Crescimento da indústria goiana em junho, de 16,62%, foi o maior do País.


De maio para junho, o indicador de
atividade industrial do país, ajustado sazonalmente, cresceu (2,68%), ante
(-0,64%) no mês anterior. Os índices regionais mostraram crescimento frente a
abril em dez dos quatorze locais pesquisados, com destaque para Ceará (6,48%),
que teve a maior taxa, seguido por Goiás (5,68%), São Paulo (3,95%), Rio de
Janeiro (2,25%), Pará (2,15%), Minas Gerais (1,62%), Amazonas (1,31%),
Pernambuco (0,93%) e Santa Catarina (0,21%). Por outro lado, Região Nordeste
(-0,56%), Paraná (-1,00%), Espírito Santo (-2,69%) e Bahia (-2,94%), foram os
locais que apresentam recuo nesta comparação.

O avanço de (2,68%) observado no
total da indústria brasileira entre maio e junho levou o patamar de produção
do setor a atingir nível recorde. Este crescimento teve perfil generalizado,
alcançando vinte e três ramos e todas as categorias de uso. Entre os setores,
a maior contribuição positiva sobre a média global veio de veículos
automotores, segmento que segue beneficiado pelo aquecimento da demanda interna
e o aumento dos prazos de financiamento. Também teve incremento o segmento de
bens de capital, revelando o crescimento da oferta da indústria para atender à
demanda e confirmando novos investimentos na economia.

Nos índices
regionais de junho frente a igual mês de 2007 o quadro também foi positivo,
uma vez que onze dos quatorze locais pesquisados apontaram expansão. As taxas
positivas oscilaram entre os (16,62%) de Goiás e o (1,80%) de Pernambuco. Acima
da média nacional (6,57%), além de Goiás, destacaram-se Paraná (12,73%), Espírito
Santo (11,41%), São Paulo (10,34%) e Pará (7,22%). Os demais resultados
positivos foram: Minas Gerais (6,31%), Rio Grande do Sul (5,42%), Rio de Janeiro
(4,17%), Ceará (3,96%), Amazonas (3,22%) e Pernambuco (1,80%). Os locais que
registraram recuo na produção neste tipo de comparação foram: Santa Catarina
(-1,99%), Bahia (-1,29%) e Região Nordeste (-0,67%).

No indicador mensal de junho 2008 comparado ao
mesmo período de 2007, as maiores taxas vieram do Estado de Goiás, Paraná e
Espírito Santo. A produção industrial Goiana prosseguiu em trajetória
ascendente iniciada em setembro do ano passado. Contribuíram para a formação
da taxa global os segmentos de alimentos e bebidas e minerais não
metálicos. Paraná, pelo terceiro mês consecutivo cresceu a dois dígitos,
com destaque para maior produção de veículos automotores,
edição
e impressão, minerais não-metálicos, máquinas e equipamentos e celulose e
papel. A produção industrial capixaba aumentou (11,41%), nono resultado
positivo consecutivo. Este aumento foi sustentado principalmente pelo desempenho
da metalurgia básica, refletindo a expansão na produção de lingotes, blocos,
tarugos ou placas de aço.

Os
dados da produção industrial regional mostraram um quadro bastante positivo no
mês de junho e neste primeiro semestre de 2008. Esses resultados são
importantes, pois deixam transparecer as características mais acentuadas do
processo de crescimento da produção industrial do País: fortemente centrado
nos locais em que predomina uma estrutura produtiva mais diversificada – em
que a presença dos setores de bens de capital e bens de consumo duráveis é
maior – ou uma produção voltada para exportação de commodities.

Tabela
1

Pesquisa
Industrial Mensal Produção Física Regional – junho/2008

(base:
igual período do ano anterior = 100)

Brasil,
Região Geográfica e Unidade da Federação

Mês/mês

Mesmo
mês ano anterior

Acumulado
no ano

Doze
meses

Brasil

2,68

6,57

6,27

6,71

Nordeste

-0,56

-0,67

4,62

4,27

Amazonas

1,31

3,22

7,49

8,11

Pará

2,15

7,22

6,12

3,95

Ceará

5,68

3,96

2,79

1,89

Pernambuco

0,93

1,80

7,85

5,43

Bahia

-2,94

-1,29

4,55

4,11

Minas
Gerais

1,62

6,31

6,62

7,97

Espírito
Santo

-2,89

11,41

16,12

13,23

Rio
de Janeiro

2,25

4,17

2,27

2,10

São
Paulo

2,80

10,34

9,78

8,94

Paraná

-1,00

12,73

11,31

8,92

Santa
Catarina

0,21

-1,99

1,27

3,66

Rio
Grande do Sul

6,48

5,42

4,38

5,42

Goiás

3,95

16,62

11,14

6,90

Fonte:
IBGE.

 

Em junho a
produção industrial de Goiás ajustada
sazonalmente, avançou (3,95%) no confronto com o mês imediatamente anterior,
após recuo de (-2,11%) em maio. Em relação a junho do ano passado, a taxa chegou aos (16,62%), maior índice
entre as localidades pesquisadas. Também foi observada taxa bastante
interessante para o acumulado do primeiro semestre do ano (11,14%). Com isso, o
indicador acumulado nos últimos doze meses (6,90%) acelerou em relação ao
resultado registrado em maio (5,07%). Na análise trimestral, a qual permite
observar o ritmo do crescimento da indústria, ao se comparar as taxas de variação
do primeiro e do segundo trimestres deste ano (ambas calculadas com relação ao
mesmo período de 2007), observou-se um crescimento acentuado da indústria
goiana (9,89% no primeiro trimestre e 12,34% no segundo trimestre).

A expansão
do indicador mensal de (16,62%) em junho teve avanço em três dos cinco ramos
pesquisados, liderado, sobretudo pelo desempenho dos setores de alimentos e
bebidas (25,21%), com destaque para os produtos maionese e leite em pó. Em menor medida, vale mencionar também o comportamento positivo de minerais não-metálicos
(16,70%), devido à maior produção de cimento e de painéis, ladrilhos, telhas
e semelhantes. Em sentido oposto, a principal pressão negativa veio de produtos
químicos (-14,31%), explicado pela queda na produção de medicamentos e sabões
para uso doméstico.

A produção da indústria goiana foi a que mais cresceu
no país no mês de junho na comparação com igual período do ano passado,
esse resultado foi atribuído, principalmente ao bom desempenho do setor de
alimentos e bebidas, segmento com grande concentração de plantas industriais
no estado. O segmento de minerais não metálicos também sobressaiu nessa
comparação, influenciado pelo bom momento do setor da construção civil que
tem se beneficiado da expansão do crédito, de taxa de juros atrativas e redução
de impostos.

No segundo
trimestre do ano, a produção industrial goiana cresceu (12,34%) frente ao
mesmo período do ano passado, quarto trimestre consecutivo de crescimento, e
mantém trajetória ascendente desde o período julho a setembro do ano passado.
O maior dinamismo observado entre o primeiro (9,89%) e o segundo trimestre de
2008 (12,34%) foi observado em três dos cinco ramos investigados, com destaque
para o ganho vindo de alimentos e bebidas, que passou de (10,12%) para (17,25%)
entre os dois períodos.

O indicador
acumulado no ano cresceu (11,14%), com resultados positivos em quatro das cinco
atividades pesquisadas. O impacto mais relevante sobre a média global
permaneceu com alimentos e bebidas (13,83%), seguido pelo setor extrativo
(14,14%) e de produtos químicos (8,82%). Nesses ramos, sobressaíram os avanços
nos itens maionese e leite em pó; amianto; e adubos e fertilizantes. Em sentido
contrário, apenas metalurgia básica (-4,63%), pressionado pela queda na produção
de ouro em barras e ferroníquel que apontaram recuo.

O Estado de Goiás alcançou a terceira maior taxa no
semestre entre as localidades pesquisadas. A indústria local foi puxada
principalmente pelo setor de alimentos e bebidas, explicado pelo aumento na
produção de commodities exportadoras, vale dizer que este segmento é o de
maior peso na composição da taxa global. Outro segmento que teve destaque no
acumulado de janeiro a junho foi produtos químicos. O bom desempenho da indústria
goiana ao longo do ano revelou uma taxa bem acima da média do país, vide
(tabela 1). As alterações na política monetária ainda não afetaram os números
do setor industrial, principalmente setores que estão sendo beneficiado pelo
aumento das exportações.

 

Tabela
2

Estado
de Goiás: Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – junho/2008

(Base:
Igual período do ano anterior =100)

Segmentos

Mensal

Acumulado
no ano

Últimos
12 meses

Indústria
geral

16,62

11,14

6,90

Indústria
extrativa

4,32

14,06

9,93

Indústria
de transformação

17,81

10,87

6,64

 
Alimentos e bebidas

25,21

13,83

8,48

Produtos
químicos

-14,31

8,82

4,01

Minerais
não metálicos

16,70

4,37

4,68

Metalurgia
básica

-0,12

-4,63

-3,06

 Fonte:
IBGE.


Equipe
de Conjuntura da Seplan:

Dinamar
Ferreira Marques

Marcos
Fernando Arriel

Maria
de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

 

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