Desocupação em Goiás sobe no primeiro trimestre de 2017


Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação[1] em Goiás foi estimada em 12,7%, no período de janeiro a março de 2017, um aumento de 1,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Esse aumento significa 53 mil pessoas a mais na fila de espera por uma vaga de trabalho, perfazendo um total de 449 mil desempregados no estado. Apesar da desocupação em Goiás continuar alta e longe dos níveis registrados no ano de 2014, ainda sim, representa a décima menor taxa entre as Unidades da Federação e 1,0 ponto percentual abaixo da média nacional (Gráficos 1 e 2).

Segundo dados da PNAD, em relação ao trimestre anterior, a força de trabalho[2] aumentou em cerca de 5 mil pessoas enquanto o total de pessoas de 14 anos ou mais de idade cresceu em 25 mil, ou seja, cerca de 20 mil pessoas a mais fora da força de trabalho. Alem do aumento na população, foram fechadas 49 mil vagas, em relação ao trimestre anterior, elevando ainda mais a taxa de desocupação (desocupados/força de trabalho).

Os dados da PNAD mostram que o desemprego é maior no interior de Goiás, a taxa de desocupação na capital foi estimada em 8,9%, que representa aproximadamente 72 mil pessoas, 16% do total de desocupados do estado. Nesse trimestre, a capital goiana registrou a terceira menor taxa de desocupação dentre as capitais estaduais, sendo esta maior apenas que a de Florianópolis (6,3%) e a de Campo Grande (8,7%).

A população ocupada em Goiás teve redução de 1,56% em 2017, isso significa dizer que do final do ano passado até março desse ano, cerca de 49 mil pessoas perderam seus empregos. Com isso, o nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar – PIT) caiu de 58,0% para 56,8% no primeiro trimestre de 2017, uma redução de 1,2 ponto percentual em relação ao último período de 2016. O grupamento Outro serviço teve o maior aumento no número de ocupados e a Administração pública a maior redução (Gráfico 03).

Do ponto de vista do vínculo empregatício, posição na ocupação no trabalho principal, os Empregadores e os Conta própria tiveram aumento no número de ocupados, em relação ao último trimestre de 2017, elevação de 17,39% e de 2,14%, respectivamente. Isso representa 24 mil pessoas a mais como empregadoras e 16 mil a mais trabalhando por conta própria. Das 49 mil pessoas a menos no número total de ocupados, a maior parcela (86,2%) eram empregados, pessoas que trabalhavam para um empregador, geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma remuneração (Tabela 01).

Em relação ao quarto trimestre de 2016, houve aumento de 0,9 e 0,8 ponto nos percentuais de trabalhadores Conta própria e de Empregadores, respectivamente. Por outro lado, os empregados, que eram 70,5% dos trabalhadores goianos, passaram a representar 69,1% do total, queda de 1,4 ponto percentual.

 

Tabela 01: Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, por posição na ocupação no trabalho principal (mil)

Posição na ocupação no trabalho principal

4º trimestre 2016

1º trimestre 2017

Variação absoluta

Representação

Média de Horas Trabalhadas por semana jan-mar 2017

Total

3.138

3.089

-49

100,0%

40,2

Empregados

2.211

2.136

-75

69,1%

40,3

Empregadores

138

162

24

5,2%

39,0

Conta própria

747

763

16

24,7%

45,4

Trabalhadores familiares auxiliares

41

29

-12

0,9%

32,2

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.

 

Na análise dos indicadores por faixa etária, observou-se, no primeiro trimestre de 2017, uma maior taxa de desocupação para as pessoas de 14 a 17 anos de idade (39,6%), 7,5 pontos percentuais a mais que a do último trimestre de 2016. Em termos absolutos significa 10 mil pessoas a mais nessa faixa etária a procura de emprego, perfazendo um total de 56 mil desocupados. Além disso, o nível de ocupação nessa faixa de idade caiu 1,7 pontos percentuais, maior variação (Tabela 02).

Fato semelhante ocorreu com a faixa etária de 18 a 24 anos, redução no nível de ocupação e aumento no número de desocupados, contudo, nesse caso, a força de trabalho aumentou bastante, registraram-se 57 mil pessoas a mais que em 2015. Conforme observado na tabela 2, não houve aumento no número de ocupados nessa faixa etária, ou seja, essas pessoas não foram absolvidas pelo mercado, aumentando a taxa de desocupação em 8,7 pontos, em relação ao último trimestre de 2015.

Tabela 02: Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, total, na força de trabalho, ocupadas, desocupadas, e respectivas taxas e níveis, por grupo de idade – 4º trimestre de 2016 e 1º trimestre de 2017

Grupo de idade

Total (Mil pessoas)

Força de trabalho (Mil pessoas)

Pessoas ocupadas (Mil pessoas)

Pessoas desocupadas (Mil pessoas)

Nível de ocupação (Percentual)

Taxa de desocupação (Percentual)

2017

2016

2017

2016

2017

2016

2017

2016

2017

2016

2017

2016

14 a 17 anos

455

447

120

115

63

70

56

46

13,9

15,6

47,1

39,6

18 a 24 anos

742

770

551

574

422

441

130

134

56,8

57,2

23,5

23,3

25 a 39 anos

1.602

1.590

1.342

1.337

1.194

1.206

148

131

74,5

75,8

11

9,8

40 a 59 anos

1.744

1.744

1.304

1.301

1.199

1.223

104

79

68,8

70,1

8

6

60 anos ou mais

892

857

222

205

212

199

10

6

23,7

23,2

4,6

3

Total

5.434

5.409

3.538

3.533

3.089

3.138

449

396

56,9

58

12,7

11,2

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.

Os dados por nível de instrução revelaram que apenas um grupo teve redução no número total de pessoas em idade de trabalhar (PIT), os trabalhadores sem instrução e menos de um ano de estudo, foram 97 mil na força de trabalho e 21 mil fora da força de trabalho, totalizando 118 mil pessoas a menos com esse nível de instrução. Além desse grupo, houve redução no número de ocupados apenas no grupo de trabalhadores com nível médio ou equivalente (redução de 18 mil pessoas), que também teve crescimento no PIT (56 mil a mais que no 4º trimestre de 2016), com isso, esse grupo registrou a maior variação absoluta no número de desocupados e o maior crescimento na taxa de desocupação (crescimento de 3,3 pontos percentuais) (Tabela 03).

 

Tabela 03: Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, total, na força de trabalho, ocupadas, desocupadas, fora da força de trabalho, e respectivas taxas e níveis, por nível de instrução – 1º trimestre de 2017

Nível de instrução

Pessoas de 14 anos ou mais de idade (Mil pessoas)

Total de pessoas 1º trim. de 2017

Variação em relação ao 4º trimestre de 2016

Nível de ocupação 1º trim. de 2017

Taxa de desocupação 4º trim. de 2016

Taxa de desocupação 1º trim. de 2017

Total de pessoas

Ocupadas

Desocupadas

Sem instrução ou menos de 1 ano de estudo

502

-118

-85

-12

29,20

11,60

11,10

Ens. Fundamental incompleto ou equivalente

1.558

45

32

24

47,90

11,60

13,60

Ens. Fundamental completo ou equivalente

524

6

8

-3

55,90

13,70

12,50

Ens. Médio incompleto ou equivalente

458

13

2

-1

50,20

20,40

19,80

Ens. Médio completo ou equivalente

1.413

56

-18

38

66,70

10,20

13,50

Ens. Superior incompleto ou equivalente

282

10

14

1

66,90

12,20

11,90

Ens. Superior completo ou equivalente

697

13

0

7

77,90

6,00

7,20

Total

5.320

25

-49

53

56,90

11,20

12,70

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral. E

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.

 

Renda do Trabalhador

Goiás possui o décimo terceiro maior rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, dentre as 27 unidades da federação. O rendimento médio real do trabalhador goiano foi estimado em R$ 1.985,00, abaixo da média nacional de R$ 2.110,00. Em relação ao último trimestre de 2016, houve um aumento de 2,8% no rendimento médio. Os trabalhadores do sexo masculino tiveram aumento de 2,08%, contra aumento de 4,3% no salário real das mulheres (Quadro 03).

A massa de rendimento real de todos os trabalhos (soma de todos os salários pagos no país) somou R$ 6,1 bilhões, no primeiro trimestre de 2017, registrando um aumento de 1,62% no comparativo com o último trimestre de 2016. Do somatório dos rendimentos (massa salarial), 64,94% foram provenientes dos empregados, 12,97% dos empregadores e 22,09% dos trabalhadores por conta própria. Observaram-se, em relação ao último período de 2016, aumento na massa dos Empregados (0,23%) e Empregadores (12,57%), e redução na massa salarial dos trabalhadores Conta própria (-1,28%).

Na análise por Grupamentos de atividade no trabalho principal, a maior variação ocorrida no rendimento médio real do trabalho principal, habitualmente recebido por mês, em relação ao último trimestre de 2016, segundo dados da PNAD Contínua, foi observada para o empregado no setor público – com carteira de trabalho assinada (aumento de 18,22%). Por outro lado, o empregado no setor público – sem carteira de trabalho assinada teve uma redução 12,58% no rendimento médio (Quadro 01).

 

Quadro 01: Goiás – Número de ocupados e rendimento médio real do trabalho principal, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho (Reais)  – 1º trimestre de 2017

Posição na ocupação e categoria do emprego no trabalho principal

Remuneração real

Pessoas ocupadas

Valor R$

Variação 2016/2017

Mil pessoas

Variação 2016/2017

Total

1.941,00

2,48%

         3.089

-49

Empregado no setor privado, exclusive os trabalhadores domésticos

1.673,00

2,39%

         1.495

-65

Empregado no setor privado, exclusive os trabalhadores domésticos – com carteira de trabalho assinada

1.793,00

1,88%

         1.113

-27

Empregado no setor privado, exclusive os trabalhadores domésticos – sem carteira de trabalho assinada

1.321,00

2,32%

             383

-37

Trabalhador doméstico

 890,00

5,33%

             244

-9

Trabalhador doméstico – com carteira de trabalho assinada

1.185,00

7,05%

               76

-5

Trabalhador doméstico – sem carteira de trabalho assinada

 758,00

5,13%

             169

-3

Empregado no setor público

2.876,00

5,08%

             397

0

Empregado no setor público – com carteira de trabalho assinada

2.862,00

18,22%

               24

4

Empregado no setor público – sem carteira de trabalho assinada

1.584,00

-12,58%

               79

-10

Empregado no setor público – militar e RJU

3.225,00

5,98%

             294

5

Governo na palma da mão

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