos químicos. A indústria de metalurgia básica também vem perdendo peso, com taxas negativas desde o segundo trimestre de 2010, explicado pela redução na exportação, principalmente de ferroligas.
O comportamento do setor industrial goiano demonstra preocupação, já é a quarta queda consecutiva, sendo que no acumulado de janeiro a abril de 2011 a taxa foi de -4,0%. Vale dizer que o setor industrial está sendo bastante afetado pelo grande volume de produtos importados, dado ao câmbio valorizado e pelas medidas de contenção do Banco Central, já que uma menor perspectiva de consumo afeta a decisão dos empresários de investir.
Equipe de Conjuntura da Segplan:
Dinamar Maria Ferreira Marques
Eduiges Romanatto
Fernanda Cristina Gomide Pereira
Marcos Fernando Arriel
Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha